30 setembro 2006

A entrevista

O Sol publica hoje uma entrevista com Souto Moura, o futuro ex-Procurador Geral da República (PGR). A entrevista é interessante a vários níveis. Ao nivel mediático, é de uma actualidade e oportunidade evidentes, representando também uma vitória incontestável do Sol sobre o Expresso. Ao nível institucional, a entrevista também é suficientemente reveladora sobre o universo, a especificidade e o nível de exigência de um cargo como o de PGR, dando-nos a versão pessoal de alguém que o exerceu durante seis anos, em condições muito peculiares. Também ao nível pessoal, a entrevista revela-nos um Souto Moura provavelmente pouco conhecido da opinião pública, de perfil humanista e inclinação artística, contribuindo, para o bem ou para o mal, para uma certa desmistificação da forma de estar e do perfil estereotipado do magistrado. Neste momento, não é previsível o que a revelação desta característica pode comportar para o juízo, positivo ou negativo, que se fará sobre a sua actuação enquanto PGR.
Souto Moura reconhece que não terá feito uma avaliação correcta sobre o poder e a influência da comunicação social nas sociedades actuais. Um erro que se paga caro, como se sabe. Mas que pode corrigir-se. E esta entrevista aí está para o provar.

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29 setembro 2006

Prec

A coisa parecia amainada, mas não era verdade. Pela pena de Otelo Saraiva de Carvalho, numa carta ao Director publicada no Público de hoje, as memórias do PREC voltaram a aflorar, sobretudo as relacionadas com o "Verão Quente de 1975" e com o "25 de Novembro" do mesmo ano, depois do reencontro entre Mário Soares e Frank Carlucci, o antigo embaixador norte-americano em Portugal após o 25 de Abril. Um dos temas da discórdia tinha a ver com um almoço. Carlucci tinha dito a Soares que, em 75, almoçara com Otelo. Otelo negava, hoje, a realização desse almoço, afirmando nem conhecer pessoalmente o embaixador. Eis, pois, um grande mistério a resolver pelos historiadores: afinal, Otelo almoçou ou não almoçou com Carlucci?

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Título

"Mourinho salva rolhas".
Metro

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Prova dos nove

A conta, uma multiplicação, nem era particularmente difícil. Nada que um correcto manuseio da tabuada e da regra "e vai um" não resolvesse. Por via das dúvidas, a aplicação do teste definitivo - a prova dos nove - mais não fosse para exercitar a memória, que, como sabemos, tem tendência a gastar-se se não for posta a uso. Peguei em papel e lápis e... nada!
Perguntei aos filhos escolarizados se podiam ajudar. Nunca tinham visto e desconheciam tal procedimento. Pedagogias novas, está bem de ver e há que aceitar. Nova tentativa, com recurso a conta mais simples e de ciência aritmética certa. Finalmente! Tal como no andar de bicicleta, a técnica lá aflorava, escorreita e eficaz. E logo exercitada e demonstrada, feliz pelos resultados, aos rebentos incrédulos e espantados, nas variantes multiplicação, divisão e adição. Afinal, é bom regressar à escola.

