31 dezembro 2006

Fim de ano

Passa-se na rua, nos cafés ou nos centros comerciais e não se sente qualquer espécie de euforia ou entusiasmo. Fala-se com as pessoas e o diagnóstico é o mesmo. Não sei se é do ano ou da conjuntura, mas cada vez mais as comemorações da passagem de ano são atamancadas, superficiais, plásticas. São, cada vez mais, rituais vazios ou postiços. Os tempos não estão para grandes projectos ou desígnios. Apesar de tudo, Bom Ano de 2007.

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30 dezembro 2006

E esta, hem?!

No dia da morte, por enforcamento, de Saddam Hussein, uma outra notícia - não sei se cómica, se surrealista - marcou a actualidade no país: a suspeita do envolvimento de Portugal no assassínio do ministro libanês da Indústria, na sequência de atentado, em Novembro passado!
Ora aqui está uma notícia com direito ao comentário famoso do Fernando Pessa: «E esta, hem?!».

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29 dezembro 2006

Diário desportivo

Já estava a estranhar, mas aí está a notícia: a partir de Janeiro, começa a publicar-se o primeiro diário desportivo gratuito. Não me custa a acreditar que pode ser um sucesso, à semelhança dos outros diários gratuitos. Parece-me ser uma tendência inexorável. Os riscos para os jornais pagos são cada vez maiores, emparedados por esta tendência e pelas edições on-line.

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Empréstimos

A Banca deve estar pouco contente com as alterações que o Governo tem vindo a introduzir no universo dos empréstimos à habitação. Agora, foi a alteração e a imposição de taxas máximas para as amortizações e para as transferências de empréstimos. Do ponto de vista do consumidor, palmas para o Governo!

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28 dezembro 2006

Sustentável?...

O Conselho de Ministros (CM) de hoje aprovou a versão final da Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável (ENDS) 2015. Ora aqui está uma coisa que poderia servir de impulso e de motivação para a rapaziada e instituições lusas. Será desta?... Mais uma vez, penso que se confirma que não é por falta de planos, estratégias, visões, etc., que as coisas poderiam funcionar de uma outra forma. Se não é disto, então será de quê?...
De acordo com o comunicado do CM, as metas transversais da ENDS serão «colocar Portugal num patamar de desenvolvimento económico mais próximo da média europeia, melhorar a posição do País no índice de Desenvolvimento Humano do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) e reduzir o défice ecológico em Portugal». É este o resultado desejado para 2015.
A ver pelo editorial de hoje no Diário de Notícias, escrito pelo director do jornal, António José Teixeira, com o título «Evasões», a análise que aí se faz ao nosso actual modo de ser e de estar deixa prever uma realidade dificilmente compatível com estas metas. Estaremos a falar do mesmo país?...

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Incógnita

É uma incógnita o que pode vir a acontecer no Iraque - e noutros locais?... - se a condenação à morte de Saddam Hussein for concretizada. Como sempre, andamos mais preocupados com a «morte da bezerra» e, para não variar, irresponsavelmente alheios a este e outros desenvolvimentos na cena internacional. Continuamos um país com uma perspectiva de pequenino, irrelevante e descuidado protagonista, sem interesse ou propensão para um rasgo.

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Temperamental

O cenário parecia perfeito: sózinho em casa; diazinho de férias; ementa escolhida e pinga para acompanhar; os CD de estimação alinhados; pouco frio; sem maleitas visíveis. Parecia, mas não era: tinha-me esquecido dos humores do leitor de CD, que é muito temperamental! Logo no 1.º alinhamento musical o aparelho negou-se! Sendo temperamental, o leitor só toca quando lhe apetece! E, no tempo frio, raramente lhe apetece... Paciência.
Avançou o Plano B e começou a tocar o rádio - este sim, é de de confiança. Por exemplo agora, que toca o Rui Veloso, a partida do leitor quase passa despercebida.
Afinal, o dia não está a ser mau - apesar do leitor. Salvaram-se as outras coisas. Quanto ao leitor, qualquer dia volta a tocar. É só passarem-lhe os humores...

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25 dezembro 2006

Fim de festa

O Natal acabou. Desembrulhadas as prendas, comidas as ementas da época, dados os passeios da praxe, acabou o Natal. Segue-se o Fim do Ano e as rotinas parecidas com as da época que agora finda. Durante uns dias - poucos - retorna alguma calma e sossego. São efémeros, bem sei, mas apreciados, depois da lufa-lufa dos últimos dias. Valeu a pena?... Não valeu?... Há sempre coisas que ficam - as boas.

