29 outubro 2007

Nostalgia

É espantosa a transformação de Tony Soprano. Olha-se para o homem e apercebemos-nos da iminência do fim - qualquer que ele seja, mas do fim. A nostalgia perpassa pela série e os seus personagens. É extraordinário como isso se detecta em cada episódio.
E é isso que vai sobressair, a nostalgia, quando a série, e os seus protagonistas, se forem.

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Cantor(ia)

Os Gato Fedorento regressaram com uma nova sequência de programas, mas sem novidades. Não sei se não correm um risco, apesar da (até agora) unanimidade pública. É um dos riscos do humor: se o público se cansa, chapéu! E esta sequência, há que dizê-lo - e eles próprios o fizeram, aliás - não traz novidades em relação à estrutura do programa, mantendo as virtudes e os defeitos da primeira série. Em relação aos defeitos, por exemplo, não sei por que é se insiste no «número musical», que me é e parece penoso, a maior parte das vezes, tendo pouca ou nenhuma graça. Mesmo que, à partida, a ideia parecesse interessante e com potencial humorístico, julgo que redundou num flop.

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Funcionários

Mais um estudo a afirmar a diferença qualitativa entre o Estado e o sector privado. Não sei se o privado faz melhor do que o público, mas sei que o público podia (e devia) fazer melhor do que o que faz. E a responsabilidade para que isto aconteça é de todos, não de apenas alguns. Muito do que se faz de mal - mas também de bem! - na Administração Pública é da única responsabilidade dos seus funcionários, há que admiti-lo sem subterfúgios! Não adianta escamotear este facto, que é inquestionável para quem conhece, pensa e defende a «cultura pública». Tudo o que visa a sua menorização e negação não passa de uma falácia, que não tem suporte no quotidiano dos serviços e instituições.
Sendo importante, obviamente que não é a única. Os funcionários, bons ou maus, fazem parte e estão integrados numa estrutura hierarquizada. Se esta não funcionar, ou funcionar deficientemente, as consequências para o desempenho e performances profissionais dos funcionários e dos serviços facilmente se podem prever... Continuo a acreditar na igualdade de que bons funcionários fazem boas chefias e vice-versa. Mas não adianta fugir à questão fundamental, que é esta: os funcionários públicos têm que olhar para si e não buscar fora de si a explicação para determinado estado de coisas, boas ou más, relacionadas com eles e com os serviços onde estão. Enquanto isto não for assumido, nada feito. Dizer ou pensar o contrário é iludir-se.

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Feeling

É um cenário que parece afastado, este de Sócrates vir a perder as eleições. Não de ficar sem maioria absoluta, mas de perder as próximas eleições legislativas. Parece um cenário irrealista, visto agora e de acordo com o que se julga serem as suas vantagens. Contudo... Começam a notar-se sinais - não sei se ténues, se evidentes - de que uma surpresa desagradável poderá estar guardada para o primeiro-ministro e para os estrategas do PS... E esses sinais começam a aparecer, parece-me, nos cidadãos normais, os do quotidiano arrastado das grandes cidades. E como estes costumam votar...
Penso que as pessoas se começam a cansar do estilo do primeiro-ministro. O que foi louvado no início, pode agora ser considerado inadmissível ou pouco aceitável. E como as coisas não melhoram - ou, se melhoram, nota-se pouco... - é só juntar dois mais dois. Veremos, daqui a dois anos...

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28 outubro 2007

Animais

Há alguns dias que era sempre a mesma coisa. Ao passar pelo local, sempre o mesmo, estranhava o miar invulgar do gato: rouco e rogativo. No primeiro dia notou, mas não ligou. Ao segundo, porém, estranhou: já não era uma coincidência. Pelo canto do olho apercebeu-se de uma forma rectangular que esvoaçava, presa de um fio, vinda de cima e em direcção ao chão, qual elevador tosco e infantil. Assomando à janela, um velhote dava resposta ao «rogo» do seu amigo e protegido, o gato, talvez sem dono - quem sabe?... Estava descoberto o mistério, um belo exemplo de cumplicidade e gratidão na grande cidade. De um lado, um velho. De outro, um gato com fome. É a grande cidade que os une.

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25 outubro 2007

Sucesso!

E pronto, lá temos mais um tema - a proposta de fusão do BPI com o BCP! Quem ficou a perder foi o Putin, coitado... Logo agora que queríamos impressionar o homem... Ciúme de banqueiro, está visto, que isto de «estar na ribalta» tem muito que se lhe diga...
Nos próximos dias, está bem de ver, lá vamos ter mais uma profusão de comentários e de comentadores, numa cadência que, palmita-me, só costuma ter paralelo no comentário futebolístico: toda a minha «santa alma» vai dizer qualquer coisa sobre «isso», seja ou não «treinador de bancada»!
Não admira, aliás, que, actualmente, os cidadãos portugueses estejam «habilitados» a tecer comentários sobre actividades bancárias e operações de bolsa, tantos e variados têm sido os exemplos.
Para que conste aos vindouros e aos que já cá estão: há, de certeza, mérito nesta «transformação» dos «treinadores de bancada» em «analistas de bancada». No que me parece, o primeiro-ministro ainda vai «assumir» este sucesso, mais não seja para mostrar aos finlandeses...
Se se procurava uma chave para o sucesso, ela aí está! Não é todos os dias que transformamos «simples Josés Mourinhos» em «complexos Alan Greenspans»...

