31 outubro 2006

Momentos

Estou a ouvir rádio, a Antena 1, e fixo-me numa voz. É uma voz de mulher e canta um fado. A melodia é agradável, mas a voz é inolvidável. Chama-se Joana Amendoeira.

Conversa com um colega, sobre alterações climáticas. Em poucos minutos, expõe-me, com uma simplicidade e clareza notáveis, alguns fenómenos e explicações científicos envolvidos nesses processos. Uma agradável surpresa.

Pessoa amiga em vésperas de aposentação oficial. É o último dia de trabalho. Muita emoção e, simultaneamente, grande satisfação pelo seu desempenho profissional, reconhecido por várias e diversas manifestações de carinho, algumas inesperadas. Uma vida nova em perspectiva, já amanhã.

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29 outubro 2006

Dominó

Durante alguns anos, fui um praticante fervoroso, entusiasmado e interessado pelo jogo do dominó. Juntamente com a sueca, os matraquilhos e o bilhar, foram como que um roteiro lúdico de gerações, incluindo a minha, etapas necessárias do processo de aculturação social e vivencial. As memórias que guardo desse período são muito boas e gratificantes. Nessa época, o dominó era um jogo muito popular, praticado em todos os cafés, tascas ou colectividades, concitando o interesse de novos, menos novos e velhos, constituindo um bom exemplo de miscigenação etária, social e cultural. À sua maneira, foi uma fonte privilegiada de uma certa vivência e fruição comunitárias, características das regiões do interior. À semelhança, aliás, do que também se verificou com a sueca, os matraquilhos e o bilhar. Apesar de poder ser jogado mano-a-mano, era na componente de parceiros que o dominó ganhava beleza e espectacularidade. Dois bons parceiros, reciprocamente familiarizados com a respectiva maneira de jogar, teciam e entreteciam uma eficaz e disciplinada teia de lances, com sentido táctico e alcance estratégico, tendo por objectivo manter ou alcançar o domínio do jogo conferido pelo "fazer dominó". Mais do que os pontos, o que verdadeiramente os motivava era a possibilidade de prever, condicionar e derrotar os lances dos adversários, em nome de uma atitude e forma diferentes de encarar o jogo, com muito de lúdico e de irreverente. Também aqui, o que verdadeirmente estava em causa era a metamorfose de um antagonismo tão velho quanto a humanidade: o do novo contra o velho, do inovador contra o conservador, do ousado contra o prudente.

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Bacalhau com grão

Tem poucos anos no meu top gastronómico, mas a liderança é incontestável e distanciada: bacalhau cozido com grão, batatas e couve portuguesa! Temperado com azeite e alho e rematado com tinto e pão. Depois de uma bacalhoada desta, até a crise se torna mais aceitável e redonda. Saúde!

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28 outubro 2006

Sorte?

O Porto venceu o Benfica por 3-2. Venceu, mas foi feliz. O 3.º golo aconteceu por sorte, quando se adivinhava mais o golo do Benfica ou, no mínimo, o empate. A reviravolta feita pelo Benfica chegou a ser surpreendente, depois de uma 1.ª parte muito boa do Porto. Na segunda foi o que se viu: praticamente só deu Benfica. O Porto espatifou-se, baralhou-se, confundiu-se. Ou será que se deslumbrou?... E o treinador, onde estava nesta altura?!...

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Calor

Céu limpo. Sol radioso. Calor. Esplanadas bem compostas. Pessoas a comerem gelados. A t-shirt em vez da camisola. Qualquer pequeno esforço destilava suor. Estamos no final de Outubro. Verão dos marmelos ou de São Martinho, seja o que for, o que é um facto é que hoje esteve um dia de muito calor - ontem também. Melhor do que muitos dias de Primavera ou de Verão. Por este andar, ainda havemos de fazer praia em Dezembro!

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27 outubro 2006

Finalmente!

Finalmente, lá saíram as orgânicas dos ministérios. Já estava cansado de ver o Diário da República, dia após dia. Estava um parto difícil! O que é que se terá passado?... Devagar, devagarinho, lá vamos vendo o PRACE a ganhar forma. Será que é para acreditar? O que é que aí virá?...
Vamos ter conversa interessante ao longo da semana, palpita-me. Ou durante mais tempo. A coisa promete.

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Castanhas

Uma das coisas boas desta época são as castanhas. Na rua ou em casa. Cozidas ou assadas, são uma iguaria. E - como iguaria que são - se pagam. "- Quentes e boas! - P'rás criadas e p'rás patroas!", rezava um pregão que ouvia e decorei, há anos atrás. Não sei se ainda para as criadas e as patroas, mas sempre apetitosas. Sempre. Quentes e boas.