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24 dezembro 2006

Pai Natal

Afinal, o Pai Natal existe! Entrou-me há pouco pela casa dentro. Está mais gordo do que no outro ano, mas continua bem-disposto. Só lhe faltou dar autógrafos. Os flashes e os «Oh!» foram constantes. Continua generoso, apesar da crise. A garotada, como era de prever, está maluca com as prendas.

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Boas-Festas

Um amigo de infância mandou-me uma mensagem de boas-festas que quero reproduzir aqui. É uma forma de homenagem a este meu amigo e a outros que eventualmente venham a lê-la.
«Ofereço-vos uma caixinha de alegria, embrulhada em carinho, selada com um sorriso e enviada com o desejo de um feliz Natal e um óptimo 2007.».

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22 dezembro 2006

Imagem

Gosto de ver e consultar o sítio do Governo na Internet. Por razões de ofício e por curiosidade, vou lá, pelo menos, uma vez por dia. E foi numa dessas visitas que fui ter ao menu «Comunicação» e, nele, ao «Banco de Imagens». É compreensível o número de fotografias do primeiro-ministro, ilustrando a sua participação ou intervenção em diversas iniciativas, de cariz institucional ou outras. Mas chega a ser impressionante o número de fotografias de José Sócrates. De todas as que vi, e se não me enganei nas contas, apenas 5 não tinham a imagem do primeiro-ministro como protagonista.
Assim se constrói uma imagem e - quem sabe?... - um mito. Também aqui, a parada é jogada muito alto.

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Sincronizado

Hoje foi o dia do «1.º orgasmo global sincronizado», destinado, segundo os promotores, a criar uma energia positiva pela paz. Não sei se falhei a sincronização global ou não, mas aqui fica o meu contributo: «Oooooooooooooooooohhhhhhhhhhhh!!; Aaaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhh!!; Uuuuuhhhhhhhhhhhh!!».

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Título

«Sete monges rivais lutam em mosteiro».
JN, 22-12-2006

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21 dezembro 2006

Babysitting

Já há um serviço de babysitting para blogues, diz o Público de hoje. Tem pais e augura-se-lhe um futuro risonho. É obra!

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20 dezembro 2006

Fruto

Conhecia a planta, de vista, mas não sabia que dava fruto e que este era delicioso. A planta chama-se filodendro ou «costela de adão». O fruto tem um paladar agradável, mistura de banana, ananás e anona, com um formato tipo pinha, mais alongado, de casca verde. Vivendo e aprendendo.

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19 dezembro 2006

Tolerância

A grande questão que preocupava os funcionários públicos nos últimos dias - saber se e quando era a tolerância de ponto do Natal - ficou hoje resolvida. Lá saíu o despacho e os funcionários sossegaram. Agora, podem dedicar-se ao Natal. O fim de ano não tarda.

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Título

«Vaticano FC quer estar entre os maiores do futebol mundial».
Público, 19-12-2006

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18 dezembro 2006

Apitadela

Nem nos seus melhores sonhos - suponho - Maria José Morgado terá alguma vez pensado nesta unanimidade. Tanta unanimidade, neste país, é para estranhar. Veremos se, no fim, o «apito» não pifou. Espero bem que não. Para quem gosta de futebol, «de bola», é talvez chegada a hora de uma apitadela definitiva e catártica. É soprar com força!

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13 dezembro 2006

Prendas de Natal

Fui comprar as prendas de Natal. Olhei para as prateleiras, vi os preços e espreitei para a carteira. Vim-me embora.

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Mãos verdes

Uma interlocutora entusiasmada e sabedora deu-me a conhecer um novo conceito: o de «mãos verdes». Ter «mãos verdes» é ter uma espécie de dom, talento, magia, o que quer que se lhe chame, para que as plantas, depois de colocadas na terra, facilmente criem raízes, «peguem», em linguagem popular. Segundo esta minha colega, o «dom» é quase como uma herança familiar, já que era partilhado quer pela sua avó quer pela sua mãe. Conceito de origem francesa, segundo ela, é gratificante reconhecer-lhe a beleza e a aura mística nele implícitas. São inexplicáveis as formas escolhidas para a revelação do maravilhoso e do encantatório. Pelos vistos, a jardinagem é uma delas.

