30 abril 2009

Momento zen(e) 1

«Onde diabo fica Gaborone e Malabo?!...» - perguntava-me eu - depois de ler, no Diário da República de hoje, a colocação de dois distintos ministros plenipotenciários lusos. «Gaborone?!...», «Malabo?!...», balbuciava eu, batendo com a cabeça nas paredes - devagar, é certo... - até que as teclazinhas mágicas do computador, movidas a browser da internet, me deram a resposta: «Gaborone, capital do Botswana, e Malabo, capital da Guiné Equatorial!».
Anos atrás, talvez esta sacra ignorância não ocorresse: melhor memória, sentidos mais despertos, um interesse mais genuíno por este tipo de informações, quiçá bebidos nalguma publicação de banda desenhada - o Fantasma, talvez, ou o Mandrake - ou nalgum filme exótico do James Bond, filmado lá para os lados de África.
Curiosa associação, esta, provocadas pela ignorância e a ressonância das palavras «Gaborone» e «Malabo», que me levaram à banda desenhada e ao Bond. Foi, sem dúvida, mais um momento zen(e). Para já não falar do «plenipotenciário» e do «Diário da República»...

Etiquetas:

28 abril 2009

Sim

O «não» era o seu cartão de visita. Ansiava e desesperava por um «sim». Um, que fosse. Casou-se.

Etiquetas: ,

22 abril 2009

Perspectiva

Dizer que o Primeiro-Ministro, José Sócrates, vai perder a maioria absoluta, parece-me, hoje em dia, uma resposta fácil e praticamente generalizada, inclusive para os próximos. E a entrevista de hoje, estou convencido, deve ter acentuado essa tendência.
As pessoas estão cansadas dos políticos e da política que temos. Mesmo que a reacção seja de indiferença, esta apreciação e análise estão lá, implícitas. Os efeitos da crise também se manifestam assim, na desconfiança e no desapontamento, mesmo que injustos.
José Sócrates continua a vencer nos palcos mediáticos, mas receio que isso só já não chegue. No pior dos cenários, mais do que a perda da maioria absoluta só a derrota eleitoral. O estilo, que noutras alturas podia ser uma arma temível, está a transformar-se, julgo, numa faca de dois gumes, que lhe vai trazer dissabores, mais não seja pelos anti-corpos que cria. Nos meses que faltam, muita coisa pode acontecer.

Etiquetas:

15 abril 2009

Melhores

O Porto foi eliminado pelo Manchester (0-1). E bem eliminado, diga-se desde já: o Manchester foi e é melhor, mais madura, mais equipa, mais sabedora. Para quem gosta de futebol, foi muito boa a exibição do United: ocupação dos espaços bem feita e capacidade de circulação de bola eficaz. Os sectores bem montados e competentes e uma tarimba muito grande nestes palcos e destas situações. O Porto foi e sentiu-se impotente.
O que parecia bem encaminhado, complicou-se. O Manchester ganhou com as velhas armas, sempre actuais: defender bem, não dar espaços e tomar conta da bola, sabendo o que fazer com ela - progressões rápidas, quando necessário, compassadas quando convinha. E, como se provou, eles sabem e bem.
Não há que ter vergonha: a passagem do Manchester premeia a melhor equipa.

Etiquetas:

Momento zen(e) 0

Que me lembre, nunca tive a menor queda ou tentação para as artes marciais, o yoga, a meditação transcendental, a levitação, os esoterismos, os momentos zen ou os efeitos extraordinários do ginzeng ou de outros produtos mais ou menos exóticos ou mirabolantes. Quando muito, gosto de um cházinho de tília ou de cidreira... Em suma, não percebo patavina ou tenho a mínima preparação nestas matérias mais vocacionadas para um certo tipo de espiritualidade e paragens onde nunca pus os pés. Defeito meu, por certo. Assumido, com certeza. Se calhar, é este o meu primeiro «momento zen(e)». Vou chamar-lhe o «momento zen(e) 0». O do aparecimento. O que pode ser o do 'zero', mas também o do 'ó'. O que está e o que desaparece. O que vê e o que está cego. O do claro e o do obscuro. O do início e o do não-fim. É o zen(e) do ocidental, à beira-mar plantado, que come bacalhau e bebe vinho, que torce pela bola e mastiga umas côdeas. Duras. Como o zen(e). Pelo menos, a esta hora da noite. Que raio de zen(e) este!

Etiquetas:

07 abril 2009

Jesualdo

Muito bom jogo do Porto em Manchester (2-2), hoje. Está tudo em aberto, note-se, mas o Porto jogou muito personalizado, merecendo claramente o resultado e a hipótese que se abre. Se não se deslumbrar, talvez possa seguir em frente.
Mérito, e muito, de Jesualdo Ferreira nesta caminhada e na prestação do Porto nesta altura. Com o jogo de hoje, penso, deve ter ganho definitivamente a sua «carta de alforria» como treinador de méritos reconhecidos. Mais do que os resultados, o desempenho dos jogadores está aí para o demonstrar e atestar - vejam-se, por exemplo, as partidas feitas por Fernando e Cissokho: que brilharete!

Etiquetas: