29 maio 2011

Real ou playstation?...

Oito minutos!, foi quanto durou a fase em que o Barcelona não dominou o jogo de ontem com o Manchester United, na final da Liga dos Campeões, em Wembley, que o «Barça» ganhou por 3-1. Mesmo quando o Manchester empatou, a tendência não se inverteu. Num muito bom jogo, aberto e interessante, viu-se o Barcelona a fazer o que faz melhor do que ninguém, actualmente: rotação da bola por todos os seus jogadores, incluindo e começando na defesa, na zona do campo do adversário, de preferência, trocando e trocando a bola até ao momento em que se faz o passe decisivo para o jogador desmarcado ou se ensaia o remate com boas hipóteses de êxito - parece um jogo de playstation, mas assustadoramente real para a equipa adversária! Ontem, o Manchester provou e comprovou este efeito... Depois, o «Barça» tem para lá uns «artistas» que tornam a coisa fácil para eles e um pesadelo para os adversários, mais parecendo que estão a efectuar um treino, repetido e repetido até ao infinito - mais uma vez, parece cenário de playstation...Será que foi um jogo «real»?!... Deve ter sido, pois, que me lembre, eu nem sei jogar playstation...

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28 maio 2011

Conhecer o MoU

Apesar das polémicas mais recentes sobre a existência de duas versões, é positivo que se tenha tido acesso a uma versão traduzida do «Memorando de Entendimento sobre as condicionalidades de política económica», o já famoso MoU (Memorandum of Understanding) entre o Governo português, a Comissão Europeia, o BCE e o FMI, disponível no portal do Ministério das Finanças, em http://www.min-financas.pt/inf_economica/MoU_PT.pdf
Mesmo para um curioso, a leitura não deixa de ser elucidativa e reveladora do que é que está em causa, e que não é animador. Para que não restem dúvidas sobre a «seriedade» e o «melindre» da matéria versada no MoU, ao longo das 35 páginas da versão portuguesa, a leitura da 1ª página é, de facto, um «tratado», dando-nos logo a entender, não numa nota de rodapé nem a meio ou no final de um parágrafo, quais é que são «as regras do jogo». Fazendo uma avaliação malandreca e nada abonatória acerca de nós próprios, diria que não terá sido «inocente» a existência dessa página nos termos e com o conteúdo nela expressos, bem visível e logo à cabeça, para a inviabilizar qualquer «desconhecimento» ou dificuldade de «entendimento»... - «Adelante», como diria Cardoso Pires, na Balada da Praia dos Cães, e mo recorda um texto de um amigo, publicado no jornal i de hoje. Para além disso, a enumeração pormenorizada, com indicação do calendário que se terá que cumprir - conseguiremos (?...) - das medidas que são propostas não deixa antever trabalho fácil e expectativas optimistas... Pensar o contrário, parece-me, é claramente do domínio do delírio. Avizinham-se tempos difíceis.

21 maio 2011

Simpatizo ou detesto?

É uma questão que fica em aberto, esta de saber se os debates entre os líderes partidários influenciam ou não influenciam significativamente o sentido do voto. Na opinião dos entendidos, influenciará pouco. Na dos não-entendidos talvez a coisa fie mais fino, até porque neste universo se liga «pouco» aos temas e aos programas: o que está em causa, na maioria das vezes, é a personalização e a «escolha» do primeiro-ministro. E, sendo assim, a empatia/aversão para com o candidato pode ser decisiva. Veremos o que se passará a 5 de Junho.

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13 maio 2011

Ajuda externa

A decisão adivinhava-se, tal o desbaratar de recursos. Ao longo do tempo várias vozes se fizeram ouvir, mas a relutância em aceitar as evidências, o esgrimir irresponsável de um domínio da situação - ficcional, como se constatou! - tornaram surdos os ouvidos e cegaram os olhos destes protagonistas. O desfecho adivinhava-se e a decisão abateu-se sobre eles, sem contemplações: ajuda externa!
No dia aprazado para o início das conversações, entretanto combinadas, deslocaram-se ao local escolhido e debateram com a «troika» os fundamentos e as orientações para a solução do problema - difícil e custoso, como se viria a constatar - mas susceptível de ser ultrapassado, desde que se estivesse disponível para impor regras e uma disciplina, até aí inexistentes, remédio para uma situação que tinha chegado a atingir dimensões caricatas e, quantas vezes, absurdas! Não havia como negar os factos e as consequências do que isso acarretava, afiançavam os técnicos das instituições providenciadoras da ajuda. Recusá-la era um suicídio! Por momentos, breves mas intensos, interrogavam-se sobre as razões e o caminho que ali os tinha conduzido, as oportunidades e os recursos esbanjados: porquê, meu Deus, nos tínhamos iludido tanto e julgado termos o controlo da situação?!...
A decisão e o plano foram céleres, embora dolorosos, a aplicar nos próximos tempos: em vez de sueca, jogo do burro! Acabavam-se os desperdícios de trunfos, ases e manilhas colocados em mãos inábeis e incapazes de dar um pequeno capote, apesar das boas cartas. Não haveria mais lugar para destrunfar o colega em vez dos adversários, num vórtice de disparates e de puxadas mal feitas. Estava feito e decido pela troika: levaram uma bandeira!

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07 maio 2011

Quem sai?

Talvez seja conversa eleitoral, não sei, mas parece-me cada vez mais plausível que as próximas eleições se transformem numa luta de galos entre o presidente do PSD e o presidente do PS, eventualmente com proveito adicional para Paulo Portas. Para os dois principais adversários, o que está em causa é a respectiva sobrevivência política: o que conseguir conquistar mais votos contribuirá, provavelmente, para o «despedimento» do adversário do cargo que ocupa no seu partido. Se Passos Coelho não for o mais votado, os seus apaniguados não lhe perdoarão o não ganhar. Quanto a José Sócrates, as incógnitas são maiores... mesmo não sendo o mais votado! Pelo que tem demonstrado, Sócrates só abdicará do seu lugar se o resultado for muito mau, situação que não lhe permitirá, julgo eu, margem de manobra para tentar manter-se. No entanto, nunca se sabe...

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06 maio 2011

O prémio

Antes de se conhecerem os pormenores da ajuda externa ao País, provavelmente menos «optimistas», o primeiro-ministro antecipou-se e apresentou as «boas notícias», levando-me a concluir que, afinal, estávamos todos iludidos: a fazer fé no primeiro, a ajuda externa é mais um «prémio» do que uma sanção ao Governo! Tiro-lhe o meu chapéu, no entanto, pois revelou, com esta mensagem aos meus concidadãos, um claro conhecimento de como os portugueses gostam de ouvir as novidades: boas, sempre boas! O resto?...

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