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28 setembro 2006

Gramáticas

Que raio de linguajar era aquele, que ouvia na rádio?! Frases estranhíssimas, sílabas e "palavrões" medonhos! Mas que seria aquilo, interrogava-me eu! Será que o "Portugalex" tinha começado mais cedo e eu não me tinha apercebido?! Apurei melhor o ouvido, concentrei o entendimento e lá me pus à escuta. Um senhor, professor experiente, suponho, razoavelmente indignado e, pareceu-me, com um toque de irónico, desfiava exemplos vários de frases constituídas com termos da nova "Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário (TLEBS)", aprovada em 2004 e em fase experimental até 2008, com generalização em 2009. Foi aí que me dei conta da existência efectiva da TLEBS, que substituía a velhinha nomenclatura aprovada e que vigorava desde 1967, aquela pela qual aprendi, ou seja, a do sujeito, complemento, substantivo, adjectivo e por aí fora.
Como engraço com estas matérias, lá tentei aprofundar um bocadinho mais a informação disponível sobre a TLEBS, a ver no que aquilo dava e se, de uma vez por todas, conseguia descobrir uma chave que me ajudasse a descodificar a linguagem críptica e apenas para iniciados que tinha ouvido, logo pela manhã. Com a preciosa ajuda do DN, que tinha feito hoje um artigo sobre o assunto, sugestivamente intitulado "Novos termos gramaticais geram controvérsia entre educadores", lá fiquei - aparentemente - mais sossegado, ao verificar que as divergências eram mais de método do que de conteúdo. Em nome do progresso científico, é bom de ver. Sempre.
Para a história, só tenho pena de não ter podido gravar as frases que o bom do professor, que aparecia citado no jornal, tinha proferido na rádio. Paciência.
Já agora, que raio é que quererá dizer "Explicite o valor anafórico do conector"?!...

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27 setembro 2006

A Comissão

A "Comissão de Revisão do Sistema de Carreiras e Remunerações" (CRSCR) cessou funções, por decisão do Secretário de Estado da Administração Pública, após a apresentação do seu relatório. Não é muito vulgar que a cessação de funções de uma comissão nomeada pelo Governo tenha direito a comunicado de imprensa próprio. Por qualquer razão, esta teve. Não deixa de ser um facto curioso, susceptível de várias interpretações, como aquela de que se destinaria a combater um princípio de incêndio que estaria a lavrar nos media... Se foi ou não esta a motivação, mais tarde se verá. Que me pareceu eficaz como instrumento de controlo de estragos, pareceu. Adiante.
Segundo o comunicado, as razões para a cessação de funções da comissão estiveram relacionados com os pedidos de demissão apresentados por alguns dos seus membros, invocando razões de natureza profissional - e para que não restassem dúvidas, são os referidos demissionários nomeados individualmente - não se justificando, segundo o secretário de Estado, proceder à recomposição da CRSCR, com os inerentes atrasos para a urgência da aplicação das medida de política. Está bem, seja.
Ser membro de uma comissão destas é, julgo eu, prestigiante. Por isso elas devem ser apetecidas ou desejadas. Quem, no seu legítimo juízo, desdenharia mostrá-la e ostentá-la na lapela do seu currículo, mesmo que na alínea z) da página 43, capítulo "Outros"? Se calhar, ninguém. A não ser...
Não é de agora, a ideia de pegar em meia dúzia de especialistas entendidos - académicos, de preferência - para fazerem parte de uma comissão destinada a avaliar, propor ou apontar caminhos de reforma para a administração pública (AP). É um caminho - legítimo e justificável, aceito - mas, muitas vezes, com resultados eventualmente não expectáveis. Talvez como neste, atendendo ao número de pedidos de demissão e às razões invocadas. O que é que terá corrido mal ou não foi previsto pelos membros da CRSCR que pediram a demissão? O prolongamento dos trabalhos? Problemas de relacionamento institucional? Outros? Provavelmente, nunca o saberemos.
Quando a CRSCR foi criada, estavam previstas mais tarefas para ela executar: propostas legislativas e acompanhamento do processo até ao final de Dezembro de 2006, para além do relatório que apresentou, inicialmente previsto para Abril deste ano..., como nos recordou Helena Garrido, no DN. Terá alguma coisa a ver? Eu sei que não costuma ser hábito decisões como a que se verificou em relação à CRSCR, havendo quase uma tendência para que as comissões ou estruturas similares prolonguem a sua existência e actividade, até que uma qualquer reforma as vá desencantar do seu canto. Não seria caso inédito. Será que estamos a assistir a uma mudança de paradigma na AP, tendo por objectivo uma responsabilização efectiva pela apresentação de resultados concretos - e nos timings previstos - a estas estruturas, que justifiquem a razão de ser da sua existência?
É verdade que o comunicado de imprensa louva o trabalho da comissão. Mas também é verdade que não se fazem comunicados destes todos os dias, relacionados com a cessação de funções de comissões. Eis um bom tema para reflexão. Provavelmente, um tema bom para constituir uma comissão.

