21 outubro 2018

Pendente(s)

_ Olá! Então por onde é que tem andado?
_ Por aí.
_ E o que é que a traz por aqui hoje?
_ Pendentes.
_ Pendentes?...
_ Sim, pendentes. Interessa-lhe?
_ Depende... Vai mostrar-me?
_ Não, que ideia!
_ Ah... desculpe. Mas não estou a perceber, então... Pendentes de quê?
_ De pagamento, é claro! Já se lembra?

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Tarifa reduzida


Por associação de ideias, chegara ao local. Olhava à sua volta e não via nada de interesse, interrogando-se sobre o que é que o tinha levado ali, àquele ermo. A resposta já fora dada: pela associação de ideias. Mas que ideias? Atendendo ao processo, a margem de escolha não era muita. A não ser que se fizesse batota. E isso não queria. Não achava que fosse consentâneo com o método. Nem com a ética. Teria que se aguentar, por conseguinte. Mas nada o impedia de pensar como e (quem sabe?) eventualmente ir parar a outro sítio mais da sua conveniência. Veria como funcionaria a associação de ideias se estas fossem mais adequadas a um resultado simpático ou, pelo menos, que não desembocasse num local como aquele, ermo e frio, já agora. Começaria então pela temperatura, mais amena, e pela altitude, mais perto do mar. Então, onde é que a junção de ‘temperatura amena’ e ‘altitude mais perto do mar’ o levava? À primeira vista, a lado nenhum, pois continuava no mesmo sítio. Também a uma segunda e terceira vistas. Não estava a sair do sítio onde estava, essa é que era a conclusão que se tirava. Se calhar, a associação de ideias entrara em greve… Ou fora almoçar, pois ainda eram horas disso. Tivera um furo, talvez, caso pensasse em vir de carro. Ou de bicicleta. Mesmo trotineta, que agora parecia estar na moda e começavam a ver-se muitas pelas estradas e passeios fora. Esperaria mais uns minutos. Assim como assim, tinha muito tempo até à chegada da próxima nave. Caso ela viesse à tabela e não se pusesse com ideias, que é como quem diz a associá-las.

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20 outubro 2018

Porque não dá frutos?

_ Não me planta uma notícia?
_ As notícias não são plantas. Não se plantam, escrevem-se. Não quer antes uma alfazema?...
_ De certeza que não quer plantar-me a notícia?...
_ Deixe lá ver... Hum... nada feito. Não tem raiz e não pega de estaca. Lamento. E uma árvore de fruto, que tal?
_ Não tem uma das patacas?
_ Das patacas não, mas limoeiros sim. Quer?
_ Se tivesse uma árvore das patacas a coisa resolvia-se, segundo a lenda... Não acha?
_ Não sei... A notícia é grande?
_ Não. Média.
_ Dá para ser enrolada?
_ Não convinha muito... Não pode antes dobrar em quatro?
_ Poder pode. Mas não se vai perceber grande coisa... Não quer antes um diospireiro?



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07 outubro 2018

Os unicórnios existem?

Há quem diga que sim e há quem diga que não. Na dúvida, pergunte na Web Summit.

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Conto(s)

Era um conto de réis. Não era muito conto, mas era real ou fora. Também permitia comprar algumas coisas, como batatas e carne, e isso não era mau, mesmo que não fosse tanto como nas casas de reis. Servia também para arrematar ou formular um desejo, só que aí com o aumentativo de mil. Réis, não reis, pois tinha uma costela republicana.

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05 outubro 2018

O Que de Verdade Importa

Há sempre ocasiões para formular uma pergunta usando o título deste filme. Ela coloca-se algumas vezes, sobretudo nas experiências de ausência. É nestes momentos, mais ou menos pungentes, que ela aflora, marcando o quotidiano ou a vida de forma indelével. Umas vezes com sorrisos, outras com lágrimas.

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