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«Zecas»

«Zeca» é, ou era, um denominativo muito usado na tropa. Como sinónimos, havia também «Piço», «Bimbo» ou «Amélia». Conforme a perspectiva, o «Zeca», assim como os seus sinónimos, tanto podia significar e identificar o «simples», o «parolo», como o «ingénuo» ou o «inocente».
Nos últimos dias, a propósito e na sequência da aprovação do «Tratado de Lisboa», lembrei-me muito destes designativos militares. Julgo não ser o único e duvido que a maioria das pessoas - de «Zecas», quero eu dizer - não esteja, também, baralhada com as opiniões sobre a aprovação do «Tratado de Lisboa».
Consoante o autor, o posicionamento ideológico e/ou institucional ou o humor da ocasião, o que é certo é que se encontram à disposição uma variedade e diversidade de opiniões, favoráveis, desfavoráveis ou assim-assim sobre o Tratado.
É uma carga de trabalhos - mais uma! - para os «Zecas». Ou será para os «Piços»?... Os «Bimbos»?... ou os «Amélias»?...

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22 outubro 2007

Amor de pai

Jardim Gonçalves pagou a dívida do seu filho ao BCP, rezam os sites noticiosos. Desta vez, o amor de pai é mesmo quantificável: 12 milhões de euros, dizem.
A partir de agora, cuidado pais! A fasquia foi colocada bem lá no cimo... Há rankings aonde não se chega...

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Procurador

A entrevista do Procurador-Geral da República (PGR), Pinto Monteiro, provocou um pequeno sismo na modorra da terra e, sobretudo, nas águas do «politicamente correcto». Desempoeirado, disse ao que vinha e muita gente terá gostado de ouvir. Eu gostei. Talvez as pessoas já não estivessem habituadas a ouvir falar assim, daí alguma surpresa pelo tom e pela franqueza. As «ratadelas» já se começaram a ouvir e a fazer o seu caminho. Para o que interessa - me interessa - foi gratificante ouvir alguém falar com alma, sem subterfúgios e com ousadia.

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Notícias

Muita gente não gosta do Sol. Eu gosto.
Muita gente detesta o José António Saraiva. Eu não: reconheço-lhe valor e convicções.
Goste-se ou não do jornal e do seu director, nas últimas semanas quem tem marcado a agenda mediática foi ele. O debate que se tem feito nos últimos tempos teve por base material publicado nas suas páginas: escutas do caso Portucale e as entrevistas de Catalina Pestana e do Procurador-Geral da República, Pinto Monteiro.
Sorte de principiante, talvez. Mas mérito na aposta e opções, também.

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Guiadelas

Terminou o campeonato da Fórmula 1. Em condições normais, não gastaria os neurónios para escrever ou falar sobre os resultados ou as performances das equipas e dos pilotos. Até por uma razão: quero lá saber!
A época foi cheia de casos e «casinhos». Pelos vistos, ganhou o candidato que tinha menos hipóteses. Parafraseando e adaptando uma frase célebre: «Guiou-se direito por linhas tortas». Ainda bem.

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18 outubro 2007

Futebóis

Deitaram-se foguetes e quase se declarou feriado nacional pela «brilhante» campanha da selecção. Foram duas «árduas» batalhas perante dois «potentados» do futebol europeu e mundial: o Azerbeijão e o Casaquistão. Devido à «afronta», os azeris e os cazaques estão inconsoláveis. O treinador «Murtosa» é o «novo» Afonso Henriques.

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Sem nexexidade

O Público e a Bola vão editar, em parceria, um semanário gratuito. O ser gratuito já não constitui novidade, mas a parceria penso que sim. É mais um produto no mercado - pelos vistos, apetecível - dos gratuitos e mais uma machadada nos jornais pagos. Tenho acompanhado a campanha publicitária nas páginas do Público e só posso dizer que é rasca, socorrendo-se do humor com toques de brejeirice e de marialvismo, passando nitidamente a mensagem de que se procurou o mais fácil. Até apetece dizer, meus caros e maus publicitários: «Não havia nexexidade».

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Guerra

Gostei do programa de Joaquim Furtado sobre a guerra colonial. Por mero acidente etário e/ou histórico não a fiz, mas reconheço que não lhe fui imune. Tal como muitos e muitos jovens nas minhas circunstâncias. Como comprovei ao ouvir alguns dos protagonistas e visualizar as imagens. Há mérito num programa destes e muito. Mas também muita incomodidade e estupefacção. Estou certo que muitas feridas se abrirão e as polémicas não deixarão de ser audíveis e contundentes. Talvez seja chegado o tempo de começar o ajuste de contas com a História. Nossa, mas também de outros.

