27 fevereiro 2022

(Dis)semelhança

Vivia-se ao ritmo de uma situação confortável, moderna e despreocupada... Glamorosa, até... Depois, apareceu um urso...

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Que palavras...?

Já tudo foi dito ou ainda nada foi dito...? Parece um jogo de palavras, sem sustentação real, do domínio da brincadeira, pensa-se, ou do exercício inócuo, conclui-se. Talvez. Sobre o que se passa actualmente na Europa, permanece a frase inicial: já tudo foi dito ou ainda nada foi dito...?

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22 fevereiro 2022

Aplicado

_ Dê-me um exemplo de um palíndromo!

_ Literal ou figurado...?

_ Já disse: dê-me um exemplo de palíndromo!

O interpelado responde com uma sequência de sopapos...

_ Porque é que fez isso!?...

_ Eu perguntei...

_ Mas tinha que escolher logo esse, «sopapos»?!...

_ Era para mostrar que domino a matéria...

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Faites vos jeux...

Não estavam para ali virados, para o lado da fortuna, mas para o outro, para o da resignação... Vistas as coisas, era como uma espécie de aposta que tinha ditado esse resultado, vá-se lá a saber porquê... Ou talvez se soubesse, quem sabe...?

 


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20 fevereiro 2022

Guerra(s)

Há um desconforto grande a perpassar nos dias que correm… Os sinais são preocupantes e a sensação de um aproximar do precipício é cada vez mais sentida, exageradamente ou não… Olhando em volta, qualquer sensatez constata o óbvio: cuidado! Cuidado! Cuidado, porra!!!

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Ajuntar letras...

Olhou para a frase que escrevera e concluiu que fizera tudo mal... Tirando a colocação da vírgula, que reservara para outras núpcias, não aproveitava o que quer que fosse: sujeito, não havia; predicado, sumira-se; complemento, mirrara-se. Devastado, decidiu corrigir. Falando com a vírgula, convenceu-a a envolver-se. Que não, que nem pensasse! Ficaria assim. Ponto.


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Bisnau(s)

_ Como estamos de cotações...?

_ Mal!... Não dão nada!...

_ Caiu a ligação, foi...?

_ Não. É mesmo assim: não dão nada... Talvez seja melhor dedicarmo-nos à pesca...

_ Já estou nisso... Falta-me é o isco...

_ Sem isco, nada! Usa minhoca...? 

_ Não. Painço! Dizem que é o mais indicado... 

_ Acha que sim...? Isso não é mais para a passarada...?

_ De que tipo...?

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Vamos nessa...?

Saltou-me a frase «regressar à cultura». O que é que isto significa...? Má consciência ou nostalgia, talvez, mas qualquer coisa foi, provavelmente provocada por tê-la ouvido na rádio a alguém que chamava a atenção para a realização de espectáculos em determinado local e datas, a razão próxima foi essa. Mas, repito, que significa regressar à cultura, se a maioria das pessoas nunca por lá passou, muito menos frequentou ou fruiu…? No meu caso, reconheço, talvez só de raspão e de longe, pois até nisto é preciso ter preparação, motivação e disciplina para se andar por esse caminho. Regressar à cultura, sim, mas talvez começando pelo início, procurando saber o que é isso, a cultura. Na maioria das vezes, as opiniões não coincidem e, nalguns casos, até divergem... Será que escrever ao correr da pena, como estou a fazer agora, contribuiu para isso, mesmo que de forma breve…? Não sei. Mas que o apelo do regresso é tentador, isso é um facto. Será possível…? Porque não dar-lhe o toque de que mais gosto, o de torcer o sentido normal ou habitual da expressão e pintalgá-la com um toquezito de nonsense: regressar à cultura, sim, mas quem paga a viagem e o alojamento…?

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19 fevereiro 2022

Argument(iu)

Em plena passadeira para peões, situada na confluência de três ruas, dois carros parados, um táxi e um ligeiro, quase encostados nas frentes, com os condutores dentro das viaturas, ao volante, à semelhança de dois cães que se avaliam e começam a rosnar e a querer mostrar os dentes... À volta, o público a esfregar as mãos para a possibilidade de espectáculo extra e de borla!... Um empreendedor (há-os sempre!...) começa a publicitar o mercado de apostas: «10 para o taxista, 2 para o cidadão anónimo!»... Também o argumentista, desolado pela falta de um terceiro elemento, essencial para um clássico «impasse mexicano», desesperava pelo aparecimento do elemento que faltava para a constituição do trio do impasse, onde é que estava o profissionalismo!...

 


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17 fevereiro 2022

Requisitos

_ O que o recomenda para este trabalho?

_ Não roer as unhas nem as peles dos dedos.

_ Tem distracções?

_ Não, sou muito focado.

_ Lê ou pinta?

_ No horário de trabalho, não.

_ Considera-se bom profissional?

_ Dos melhores! Veja a carteira…

_ Desapareceu!...

_ Já está convencido…?

_ Sim, claro! Está contratado. A que horas começa?

_ Já comecei…

_ Ainda não tinha accionado o cronómetro, que está no bolso…

_ Qual…? Este aqui…?!

 

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