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09 dezembro 2006

Juros

Ainda ninguém me conseguiu explicar, de forma racional, porque é que as pessoas se endividam a vida toda para comprar uma casa. Feitas as contas, toda a vida útil é consumida a poupar para pagar ao banco o sonho e o desejo da casinha. «Não há mercado de arrendamento», dizem uns. «É um investimento», dizem outros. «É património para os filhos», respondem os defensores da família e da prole. Se é um investimento, quer-me parecer que não deve ser dos melhores: quando se chega ao fim - quando se chega - pagou-se três vezes o bem, no mínimo. Isto é: compra-se um T2 pelo preço de uma moradia! Trata-se, não há dúvida, de um excelente negócio!
Não contentes com uma, ainda há quem se meta noutra: já são dois T2 e «duas moradias»! A segunda tem uma grande vantagem: gasta-se pouco e não dá trabalho, só nos 15 ou 20 dias de férias. Nos outros, fica fechada por causa do pó e da canseira.
Raios partam os juros, que voltaram a subir outra vez!

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08 dezembro 2006

A cadeira

Acabei de ouvir, na SIC Notícias, pela boca de Fernando Dacosta, autor de «Máscaras de Salazar», uma revelação retumbante: a mais célebre peça de mobiliário da história portuguesa contemporânea, «a cadeira de Salazar», afinal está inocente do crime de que foi acusada - ser a responsável pela queda do Dr. Oliveira Salazar! Mas, apesar disso, não foi poupada à fúria da celebérrima governanta do então Presidente do Governo: foi espatifada e atirada ao mar pela D. Maria!
Assim cai um dos ícones da nossa história recente, já com perto de 40 anos. Afinal, a cadeira estava inocente!

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07 dezembro 2006

Sic Comédia

Parece que a SIC Comédia vai ser retirada do pacote normal da TV Cabo. Se isso se concretizar, é uma perda enorme e não se percebe que insondáveis propósitos terão estado na origem desta decisão. De iluminada, a decisão não tem nada. De humorística, talvez tenha qualquer coisa: a do disparate!

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Vencimentos

Os vencimentos das chefias máximas da Administração Pública (AP) sempre foram um tema polémico e discutido, aliás como tudo o que diz respeito ao universo da AP.
Saber se estes vencimentos devem ter um limite máximo ou se devem ser iguais para todos, independentemente da responsabilidade, especificidade e importância dos respectivos organismos, são duas das questões habituais. Pessoalmente, acho que devem ter um limite e devem ser diferenciados consoante as instituições. Quanto ao limite, dificilmente concebo que ele possa ser superior ao de ministro, quanto mais ao de primeiro-ministro. Quanto às responsabilidades, é para mim evidente, lógico e consensual que as direcções-gerais não são iguais. Logo, há direcções-gerais com mais responsabilidade, complexidade e relevância do que outras. Por isso, os respectivos dirigentes devem receber mais do que os seus homólogos de outras com menos responsabilidade e relevância. E também sou favorável, para ambos os casos, que sejam atribuídos prémios e penalizações associados ao desempenho e à performance das respectivas entidades.
Defendo que o preenchimento destes cargos deve ser feito de acordo com a lógica do serviço público e não com a do protagonismo ou da carreira pessoal. Fazer carreira na AP não tem que ser sinónimo de cinzentismo ou de vencimentos indigentes. A Administração Pública tem uma lógica e forma de ser próprias, que não devem ser copiadas ou iguais às do mundo privado empresarial. Mas também não têm que ser antagónicas. Há muitas práticas e exigências praticadas na administração privada que devem ser incorporadas na AP, para melhorarem o seu desempenho e concretizarem melhor essa noção de serviço público. Quanto aos vencimentos, a minha posição continua a ser esta: há um limite que não deve ser ultrapassado, mesmo nas situações em que a requisição de dirigentes é feita no mundo privado, habitualmente melhor remunerado. Ninguém obriga estes potenciais dirigentes a vir trabalhar para a AP, muito menos com um vencimento inferior ao que auferem no local de origem. Mas, se vierem, devem saber que a remuneração que irão usufruir é a da AP e não a do local de origem. Servir na AP tem que representar uma mais-valia, só por si, que deve ser colocada em primeiro lugar, mais do que saber que tipo de mordomias ou de garantias é que isso me pode trazer, incluindo manter um vencimento de origem claramente superior aos que se praticam neste universo. O serviço público também é isto.

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TLEBS, de novo

Os opositores da TLEBS continuam a sovar, sem piedade, a terminologia e os seus defensores. A cada dia que passa, os argumentos, de um e de outro lado, sobem um valor na escala da provocação. Também aqui, não há comparação entre quem defende e quem se opõe. É gritante a diferença, com clara vantagem dos opositores à TLEBS, sobretudo daqueles que têm e exercem real influência nos meios de comunicação social, enquanto colunistas ou opinion makers, mais rotinados e contundentes nestas disputas.
Ontem no DN, Vasco Graça Moura fez gala da sua cultura e ironias e produziu mais um belo texto. Como se não bastasse, na mesma edição do DN, Vicente Jorge Silva ajudou à festa com um outro texto, também bom. Mesmo que tenham razão nos seus argumentos - o que ainda não foi provado, longe disso - estão a perder claramente no espaço mediático. O que também não deixa de ser intrigante é a posição do Ministério sobre isto. Será que não é nada com eles? Nem um nim?...

