30 junho 2018

Chuto para o ar III

Há-de haver alguma coisa de extraordinário à volta da adesão das pessoas ao futebol. Umas vezes por boas outras por más razões, que há alguma coisa há. E não é necessariamente do domínio da lógica. É mais do domínio das emoções e dos misticismos, quaisquer que eles sejam. Por isso é que é o jogo que é, com mais ou menos folclore.
Eis aqui um intróito assim para o antropológico, só para desenjoar um pouco dos sistemas tácticos, das pressões altas ou baixas ou das interpretações sobre as decisões do video-árbitro, brevemente uma nova cátedra a dar brado.
Começa hoje a fase a eliminar do Mundial. A nós toca-nos o Uruguai, boa equipa, para uns intransponível face ao que temos jogado, para outros favas contadas, venha o próximo e esse também marcha... Como se vê, a coisa está perfeitamente balizada. Qualquer que seja o resultado, garanto-vos que conversa não vai faltar. Saber se isso se deve ao tempo, à conjuntura, à comida ou à bebida é um outro campeonato. Ala, que se faz tarde!

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23 junho 2018

Estou a pensar abandonar o comentário sobre futebol. Faço bem?

Pense melhor. Já viu no que se vai meter?

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Chuto para o ar II

No Mundial da Rússia têm acontecido surpresas quanto aos resultados finais de algumas partidas. Como essas partidas envolviam as equipas teoricamente favoritas, a surpresa vem daí. É um clássico do mundo da bola, mas habitualmente esquecido. Remonta aos tempos em que o desequilíbrio entre as equipas era acentuado em tudo, a começar nos jogadores e a acabar nas condições disponibilizadas às equipas. Era um mundo diferente do de agora. A parte boa é que a imprevisibilidade é agora uma das regras e tem que se contar com ela. Ser uma boa equipa e um bom jogador também passa por aqui.
Portugal ganhou a Marrocos (1-0) e a rapaziada não gostou do que viu. Fica o resultado, é certo, mas as coisas foram assim para o pobrezinho, com muitas arritmias nos corações e lamentos pelo que se mostrava. Como nada está garantido, há que ter juizinho para o jogo com o Irão. Se acontece aos outros, também nos pode acontecer a nós... É outro clássico.


Comentário: nota-se que o escriba não estava nos seus melhores dias. O texto não é digno de uma rubrica como o 'Pontapé para o ar'. É mais do tipo do 'Passe para o lado', sem profundidade. A escrever assim, não vai lá... Aconselha-se uma revisitação dos clássicos, com matriz regional, onde o pontapé para o ar é executado na perfeição e pelos melhores intérpretes. Se continuar a chutar para o lado é melhor dedicar-se a outra coisa.

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16 junho 2018

Chuto para o ar I

Começou o Mundial na Rússia. Como nos habituámos a isto por estas ocasiões, aqui se deixam alguns bitaites, achismos e afins sobre as futeboladas que se vejam, venham a ver, se desejassem ver, etc. e tal... E logo a primeira em que Portugal entrou a coisa não saiu mal, não senhor. O jogo com a vizinha Espanha mostrou que não é apenas o território que tem dimensões diferentes. No toque, no passa e repassa, a coisa não correu lá muito bem para as nossas cores, na maioria das vezes (tirando os dez minutos iniciais, talvez) com as cores do nosso lado a ficarem ligeiramente desbotadas. Ao contrário de outras ocasiões (vá lá, deve ser isto também o progresso...), a sorte deu uma mãozinha e, quando foi preciso, recorreu ao ás de trunfos Ronaldo, que ontem deve ter tirado o bilhete para começar a ser enfileirado nas lendas deste tipo de competições, qualquer coisa como Ronaldo 3- Espanha 3. Mas (atenção rapaziada!), a coisa não acaba aqui. O vício e a tentação aqui do burgo são antigos, eu sei, e a vontade, vontadinha de que agora, depois do jogo e do resultado com a Espanha, é tudo a bulir, que devem começar a marcar-se os bilhetes e os hotéis para a fase a eliminar como se os rapazes de Marrocos e do Irão fossem jogos de treino e meros passos para um caminho já adquirido é melhor que não se pense e se faça assim. É que nós, convém também relembrar, parece que não somos muito talhados para a Matemática (um mito urbano, provavelmente...) e, talvez por isso, temos uma especial apetência para a utilização da calculadora...

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13 junho 2018

As Guardiãs

Quando os filhos, irmãos e maridos foram chamados para a 1ª Guerra Mundial, são as mulheres que tiveram que assegurar as tarefas que esses tinham deixado para trás, designadamente nos trabalhos dos campos, feitos à custa dos braços e da disponibilidade física e emocional. Belas imagens e um quotidiano duro, temperado pelas estações e o lastro sócio-cultural da época, que era implacável, sobretudo para as mulheres.

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09 junho 2018

Aforismo

O aforismo é reciclável. Reutilize-o.

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Atraso

_ Chegou atrasado...
_ Peço imensa desculpa. Não volta a acontecer.
_ Disse isso ontem. E anteontem...
_ Foram só três dias... Eu...
_ Também só trabalha cá há três dias...
_ É que... é que... a minha avó morreu.
_ Nos três dias?!
_ Não,... claro, só num... Nos outros foi o trânsito.
_ O trânsito...?! Mas mora no andar de cima!!
_ O prédio é especial... Sabe... eu tenho vergonha...
_ Vergonha de quê, diga lá?
_ Eu..., eu... sou extraterrestre!
_ Ah sim...!?, E de que galáxia?
_ Daquela ali... daquela pequenina... Agora varreu-se-me.
_ Estou a ver... da pequenina... Talvez ao lado de Neptuno, não...?
_ Como é que adivinhou...!?
_ É que eu sou de lá...

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02 junho 2018

Troca

_ Mostra lá as palavras.
_ Tenho poucas.
_ Tens p'rá troca?
_ Não sei... E tu, tens?
_ Só substantivos.
_ E calão, tens alguma coisa?
_ Do nosso ou de outros?
_ Dos dois.
_ Tenho que ir buscar.
_ Demoras muito?
_ Talvez. Um pouco... Há problemas?
_ Tenho que ir almoçar. A minha mãe chamou-me... Já não dá. Tchau.


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