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Novelo(s)

Nos últimos dias, têm sido várias as notícias sobre a Função Pública. Multiplicam-se os cálculos, as expectativas e os desencantos. É já um universo muito complexo de hipóteses, situações e legislação - cansa, só de ouvir falar! Duvido que o efeito não seja cada vez mais confuso e incompreensível, envolvendo no mesmo manto funcionários, responsáveis e organismos. Parece-me que se criou (ou está a criar) um novelo que, nunca ou dificilmente, se conseguirá desenlaçar.

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15 outubro 2007

Futuro?...

É previsível que o palco político se anime nos próximos tempos. Como espectáculo e visto de fora, não deve deixar de ser interessante. Como espectador, confesso, estou a esfregar as mãos para presenciar o que se avizinha, com a dupla Meneses e Santana e as respostas de Sócrates. Não esquecendo Paulo Portas, é evidente. O que é que aí virá?...

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Esquisito

Na história da polícia e do sindicato, na Covilhã, fica-se com uma sensação esquisita, que não fica resolvida com os despachos, antes pelo contrário. Esquisita, também, tem sido a «pontaria» (sina, má sorte?...) do ministro para ser motivo da atenção pública e mediática. Tem sido um bom exemplo de «cada cavadela, sua minhoca». Esquisito.

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Ambiente/Environment

Hoje comemora-se um «Blog Action Day» dedicado ao ambiente. Também me associo, fazendo meu o lema da campanha, «um tema, um dia, milhares de vozes", e recordando duas personagens caras aos ambientalistas: o chefe índio Seattle, com a sua mensagem «Por fim, talvez sejamos irmãos», e Rachel Carson, com o seu livro «Primavera Silenciosa». A memória agradece.

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12 outubro 2007

Dinheirinho

O Diário de Notícias publicou hoje o artigo «Mais dinheiro para quem saia da função pública pelo seu pé». A fazer fé no artigo, o Governo aposta no dinheirinho para conseguir resolver o que não tem conseguido até agora, isto é, uma redução significativa e visível no número de funcionários públicos. Redutor ou não, a verdade é que a reforma da Administração Pública é, cada vez mais (sobretudo?), uma questão de dinheiro. Se vai mobilizar ou não os potenciais «clientes» é a questão que vai ser curioso seguir. Alguém se candidata?

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09 outubro 2007

A Voz do Chão

«A Voz do Chão», sítio web sobre Miguel Torga, foi lançado hoje pela Biblioteca Nacional. Já estava alertado e fui lá logo. O nome «A Voz do Chão» é muito bem conseguido, muito «torguiano». Obviamente, já consta nos «Favoritos».

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Escaganifobético

Ia pela rua e, de repente, aflorou-me à memória uma palavra que já não usava ou ouvia há anos: escaganifobético! Quase dei um salto, com tal lembrança. Que raio, escaganifobético! Passei o dia a pronunciá-la, como que a querer relembrar algo que estava «lá». É mesmo escaganifobético!

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07 outubro 2007

Viagra(s)

Ontem, no Sol, José António Saraiva escreveu a crónica «As complicações do Viagra». Há um excerto que não podia deixar de transcrever, tal a «candura da proposta». Reza assim:
«(...) O Viagra é um dado com o qual temos a partir de agora de contar nas relações humanas.
Ora, sendo assim, faço as seguintes propostas:
Primeira - Que, tal como existem vários tipos de champôs, também passe a haver vários tipos de Viagra: Viagra para idosos, Viagra para jovens, Viagra fraco, Viagra forte, Viagra de efeito curto, Viagra de efeito prolongado, Viagra para cardíacos, Viagra para uso regular, Viagra para uso ocasional, etc. (...)».
Na sequência da proposta, o que vai ser interessante, agora, é ver qual será o «desempenho» da indústria farmacêutica...

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Legis(ladas)

Já me tinha interrogado o que é que seria feito do homem. Finalmente, António Barreto voltou às páginas do Público. E voltou bem, felizmente! Numa altura - mais uma? - em que se volta a falar sobre Educação e os seus benefícios, Barreto traz-nos ao conhecimento uma «pérola» legislativa de um dos responsáveis pela tutela da Educação. Tratando-se de uma transcrição, o «toque» de António Barreto verifica-se na recomendação de leitura «em voz alta» e no parágrafo final, a rematar.
Como sou um rapaz bem mandado, li mesmo em voz alta e, depois da incredulidade inicial, não pude deixar de me rir às gargalhadas à medida que o «exercício» prosseguia. Só visto e lido.

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Comidas

É um interesse mais aprofundado, que não recente, este da culinária e da gastronomia. Mais do que uma necessidade ou interesse físico, penso que também se verifica uma necessidade espiritual. Que a há, não tenho dúvidas. Mais do que o empanturranço ou o deleite alimentar, é de uma procura de equilíbrio que se trata. Se souber bem e for partilhado, melhor.

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04 outubro 2007

Bip-bip

Bip-bip... ecos do Sputnik, passados 50 anos.

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