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06 dezembro 2006

Foi-se

O Sporting foi-se das competições europeias deste ano. Descrença, apatia e resignação foram as características hoje mostradas. Podem dizer que não - é da praxe - mas sentiu-se de mais o resultado anterior com o Benfica. Quando uma equipa não está bem - e o Sporting não está bem - o resultado só pode ser este. É pena, mas é um facto.

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05 dezembro 2006

De pequenino...

A. tem três anos e anda no jardim-escola. L. é educadora. Cenas de um diálogo ao almoço, no momento em que A., à mesa, apoia a cabeça na mão:
L.- Então, A., tens medo que a cabeça caia?
A. - Se calhar tenho, se tirar a mão depressa!

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03 dezembro 2006

200

Este é post n.º 200. Dedicado ao cinema, se calhar não por acaso. Em dia em que conto ir ver o novo «007» e em que o AXN projecta o «Silverado», de Laurence Kasdan, filme que recuperou o western, movimento que teve continuidade em Clint Eastwood, com «Imperdoável». E já que estamos em maré de memórias, aqui ficam mais duas referências de recuperação de géneros: Os «Salteadores da Arca Perdida», de Spielberg, e a «Guerra das Estrelas», de George Lucas. O primeiro, recriando o modelo do filme de acção e aventuras; o segundo, o do filme de ficção científica. Em todos eles, um aspecto comum: a sensação agradável de ver cinema. Ontem, hoje e amanhã.

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02 dezembro 2006

Binte!

Era uma das figuras mais conhecidas na tertúlia do dominó: magro, de fato ou samarra, chapéu na cabeça. Já era velhote quando eu o conheci, mas de feitio e de postura nada envelhecidos. Partilhava connosco - que éramos mais jovens - a sua vida intensa e preenchida, e onde avultavam - não raras vezes - as suas façanhas de conquistador endiabrado. Para nós, era como se fosse um avô: com pinta, graça e muita irreverência. Para ele, talvez, seríamos uma espécie de netos ou, na linha tradicional daquelas bandas, uma rapaziada com quem gostosamente se partilhavam dias e momentos de vida, numa versão lúdica de passagem de testemunhos e de vivências. Gostava muito de jogar dominó. Não que fosse um grande jogador, mas um apaixonado pelo jogo e por tudo o que ele representava: emoção, desafio, disputa. E de se bater contra os jovens, de preferência. Contra os «mágicos», os «professores» ou os "leôncios", tudo etiquetas apostas à rapaziada mais nova que o desafiava. E era com a rapaziada mais nova, não há dúvida, que esse nosso velho companheiro mais se entretinha. A maior das vezes com derrota certa, é um facto, mas sempre inconformado até mais não - «Eu sou uma fraga dura!» - era a orgulhosa divisa que ostentava. E nós acreditávamos. Estando a jogar numa qualquer mesa, era certo e sabido que todos os olhares e atenções seriam para lá deslocados. Era um espectáculo só por si, para além de tudo o mais. Conhecedores do estilo e da exuberência deste jogador, havia muitos pequenos truques para o desestabilizar, a maioria das vezes só para o ouvir dizer, com lamento, a fatídica palavra «Passo...». Quando as coisas corriam bem, contudo, o pagode e o divertimento também estavam assegurados. Sendo o dominó um jogo de pontos, ainda me lembro quando este nosso velhote, com a pedra firmemente prensada entre o polegar e o indicador, esta era projectada - quantas vezes para a rua - de encontro às dos adversários ou parceiros, depois de um batimento mais forte na mesa e de um sonoro e entusiástico: "Binte!".

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01 dezembro 2006

1º de Dezembro

Hoje comemora-se mais um aniversário da restauração da independência. Para muitos de nós, o feriado ganha relevo por ter calhado numa sexta-feira e não por celebrar uma data relacionada com a manutenção do país como independente. Mas isto são já contas de um outro rosário. O que mais interessa é a nossa particular vidinha, de preferência com fins-de-semana prolongados.
Quem deve estar preocupado com a verdadeira razão de ser deste feriado devem ser os nossos compatriotas que, em sondagem recente, declararam a sua preferência pela integração em Espanha. Como é que eles comemoram este feriado? Não comemoram? Vão ao cemitério, em romagem de saudade? Ou, se calhar mais prosaicamente, vão fazer compras ao El Corte Inglés?...

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