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25 setembro 2006

Carreiras e Remunerações

Como num puzzle, as peças começam a aparecer e a juntar-se. Não sei se a chave para o encaixe está a seguir um guião prévio, mas parece. A sequência está a ser gerida com habilidade institucional e mediática, há que reconhecê-lo. Primeiro, as conclusões do PRACE. Depois, a elaboração das orgânicas dos ministérios - em breve, publicadas. Depois, um intervalo para descomprimir, aproveitando as férias. A seguir, recompostos e retemperados, a surpresa dos números da Administração Pública, finalmente divulgados, apesar de algumas incógnitas. Hoje, para compor o ramalhete, uma das peças mais aguardadas, o relatório da "Comissão de Revisão do Sistema de Carreiras e Remunerações", apesar de, tenho quase a certeza, a maioria dos funcionários públicos alguma vez tenha ouvido falar de semelhante Comissão... até hoje. Mas, como facilmente se aperceberam pela chamada de atenção dos órgãos de comunicação social, onde foi tema privilegiado nas edições do dia - mas que irá continuar, estou certo... - será conveniente prestar-lhe toda a atenção. Muito da avaliação do trabalho e da performance do actual Governo vai estar umbilicalmente ligado a este tema e/ou a estes documentos. Vai uma apostinha?

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24 setembro 2006

Cozido

As condições são as ideais: tempo fresco e chuvoso, disponibilidade de tempo, mesa grande, um grupo de familiares e/ou de amigos. Nada melhor para comemorar um aniversário e a entrada do Outono do que uma soberba iguaria da gastronomia portuguesa, feita com mão de mestre: um cozido à portuguesa!
Acompanhado com uma pinga alentejana que não desmereceu, o cozido é uma comida para ser disfrutada assim, com tempo e paciência de gastrónomo, espraiando-se por uma conversa demorada e pausada, ao correr lento do tempo, vertendo suavemente vinho no copo e complementando e intermediando com pão, esse precioso acompanhante.
O cozido é um prato de que se aprende a gostar e a valorizar, à medida que se vão ganhando anos. É um consolo para o corpo e uma benção para o espírito. Ainda bem.

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Conduções

Meio da tarde de um dia de sábado. Nas vias internas e circundantes da cidade avolumam-se os carros, despejando gente nas rotas do abastecimento nos hipermercados ou dos passeios rodoviários de fim de semana, com destino ou sem ele. Em qualquer das situações, a velocidade e o risco campeiam. A estrada transforma-se numa via para afirmação da personalidade, muita ou pouca, efémera e ilusória na maior parte das vezes. Há algo estranho, profundamente psicótico, na forma como uma grande parte de nós se comporta na estrada, onde a máxima "eu e o meu carro" faz e dita a lei: manobras perigosas, velocidade excessiva, nenhuma tolerância, uma generalizada insconsciência do perigo e de respeito pelos outros, dentro ou fora do carro. Eu sou eu e o meu carro, juntos e ao vivo. O resto que se lixe!
Alguma coisa de errado se passará connosco, a ver pela forma como conduzimos. Será sina?... Será feitio?... Sina não é certamente e o feitio não tem que bater assim. Boa viagem.

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23 setembro 2006

2.ª leitura

Saíu o número 2 do Sol e reforcei as minhas impressões iniciais. Este jornal visa uma comunidade de potenciais leitores que não são, nem podem ser, os leitores típicos do Expresso, com ou sem modificações ou oferta de produtos. Os conteúdos apontam para públicos nitidamente distintos, dificilmente partilháveis pelos dois semanários.
Sendo mais difícil, por absurdo que possa parecer, a produção de um número 2 do que de um número 1, o Sol terá que precaver, contudo, a necessidade de, pelo menos no caderno principal, os conteúdos mais valorizados, embora de produção mais complexa, são as notícias sobre o País e os seus desenvolvimentos. Diversificar rubricas e cativar públicos-alvo tradicionalmente afastados da leitura de um jornal com as características de um semanário é uma estratégia legítima e possível, embora insuficiente para a atitude com que se aparece no mercado, que se define como ousada, inovadora e desafiadora. E, neste caso, as desculpas com os DVD podem não ser suficientes ou decisivas...