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26 outubro 2006

Acredita?

Chove. Por todo o país. É uma chuva espessa e grossa. Diluviana. Tropical. Castigadora. Pouco comum. Por toda a parte, enchem-se os rios, ribeiros, riachos, lagos e albufeiras. Alguns transbordam. Nas urbes, grandes, pequenas ou de média dimensão, o cenário é caótico e, nalguns casos, catastrófico. Que os telejornais ampliam.
Sei que a memória costuma ser selectiva, mas começam a ser - frequentes - demasiado - os fenómenos climatéricos e meteorológicos que se verificam por estas paragens e que eram mais característicos de outras. Pelo menos, até há pouco.
E você, acredita nas alterações climáticas?...

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23 outubro 2006

Regas

Comparado com muitos países, Portugal tem uma disponibilidade de água muito apreciável. Apesar disto, não deixam de ser surpreendentes algumas opções na utilização deste recurso. Como as regas, por exemplo.
Outubro tem sido um mês com índices de precipitação acentuada. Os terrenos começam a ficar encharcados. Por isso, não deixa de ser bizarro, dia após dia, de manhã e à tarde, ver funcionar os equipamentos de rega automática nos jardins ou espaços ajardinados. Que diabo, a água da chuva não é, neste momento, suficiente? Porque é que se continua este comportamento desleixado, distendido, de quem não tem, aparentemente, muita consciência cívica e ambiental? Será que se pensa que isto é inesgotável?... E, pasme-se (!), com a complacência de serviços públicos, uma vez que a maioria destes equipamentos é a entidades públicas que pertencem!
No Verão, as regas são feitas em horas desapropriadas e, na maioria das vezes, regam mais as calçadas ou as ruas do que as plantas. No Outono, pelos vistos, as regas fazem-se a seguir à chuva.
Não custava assim tanto: era só desligar o botãozinho, que raio! Mas isto, pelos vistos, dá muito trabalho e não dá sainete! Quem é que não fica maravilhado com o esguichar mágico, aparentemente saído do nada, que nos fascina, molhados da cabeça aos pés pela chuvada acabada de cair?!...

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22 outubro 2006

Política e sexo

Um livro editado em França, Sexus Politicus, dedica-se ao tema das relações entre política e sexo naquele país. A chamada de atenção para ele é-me facultada pelo Público de hoje, na rubrica "Um livro por semana". Ainda não traduzido em Portugal, palpita-me que, quando o for, pode vir a ser um êxito editorial. Ou talvez nem tanto, uma vez que o estatuto de farol de cultura ou cosmopolitismo da França, sobretudo ao nível sócio-cultural, já há muito que apenas emite uma luz baça e tremeluzente para os nossos olhos. Pelo menos para os meus. Depois veremos.
O tema não deixa de ser interessante, apesar do risco de voyeurismo. É ou não verdade, que o poder, manifestado ou sugerido, costuma ser caracterizado como um poderoso e eficaz afrodisíaco? A ver pelas provas e factos conhecidos, uns mais recentes, outros mais antigos - e não sendo exclusivos de França - parece que a associação entre os dois termos, política e sexo, costuma ser uma associação sólida, permanente e para durar. E, também, qualitativamente gradativa, a fazer fé na afirmação de um dos políticos franceses citados no livro, o primeiro-ministro, Edgar Faure, que declara esta coisa espantosa: "Quando eu era ministro algumas mulheres recusavam-me, mas assim que me tornei presidente (do Conselho de Ministros), nem uma me ofereceu resistência"... E esta, hem!?...

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21 outubro 2006

Feijoada

Uma beleza para a vista, um perfume para o olfacto, um regalo para o paladar: a feijoada!
Num tempinho assim, fresco e chuvoso, num dia de semana com disponibilidade, um sábado, com as companhias certas, a família, pão e vinho, uma feijoada - transmontana, de preferência - é um hino à gastronomia popular! Feijoada, contra a crise e a bem das calorias!

PS.: Quanto às pequenas contrariedades de ordem intestinal, que podem sempre ocorrer na sequência de tal repasto, lembro-me sempre de um dito que ouvi, a propósito disso, ao avô de um amigo meu, que rezava assim:
- Por causa de um bufo de vento, não se estrague um tabuleiro de tripas!

