31 julho 2015

Era uma vez...

Uma história deve começar com um (Princípio);
Que deve continuar e desenvolver-se (Meio);
E terminar quando isso tiver sido concluído (Fim).

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Vendem-se

Cães de fila do imperialismo. Muito dóceis e com pedigree.

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Habilidoso

Roeu a corda e não conseguiram enforcá-lo.

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Caligrafando

A caligrafia era toda torcida. Nalguns momentos, mesmo torta! Quando achou que já era demais resolveu levá-la ao endireita, mas fugiu-lhe entre os dedos e levou a caneta com ela. Não teve outro remédio senão ficar com a esferográfica. Em vez de ficar com pena, resolveu chamá-la para a ensinar.


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Surprise!

Não media as consequências do que dizia ou fazia. Só costumava fazê-lo depois, mas surpreendia-se sempre.

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Generoso

Em vez de dinheiro, dava mãozadas. Mas nunca se esquecia de pedir o recibo.

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25 julho 2015

Excesso

Lia as páginas sem despegar os olhos. Como gostava de imagens fortes e estava com sede, achou que a imagem mais adequada era a do bebedor sôfrego. Fez mal, pois ficou em coma literário.

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Paradisíaco

_ Qual é o seu ideal de férias?
_ Que não me chateiem!

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Nomes

Era um personagem sem nome. Quando quis ter um, mandaram-no chamar pai a outro.

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24 julho 2015

Mudanças

Engatou a terceira, depois de engatadas a primeira e a segunda. Quando quis engatar a quarta, o motor pifou.

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19 julho 2015

Queria podar um pessegueiro mas podei uma oliveira. Poderei vir a ser processado?

Vai depender da oliveira.

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O segredo


Tudo começara por uma frase: «O segredo é a alma do negócio».
Na rua, cruzara-se com o código da actualidade e dissera-lhe adeus. Como ele não respondeu (decerto por não o ter visto), seguiu em frente. Não o pôde fazer por ser sentido proibido, dando a volta por cima, que era nos dois sentidos.
Chegou a uma rotunda e deparou-se com o dilema clássico do eleitor, que era o que ele era nesta parte do dia e do caminho, e resolveu meter a mão no bolso para se tranquilizar e dar algum estilo. Conseguiu-o quanto ao tranquilizar, mas já não no referente ao estilo, que era assim para o sem ele. Teria que ver o que poderia fazer mas não agora, pois estava atrasado.
Contornou a rotunda de acordo com as regras do código da estrada, que não compreendia muito bem e nem sequer se lhe aplicavam, dado ser um peão. Mesmo assim, resolveu cumpri-las e não dar azo a ouvir buzinadelas e nomes feios por parte dos condutores. Sem resultado, contudo.
Saiu na segunda à direita, sempre a cumprir as regras, note-se, mas queria ter saído na primeira, o que não aconteceu, devido à prioridade.
Quando, finalmente, chegou ao local, não se descaiu e manteve-se firme. Ao ser questionado, afirmou: «O segredo é a alma do negócio».

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11 julho 2015

Alerta


Apesar da profissão, dormia bem. Por isso não ficou preocupado, pois atribuía às boas noites de sono a solução para uma boa parte dos males. Saber quais os males que se curavam com as boas noites de sono era um segredo bem guardado, apesar de falar regularmente sobre ele. Falar de um segredo abertamente e ninguém descobrir divertia-o, e isso também contribuía para as boas noites de sono, pois toda a gente sabia (ou devia saber) que a diversão conduz ao bom sono, uma vez que a cabeça está mais leve. O corpo cansado também, mas isso vem por acréscimo. Mas ficou alerta, apesar da boa noite de sono, quando descobriu que não encontrou uma camisa lavada, de preferência também passada, quando abriu a porta do guarda-fatos, local de eleição para se guardarem as camisas, bem como as cuecas, as meias e as camisolas, peças de vestuário assustadiças, por definição, daí terem que estar guardadas pelos fatos, que impõem respeito e ficam bem com gravata, se não contarmos com a Grécia, país que lhes decretou greve.
Não era costume as camisas, ainda para mais lavadas e passadas, ausentarem-se do guarda-fatos sem autorização ou acompanhamento habitual de um fato, que para isso estavam treinados e instruídos. É certo que os tempos estavam diferentes, mas continuava a imperar a prudência e o recato, como continuamente se lhes chamava a atenção. Pelos vistos, em vão.
A primeira tentação foi a de chamar a polícia, mas rapidamente se combateu a tentação e se optou por algo mais em voga: a convocação da comunicação social, se possível a audiovisual em detrimento da escrita, pois estava-se de férias e as edições em papel ainda estavam a ser preparadas. Foi o que se fez, não sem primeiro se colocar um post no Facebook e uma imagem da camisa no Instagram, tendo-se tido o cuidado em escolher uma pose discreta mas apessoada, pois havia que manter o nível e não dar azo a especulações maldosas ou mal-intencionadas, risco grande, como se sabe, quando se pertence a um determinado estrato ou se anda nas bocas do mundo, como os futebolistas e os artistas, por exemplo, embora estes não costumem andar de camisa, mas mais de t-shirt.
Para além da comunicação social também se chegou a pensar na protecção civil, mas abandonou-se a ideia, pois desconhecia-se que código de cores invocar para este tipo de emergência. Por estarmos em época de praia também se aventou a hipótese de pôr um avião a voar com uma tarja a convidar ao regresso a casa, mas também se abandonou a ideia. Ver-se-ia o que dariam as próximas 48 horas, seguindo o conselho da polícia, que alguém de bom senso resolveu chamar entretanto.
Acabou tudo em bem, felizmente. Alertada pelo Facebook, divulgada pelo Instagram, pelos rodapés da televisão e pelos sons da rádio, a nossa camisa deu resposta aos apelos e sossegou-nos a todos, dizendo que estava tudo bem mas um pouco amarrotada, e que só regressaria a casa quando terminassem os festivais de Verão. Como os festivais tinham começado agora, a coisa ainda iria demorar. À cautela, preparar-se-ia uma barrela.

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Saudações

_ Bom dia!
_ Oi.

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05 julho 2015

Encandeada

A candeia ia à frente, a alumiar duas vezes. Foi ultrapassada e deixou de o fazer. Suspeitou-se de doping.

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Pus-me a cavar e a reflectir sobre o mundo. Estarei a fazer bem?

Depende da fase em que estiver. Se estiver no início, mantenha-se só com o cavar.

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Trocas


_ Tenho algumas reticências…
_ Eu tenho um ponto e vírgula, mas não é de hoje; estás interessada em interrogações?

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Evidências



_ O melhor lugar para se esconder um pinheiro é num pinhal.
_ Mas isso não é um pinheiro!?
_ Isto também não é um pinhal.

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Joeirar


Surpreendeu-se quando as viu. Tinha-as esquecido há algum tempo e ficou admirado quando as reencontrou, pois julgava que as tinha lançado para o caixote do lixo. Enganara-se, estava visto, e elas não estavam mal de todo (um bocadito usadas, talvez, mas nada que uma espanadela não lhes desse vida). Fez um gesto galante, a lembrar os velhos tempos, e as peneiras sorriram, com um leve rubor na face. Ficou contente, peneirento que era.

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