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22 setembro 2006

O Procurador

Para o bem ou para o mal, ter opinião sobre a justiça e respectivos protagonistas constitui uma das características mais actuais na população portuguesa. Praticamente toda a gente, novos ou velhos, especialistas ou amadores, fazem um juízo de valor sobre esta matéria, temperado consoante as circunstâncias, pessoais, profissionais ou socio-económicas. Como em muitos sectores, também a justiça tem que lidar com o fenómeno da exposição mediática e as exigências impostas pela cidadania, esse bem precioso, mas infelizmente raro.
Veja-se o caso da indigitação do novo Procurador-Geral da República (PGR), que vem fazendo alguma da matéria noticiosa dos media, reforçada diariamente com uma pitada disto e um condimento daquilo.
Assim que se soube quem seria o novo PGR, os órgãos de comunicação social e personalidades diversas, dentro ou fora do meio, foram tecendo comentários, uns mais entusiastas, outros mais comedidos. Nada de novo, portanto. De certeza? Quer-me parecer que não.
De há alguns anos a esta parte, o cargo de PGR deve ser um dos que, no nosso País, está mais exposto publica e mediaticamente. E isso também é uma consequência do olhar - muitas das vezes crítico - feito pelos cidadãos comuns sobre a sociedade portuguesa. Como cidadão comum que sou, também não escapo a este movimento ou apreciação, razão pela qual me vou permitir opiniar sobre o futuro PGR.
Das várias coisas que se disseram, o que os meus olhos e ouvidos de cidadão comum captaram foram as citações de comentários proferidos pelo futuro ocupante da Procuradoria, a propósito de aspectos que, como se verá, passará a ter que lidar. Algumas delas, confesso, caíram como sopa no mel! Como ainda sou daqueles que acredita que a palavra vincula - doce e idílico anacronismo, talvez...- veremos o que acontece. E um bom teste é já amanhã, estou certo, com a guerra dos semanários a servir de base. Ou será que não?

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Na mouche

Hoje celebra-se o "Dia Europeu sem Carros". A Galp baixou os preços da gasolina e do gasóleo.

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21 setembro 2006

Caótico

Chega a ser até irónico. Em plena "Semana Europeia da Mobilidade" (16 a 22 de Setembro), Lisboa não se mexe, nem para norte, nem para sul, este ou oeste. Nem para a frente, nem para trás ou para os lados, nada se mexe no trânsito de Lisboa. Uma combinação simultânea e explosiva de políticas de transportes coxas e absurdas, chuva torrencial, greve no Metro, início do ano escolar e um exponencial aumento do número de carros dá nisto: um caótico e parado fluxo de trânsito! A bem da mobilidade.

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20 setembro 2006

Portugalex

"Portugalex" é um programa de humor, que passa na Antena 1, às 7h55 e repete às 11h55, de segunda a sexta. Da autoria de António Machado e Manuel Ferreira, das "Produções Fictícias", o humor do programa é feito com texto, voz e sons. Sem poder contar, por razões óbvias, com outros ingredientes importantes para um programa de humor, respectivamente o recurso à imagem e/ou à expressão corporal ou facial, o programa é corajoso, louvável e, sobretudo, divertido. Sendo uma especialidade particularmente difícil e exigente, o humor feito exclusivamente com recurso ao texto e à voz não é para todos, apesar das anedotas - que, também, não são para todos... Nalguns momentos, faz-me recordar um Herman dos velhos tempos, o da rádio, e dos seus programas "A Flor do Éter" e "Rebéubéu, Pardais ao Ninho!". Cheira-me que esta dupla pode ir longe. Aguardemos.
É ouvir, meus senhores! É ouvir!

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Slogan

Nem Branco nem Tinto. Rosé!