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19 outubro 2006

SCUT

Vai por aí uma agitação, não sei se grande se pequena, relativa à introdução do pagamento de portagens em algumas SCUT, as auto-estradas sem custos para o utilizador. Os comentários que se ouvem são díspares, uns a apoiar outros a condenar. Nada disto é novo, dir-se-á. Para uns, acto de justiça; para outros, quebra de promessas e falta de carácter. Para mim, muito bem! Deveria é ser para todas, no litoral ou no interior! As melhores infra-estruturas devem pagar-se, mesmo que o valor seja pouco mais que simbólico. A fazer-se discriminação positiva, que se faça com um valor, mesmo que pequeno. Dado e arregaçado não!

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16 outubro 2006

Orçamento

Todos os anos, por esta altura do ano, acontece o que é de lei: a entrega do Orçamento de Estado na Assembleia da República. É uma excitação e um corrupio! As tvs, os comentadores, os jornais e jornalistas, os políticos, as figuras gradas do regime e da pátria, os transeuntes e os especialistas são chamadas a emitir um parecer, um comentário, uma laracha ou um desabafo sobre o OE, a sigla mais popular e divulgada, suponho, nos próximos dias. Tudo isto para quê? Na maior parte das vezes, para nada. Desconfio que o "Zé", esse que se chama assim e todos os outros, fogem do OE como o "diabo da cruz!". Habitualmente, já conhecem de ciência certa o que lá vem: uma conversa e uns termos que desconhecem e poucos se mostram interessados em lhos descodificar - com excepções, obviamente - uns cenários que o desencantam e não animam e uma grande, imensa, resignação. Assim como assim, já que não percebem a maioria do que lhe dizem, olham com ar de espanto para os gráficos, percentagens, projecções, cenários, receitas, despesas, inflacção, PIDAC, PIB e siglas afins, o linguajar "economês" e o "financês". Fica o espanto com tanta ciência e o arregalar dos olhos pelos power point. Mas, lá no fundo, a pergunta que todos fazem é esta: quanto nos vai custar?

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15 outubro 2006

Parada alta

Embora ainda não sejam definitivamente conclusivas as provas, a verdade é que a realização, recente e com êxito, de um possível teste nuclear pela Coreia do Norte está a marcar as políticas e diplomacias internacionais. Assunto muito sério, implicações muito sérias, preocupações mais que fundamentadas. O Conselho de Segurança das Nações Unidas já aprovou uma resolução unânime, após conversações elaboradas, que impõe sanções à Coreia do Norte, de vária ordem, incluindo a proibição da exportação de "artigos luxuosos" para aquele país, pormenor que não deixa de ser surpreendente, atendendo às notícias repetidas sobre situações recorrentes de fome..., mesmo que dificilmente comprováveis ou admissíveis pelo regime.
Mestres na chantagem à comunidade internacional, os norte-coreanos e o seu "Querido Líder", uma figura bizarra, mas perigosa, o que é certo é que têm conseguido, aparentemente, ir levando a sua avante. Por necessidade de sobrevivência, tacticismo ou arrogância, a Coreia do Norte vai jogando um jogo perigoso e arriscado, como se verificou nos episódos mais recentes do lançamento de mísseis, em Julho, e, agora, com o tal ensaio nuclear, afrontando, inclusive, um tradicional aliado e suporte do regime, a China, um colosso que se tem movido na cena internacional de forma muito eficiente e nada inocente, posicionando-se como uma grande potência num futuro muito, muito próximo. Que, de certa maneira, já o é. E eles sabem.

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PM, José Sócrates

Acabei de ler, no Público, o Retrato da Semana de António Barreto. "O Mestre das Escaramuças" é o título e o primeiro-ministro, José Sócrates, o visado. Desconheço o impacto que este texto de opinião terá na maioria das pessoas. Provavelmente nenhuma ou, na melhor das hipóteses, alguma em leitores do jornal ou de António Barreto. Mas, se eu fosse José Sócrates, iria lê-lo com atenção - como provavelmente acontecerá. Não sei se outros o terão feito já - possivelmente - mas este artigo disseca, de forma precisa e cirúrgica, a forma de ser e actuar de José Sócrates enquanto primeiro-ministro. Está lá tudo: o bom, o menos bom e o mau! Não são comparáveis os meios e os recursos que, do ponto de vista mediático e de influência, estão à disposição de um primeiro-ministro, como José Sócrates, com os que dispõe um comentador, mesmo que conhecido e prestigiado como António Barreto. Serão sempre desproporcionados. Agora, uma coisa é certa: as coisas que António Barreto diz acertam, perigosamente (do ponto de vista de Sócrates), no alvo. E isto, se eu fosse José Sócrates, deixar-me-ia preocupado...