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Encantamento

É uma situação única e fugaz aquela que se usfrui naquele momento preciso, diferente de dia para dia, nem profundamente noite nem madrugadoramente dia. É um momento de grande quietude, quase beatífico, partilhado com o céu claramente estrelado - deslumbrante! - e alguns raros, muito raros, sons da noite.

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19 setembro 2006

Regiões Autónomas

Nem queria acreditar! A leitura do artigo de Vital Moreira, no Público de hoje, deixou-me boquiaberto e sem cor. Intitulado "A irresponsabilidade financeira regional", o artigo revelou-me, numa linguagem transparente e cristalina, quais são as relações fiscais e orçamentais que se vivem e têm estabelecido entre o Continente e as Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira. Escrito sem recurso ao palavreado técnico e denso de fiscalistas ou economistas, o artigo é arrasador para o entendimento muito particular, feito pelas Administrações Regionais, do que deve ser a solidariedade nacional. Admitindo que o comentador não mente ou não exagera - e quero acreditar que não faz nem uma coisa nem outra - o que ele descreve revela uma situação e um estado de coisas verdadeiramente absurdo e, digo eu, profundamente injusto e quase ofensivo para outras regiões do País, sobretudo do Interior. Será que ninguém, iluminado ou não, se lembrará também da "necessidade" de solidariedade com elas?... No mínimo, não se compreende que raio de negócio, pacto, decisão ou política do Governo Central da República possibilita e mantém isto! Será que alguém me explica?

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Papa

O Papa fez asneira. E da grossa! Resta saber se Bento XVI o fez de forma premeditada ou irresponsável. Calculo que isto irá dar lugar a muita especulação, conversa e desenvolvimentos de vária ordem. Como já se está a verificar. Aguardam-se, com curiosidade, as cenas dos próximos capítulos.

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17 setembro 2006

Primícias

Algumas notas da comparação entre o Expresso e o Sol.
  1. O Expresso é mais institucional, o Sol mais irreverente. Algumas semelhanças ao Independente parecem-me evidentes: formato, títulos, o alinhamento editorial. Para além desta influência, o Sol comporta outras, assumindo-se como uma síntese de estilos e tradições jornalísticas distintos, deixando antever uma estratégia de conquista de públicos diferenciados, muitos deles até agora afastados da leitura de semanários: leitores de jornais mais populares ou sensacionalistas, jovens, público feminino, consumidores da imprensa cor-de-rosa.
  2. A provocação do Sol ao Expresso: "Um jornal que vale por si. Este semanário não oferece brindes nem faz promoções". Assim mesmo, sem medos! Outros chamar-lhe-ão prosápia. Veremos qual vinga.
  3. O logótipo do Sol é uma mais-valia, quer do ponto de vista gráfico quer simbólico. A campanha de promoção também funcionou muito bem. Os cartazes são criativos e passam muito bem a mensagem.
  4. No caderno principal a paginação do Sol é mais conseguida, equilibrada e eficaz, proporcionando uma maior facilidade e agradabilidade da leitura. A do Expresso parece-me mais confusa, provocando uma leitura mais esforçada e difícil.
  5. Ambos anseiam marcar a agenda política e mediática. Atenção Sócrates, Governo, Cavaco, Instituições e Personalidades!
  6. Provavelmente o Sol não roubará muitos leitores ao Expresso. No entanto, acredito que a margem e as possibilidades de captação de leitores serão claramente mais favoráveis ao Sol do que ao Expresso, porque me parece que as suas características estão mais sintonizadas com o pulsar do quotidiano e da realidade multifacetada do tecido social. A disputa ficará mais justa e interessante depois dos DVD do Expresso. Os leitores agradecem.

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Chuck Mangione

Passados mais de 25 anos, voltei a ouvir Chuck Mangione. É uma sensação fantástica! Até apetece dizer: "Feels so Good"!

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16 setembro 2006

Sol/Expresso

Sol 1 - Expresso 0.
Isaltino foi o árbitro.
O jogo começou.