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13 outubro 2006

Sexta-feira 13

Hoje é sexta-feira treze. Dia aziago para uns, para outros não. Quem estará em maioria, desconhece-se. Que todos temos uma pontinha, grande ou pequena, de superstição, parece-me adquirido. E que é um sinal de sanidade, por contraditório que pareça. E normal. À cautela, é melhor não agitar muito as águas do que não se conhece ou domina pouco, "não vá o Diabo tecê-las!". Ou, na versão popular, "cautela e caldos de galinha" nunca fizeram mal a ninguém! Pois, como se diz ou suspeita, "eu não acredito em bruxas, mas que as há há!". Logo, para não ter que rezar a "Santa Bárbara quando troveja", é melhor aquietar as forças do paranormal com cuidado e mansamente. Santinho!

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11 outubro 2006

Equivocou-se

A Polónia ganhou 2-1 a Portugal, em jogo de qualificação para o Europeu 2008. Não há contestação à vitória, que podia ser bem mais expressiva. Acabámos por perder por poucos.
Por norma, dou o benefício da dúvida aos treinadores, quem quer que ele seja. Acredito que as escolhas que fazem são as melhores, para eles, e de acordo com o conhecimento que têm dos seus jogadores. Mas que se verificou algo estranho, verificou. Que houve equívocos, não há, agora, dúvidas. Um seleccionador não tem a vida facilitada: tem que montar e pôr a funcionar uma equipa em três, quatro ou cinco dias. Por isso, recorre aos conhecidos e testados noutras alturas. Não há grandes milagres nisto. Mas que, também por isso, se estava à espera de mais, estava. Scolari parece ter-se equivocado. Era preciso mais. E não houve.

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Nouanaimine?

José Pedro Gomes e António Feio popularizaram dois personagens, Zézé e Tóni, os protótipos de uma certa forma de ser e de estar, castiça, popular e finória, os protagonistas da Conversa da Treta, que teve sequela com A Treta Continua, que acabei de ver na televisão. É no mundo das tretas, das lérias, manhas e brejeirices, do universo de um certo submundo - mas não só - que a inspiração para a criação destes dois "artistas" ocorre, tornando-os num fenómeno de popularidade, quase que rivalizando com os ídolos "do disco e da cassete pirata", o mundo da música "pimba", das feiras e romarias. Tudo nos personagens é criado com esmero e tique provocador, das roupas ao penteado, sem esquecer o calçado e o "léxico", recheado de pérolas fonéticas e sintácticas, o substrato para que a interpretação dos dois actores - que é notável! - transforme os espectáculos em momentos hilariantes e inolvidáveis. Nouanaimine?

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09 outubro 2006

Agricultura

Terrenos irregulares e agrestes, na sua maioria; propriedades fraccionadas, retalhadas e sem dimensão suficiente; pouca ou nenhuma água; mão-de-obra escassa e/ou envelhecida; predomínio do trabalho braçal; sofrível utilização e acompanhamento de meios e conhecimentos técnicos e científicos; uma visão mesquinha e pouco animadora das perspectivas de futuro: eis aqui o retrato fiel, porque presenciado e sentido, da agricultura nas berças. Percorrida e calcorreada uma área assinalável, os factos e as conclusões são os que se apontam. Com excepções, evidentemente. E os líricos, que também os há. Como eu.

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06 outubro 2006

Notas soltas

De novo, nas berças. Ao correr da pena, algumas notas soltas:
1 - Viagem agradável, sem sobressaltos. É indiscutível que a existência de boas vias de comunicação é fundamental para a transição litoral - interior. É um facto positivo e de assinalar. Mas não chega ou não é suficiente. É preciso mais qualquer coisa. Que dificilmente virá.
2 - Na rua, algures no interior do país, 23 horas. Não se vê vivalma! Parece uma terra fantasma: casas, sombras, uma alma passageira. É feriado e o cenário repete-se por todo o interior. Nem vale a pena nomear terras. Uma serve de exemplo para todas.
3 - Mostra de vinhos e produtos regionais: bem-vinda!
4 - Frequência do espaço internet, gerido e da responsabilidade da câmara, mais um esforço para lutar contra um destino traçado. Estou rodeado de jovens, num espaço preenchido com 12 - 13 computadores. Ouve-se o digitar frenético dos teclados, acompanhado de vozes mais ou menos entusiasmadas. A música de fundo balança uma melodia conhecida. O futuro passa por aqui?
5 - Ritual de cumprimentos, beijos e abraços. É bom voltar a casa.