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Os Jogos

De memória, lembro-me destes: da Bogalha, da Uva, da Uma, do Baco, da Pirolita, do Pião, do Arco e da Chona. Não sei se estão transcritos em ortografia correcta ou se me terei esquecido de algum. Para o caso, não interessa. Também não será necessário explicá-los. Estes eram "os Jogos"! Os bons, os verdadeiros, os da infância! Quem os jogou sabe do que falo. A simples menção do nome, bem ou mal escrito, pronunciado em voz alta ou em silêncio, será suficiente. Lamento os restantes, mas isto é assunto só para iniciados. Vai um joguinho?...

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15 setembro 2006

In Memoriam

Não cheguei a conhecer-te muito bem. Por feitio, educação ou pudor nunca pudeste permitir que se chegassem ao teu íntimo mais profundo. Não sei se alguém o terá conseguido. É, junto com outros, um dos muitos segredos que contigo levaste. Apesar disso, algumas coisas sei ou fui descobrindo de ti:
- Sei que amaste profundamente a tua mulher e os teus filhos.
- Sei que acreditaste no caminho que escolheste e que tu próprio traçaste.
- Sei que te devotaste à tua profissão.
- Sei que te empenhaste pela terra que assumiste como tua.
- Sei que tinhas convicções e te batias por elas.
- Sei que foste honrado e vertical.
- Sei que eras sensível e humano.
- Sei que tiveste sonhos e desilusões.
- Sei que tenho orgulho nos valores que nos incutiste.
Se fosses vivo, hoje farias anos. Tímido e contido como eras, decerto não quererias festas, honrarias ou entusiasmos excessivos. Ficar-te-ias pelo atendimento do telefone, fruindo secreta e ternamente o prazer que isso para ti representava. A tua idade e sabedoria de velho contentava-se e deleitava-se com isso. Eram as suas únicas - mas preciosas - prendas.
Sei que continuas e continuarás sempre connosco. Por isso, vou fazer um brinde à tua memória e ao teu legado. Onde quer que estejas - seja onde for! - sei que era isso que tu querias e gostarias que se fizesse.
Até sempre, pai!

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14 setembro 2006

Soldados

A notícia da deslocação de soldados portugueses no Afeganistão, de Cabul para Kandahar, região crescentemente alvo de violência e actos de guerra, chamou-me a atenção para a situação dos soldados portugueses em missão no estrangeiro. Que me lembre há, neste momento, para além dos que estão no Afeganistão, soldados portugueses na Bósnia, Congo, Timor e, brevemente, no Líbano. Este também é o preço que se paga pela afirmação da soberania e da respeitabilidade internacional, queiramos ou não. Tal como em tudo, não há "almoços grátis". Nós é que gostamos de acreditar que os há... e costumamos assobiar para o lado.
Não tive que passar, felizmente, pela experiência da Guerra Colonial, por ser ainda adolescente quando o 25 de Abril se deu. Mas tenho algumas memórias dela, mesmo que difusas. Qual seria a família, com filhos varões ou não, que olimpicamente poderia ignorá-la?... O que pensavam os pais e as mães de então, os irmãos e as irmãs, os namorados e namoradas, os maridos e as mulheres, os amigos e as amigas, os conhecidos e as conhecidas, sobre ela?...
Lembro-me de, em criança, ter assistido uma vez ao funeral de um militar morto nessa guerra. Então, com os olhos da criança fiquei fascinado e surpreendido pelo ritual e pela solenidade - em criança, a compreensão dos sinais e dos rituais da morte e do luto parecem longe, muito longe do mundo quotidiano da brincadeira e do sonho...
Hoje, com o olhar calejado do adulto, não sei se estamos preparados para um cenário como esse. É que, como outros então, eu também sou pai, marido, irmão, amigo e conhecido...