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05 outubro 2006

Recomenda-se

Podia não haver mais nada, mas o naipe de cronistas da edição de quarta-feira do Diário de Notícias é de se lhe tirar o chapéu. Eu tiro, pelo menos. Pedro Rolo Duarte, Vasco Graça-Moura e Vicente Jorge Silva são, no seu estilo, leituras quase obrigatórias para mim, que não sou leitor assíduo do jornal. Dos três, Vasco Graça-Moura escreveu um texto formidável, intitulado "Modestas proposições", que é verdadeiramente inolvidável: talento puro, escrita brilhante, cultura transbordante, humor finíssimo. Bravo!

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04 outubro 2006

Incentivo

Imaginemos uma pessoa amiga, a quem reconhecemos valor, um pouco inseguro sobre uma opção que envolve um risco limitado, embora real. Sendo amigo, a nossa obrigação é só uma: apoiar e desmistificar esses pequenos receios. Por exemplo, em relação aos blogs. Parece fácil, ter um blog, mas...
Há muita gente - cada vez mais! - que tem um blog. Uns melhores, outros piores, uns mais sérios, outros mais cómicos, mas todos com um valor intrínseco: qualquer um deles transmite, dá a conhecer, a qualquer um, um pequenino ou grande pedaço do nosso ser, mesmo que oculto ou subentendido. E isto representa um passo enorme! Que muitos não querem, ou não podem, dar.
Sobre este assunto, se tivesse que dar alguns pequenos conselhos a essa pessoa amiga, diria isto assim:
Não precisamos de ser génios, crâneos, iluminados, ilustrados, refinadíssimos e ilustríssimos para ter e manter um blog. Mesmo não o sendo, temos, de certeza, alguma coisa que possamos dizer (escrever) com interesse, desde que o queiramos, sem grandes complexos ou pretensões. Preservando-se, ou não, dos comentários e ou considerações. Tendo as pessoas algum talento e coisas para dizer - e esta pessoa amiga tem os dois, indubitavelmente - acho que é um desperdício não se partilhar isso com outros, mesmo que só, ou julgando-se só. Mesmo que não tivesse - ou julgasse não ter - algum ou nenhum destes atributos, o que é que isso poderia desmerecê-la ou amesquinhá-la? Não será suficiente, apenas, ter vontade? É o suficiente, de facto. Por isso, "caríssima pessoa amiga", de que é que estamos à espera?...

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03 outubro 2006

Voz

Elis na rádio, de novo. A cantar Romaria: "É de sonho e de pó...". Que voz!

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02 outubro 2006

Os Sopranos

Acabei de ver o último episódio da série Os Sopranos. É uma série notável, de culto. Já entrou na história da televisão. James Gandolfini, que não conhecia até ao aparecimento da série, faz um papelão, ao compor aquela figura de chefe da Máfia, um fabuloso Tony Soprano. Que frequenta sessões num psiquiatra, em virtude da ansiedade e do stress, e toma Prozac. As sessões com a psiquiatra são um verdadeiro achado, contribuindo para a criação de um mito. Como vão longe, os tempos de Vito Corleone...

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01 outubro 2006

Série

As séries são um dos programas por excelência da televisão. De conteúdos e duração diversos, elas são uma das mais-valias de qualquer estação. Uma boa série provoca fidelização, um valor muito apreciado em tempos de competição acesa, renhida e implacável. Felizmente que em Portugal muitas e boas séries têm passado no écran, como é o caso de Os Homens do Presidente.
Os Homens do Presidente são uma dessas séries de eleição. A passar no AXN, a série retrata o quotidiano da Casa Branca, em particular o quotidiano do staf próximo do presidente norte-americano, os seus homens - e mulheres - de mão, para o bem ou para o mal. Todos os requisitos - trama narrativa, actores, cenários, realização - se conjugam para a transformar num enorme êxito de audiências, confirmado por vários prémios prestigiados e prestigiantes. Quem idealizou e concebeu esta série sabia o que fazia, proporcionando momentos de grande intensidade dramática e humana, alicerçados em interpretações profissionais, sólidas e credíveis, o sal e a pimenta de uma grande série.

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Domingo

Hoje é o Dia Mundial da Música. Só me lembrei agora. É o preço que se paga pela proliferação de "Dias Mundiais", em que a frequência e o hábito condenam a novidade. Também não me lembro de isto estar muito publicitado. É pena, pois a música proporciona-nos sensações inolvidáveis.
Inolvidável, também, é a repetição de uma cena familiar clássica, de pai e filhos num parque, em manhã e tarde de sol. E com os ingredientes mais simples: bola, sorrisos e afectos. E começam a ouvir-se, lá longe, os acordes de "Pedra Filosofal".

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