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11 setembro 2006

11 de Setembro

Passam hoje cinco anos sobre o "11 de Setembro de 2001". A imprensa, os media e os comentadores têm-se encarregado de no-lo lembrar, pelo menos durante os últimos dias, mostrando, dissecando, analisando, sintetizando, recriando ou especulando em torno dessa data e do que aconteceu nesse dia, em Nova York e no mundo. A menção à expressão "11 de Setembro" comporta significados díspares e uma enorme carga simbólica, desconhecendo-se, para já, qual o lugar apropriado que irá ocupar na História, segundo as incertezas dos historiadores.
Mas, para lá dos especialistas, qual foi o impacto, o sobressalto ou a indiferença, o que ficou dessa data e desse acontecimento na vida, na mente e no lastro do cidadão comum, esse mesmo com o qual nos damos ou cruzamos anonimamente, familiar ou desconhecido, próximo ou distante, ao qual faríamos esta pergunta, numa adaptação livre de uma frase popularizada pelo Baptista-Bastos a propósito do 25 de Abril de 1974, e que seria: "- Onde estavas (e, sobretudo, de que te lembras?...) no 11 de Setembro de 2001?"
Onde estavas?... Será que te lembras?...

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07 setembro 2006

Semanários

O meu interesse pela leitura séria e empenhada dos jornais nasceu com um semanário: - o Expresso. Na época (finais da década de 70) e no meu local de origem (o interior do País) essa era uma experiência muito vivenciada e, provavelmente, irrepetível: o Expresso era para ler de "fio a pavio", sobretudo os cadernos nacional e internacional, e a "Revista", servindo de mote, fonte e inspiração para muitas conversas ou debates apaixonados, assumidos e - quantas vezes! - com colorações "elitistas". Tudo isso acabou, passados uns anos. Para mim, o Expresso foi-se degradando e engordando de papel e destacáveis, cadernos e afins. Continuava líder nas tiragens e nas referências institucionais, mas para mim acabara. Estava farto! A saída da maioria da rapaziada que fazia a "Revista", que vai estar na origem da criação do Público, foi o "toque de finados" para uma paixão antiga. Ponto final.
No entretanto, é certo que houve alguns flirts com o que era a concorrência na altura, primeiro com O Jornal - tipo namoro sério e intelectual - e, depois (mesmo muito esporadicamente), uma ou outra "escapadela" com O Independente, com o qual dificilmente me entendia, embora achasse alguma graça pontual à irreverência e inovação do produto. Mas ambas as relações não frutificaram. E estavam quietas e aquietadas, até há poucos dias, quando os sound bites começaram a mostrar-se e a fazer valer os seus pergaminhos.
Como gosto de jornais, estou na expectativa quanto às próximas novidades no domínio dos semanários, o Expresso e o novo Sol, dirigido por José António Saraiva. Felizmente ou infelizmente, o Independente já não entrará neste campeonato, pois se finou na semana passada. Paz à sua alma.
Pelos primeiros indicadores, a coisa promete. Será que os movimentos do Expresso indiciam algum receio?... Quer-me parecer que sim. Eu, se fosse a eles, não subestimaria o "arquitecto"..., de quem gosto, aliás. Duma coisa estou convencido: tal como nas disputas clubísticas, palpita-me que novas categorias de oposição se vão criar - de um lado os incondicionais do Expresso, do outro os "ferrinhos" do Sol. Assim como assim, não vá o "caso Mateus" correr mal para o futebol português, sempre arranjamos um "campeonato" para nos entreter...

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05 setembro 2006

Parabéns!

J. faz hoje anos. Ao longo do dia tem escutado e ouvido palavras simpáticas, todas elas de agradável e bem-fazejo augúrio, e foi presenteado com a melhor das prendas: o lembrarem-se deste dia, o "seu" dia! Representam pequenos gestos de afecto numa teia grande de cumplicidades. É bom sentirmo-nos "o rei da festa", nem que seja por um dia... E é assim que J. se sente. Parabéns!

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02 setembro 2006

Dylan

Cinco estrelas para o documentário de Martin Scorsese, "No Direction Home", sobre Bob Dylan. Passou na "2:", dias 31 de Agosto e 1 de Setembro. Um trabalho fantástico para dar conta da complexidade de um artista super. Dylan é grande e Scorsese é o seu profeta! "Like a rolling stone...".

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