22 novembro 2009

Era uma vez... O 25 de Novembro!

O 25 de Novembro de 1975 parece que foi há muito tempo. Hoje, no Público, Paulo Moura apresenta um artigo palpitante sobre os dias frenéticos que precederam essa data, artigo que se lê com avidez e excitação: se for preciso um guião para um filme ou uma série sobre este acontecimento da nossa História contemporânea recente, os elementos estão lá, neste artigo!
É fantástico como a pena do escriba, neste caso, jornalista, pode iluminar e dar vida a factos já ocorridos, quase que se revivendo e sentindo o pulsar do fio da História. Visto a esta distância, e contando, apesar de tudo, com as zonas de sombra ainda por aclarar, cheira-se o cenário e a realidade de uma iminente guerra civil, apesar de tudo contida, e cujos efeitos seriam imprevisíveis. Eis aqui um desafio para os historiadores e os protagonistas, quaisquer que tenham sido. Também, como se disse, uma oportunidade para os autores de ficção, audiovisonada ou não. Às tantas, as contas com a História ainda não estarão todas feitas. O artigo pode ser um excelente ponto de partida. Quem se abalança a dar-lhe continuidade?

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21 novembro 2009

Resíduos

Somos uma sociedade de consumo. São várias as implicações e as complicações, note-se. A questão dos resíduos é uma delas. Mais uma vez, as soluções técnicas e tecnológicas não bastam. Queira-se ou não, aceite-se ou recuse-se, o facto é que o cidadão comum - esse mesmo, o que faz a sua vida normal e quotidiana - não pode alhear-se disto, pese embora a melhoria que se verifica no comportamento e na atitude. Todos somos produtores de resíduos! Escudarmo-nos na eficiência das soluções já em prática, implicando mais ou menos investimento ou recursos, é uma ajuda, mas não chega - no cerne da questão, continuam presentes a opção e o empenho individuais. E em que toda a gente deve envolver-se, novo ou velho, preocupado ou despreocupado. Às vezes, ajuda ser confrontado com uma realidade nua e crua, mesmo que recusada. Em matéria de resíduos, nada como uma pequena (pequenina, mesmo) «terapia de choque»: apercebermo-nos do volume, do odor, do incómodo e do desagradável, quer para os sentidos, quer para a consciência. Nem é preciso ir-se a uma lixeira. Felizmente, já há infra-estruturas que fazem o tratamento e o reaproveitamento possível da «porcaria» e dos «desperdícios» das sociedades humanas contemporâneas. Não fosse isso, e tudo estaria bem pior. O teste pode ocorrer nesses locais, como aconteceu comigo. Será que ainda podemos dizer que nada disto tem a ver connosco?

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ETAR

Nunca tinha visitado uma ETAR (Estação de Tratamento de Águas Residuais). Realizada a visita, não sei o que mais realçar: se a capacidade e o investimento técnico e tecnológico de uma infra-estrutura como esta, se a irresponsabilidade e o desrespeito do «bichinho» humano pelos recursos e o património ambiental comuns. Só visto!

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20 novembro 2009

Merecida

A vitória de Portugal na Bósnia foi justa e merecida. Se houve jogo em que a verdade e a justiça do vencedor nunca estiveram em causa, o jogo de quarta-feira foi um exemplo. Para quem viu as hesitações e as fraquezas de muitas jogos da fase de qualificação, o jogo da 2.ª mão do play-off foi a sua antítese: personalidade, empenho, concentração e vontade de ganhar. Feitas as contas a esta fase a eliminar, Portugal mereceu o seu lugar no Mundial. Houve muitos momentos, talvez a maior parte do trajecto, em que não dava «um tostão furado» pela nossa qualificação. Felizmente, enganei-me no cepticismo. Pelo menos, lá para Junho, já garanti matéria e conteúdo para mais uns posts.

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17 novembro 2009

Belíssimo!

Vi o vídeo no You Tube e fiquei fã: Breaktrough, de Richard Wright, acompanhado por David Gilmour, um coro de vozes melodiosas e um grupo de músicos competentes. Sublime e Belíssimo!

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15 novembro 2009

Desonra

Uma notícia publicada hoje, no Público, alertou-me para um problema e uma questão que, no mínimo, envergonha o País e os seus naturais. A notícia dá conta de uma missão à Guiné-Bissau para exumar corpos de militares portugueses que perderam a vida na Guerra Colonial. Da notícia, chamou-me a atenção a parte em que se refere que são as famílias que devem pagar as despesas para a transladação dos corpos para Portugal. Mesmo que seja isto que a lei estipula, o que contesto é que uma lei como estas exista ou esteja em vigor, sem um sobressalto, um clamor, uma indignação generalizada. Admito que isto seja um desabafo de leigo e que desconheço os fundamentos que possam ter estado na origem de tal legislação, embora possa compreender alguns, mas recuso-me a admitir que isto possa estar materializado e seja aplicado como «chapa quinze». A este respeito e na notícia do Público, comoveu-me o testemunho de um filho de um militar morto em Angola, em 1962, e o relato da história da transladação dos respectivos restos mortais para Portugal. Provavelmente, estou certo, outras histórias semelhantes existirão algures.
Episódios destes não honram nem dignificam o país e as suas instituições. Fiquei indignado e envergonhado.

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À espera...

No jogo de ontem, Portugal com a Bósnia, ainda bem que me deixei dormir na segunda parte, poupando-me a alguns calafrios no final, segundo li hoje no jornal. De que vi na primeira parte, fica-me alguma apreensão e a conclusão de que as coisas não vão ser fáceis, apesar da magra vitória por 1-0. Talvez as coisas possam correr a nosso contento (ou não) em virtude de as despesas do jogo e do resultado estarem agora do lado dos bósnios. Nos jogos de hoje, atacar costuma ser mais difícil do que defender e os contra-golpes são um perigo maior. Vamos a ver se nos safamos e se a boa estrela que ontem nos acompanhou - e que noutros jogos esteve ausente, diga-se ... - se mantém do nosso lado e se, de uma vez por todas, num jogo «de tudo ou nada», mostramos ter mérito em ir ao Mundial, isto após uma caminhada que devia ter tido um desfecho mais tranquilo, atendendo ao grupo e aos resultados.

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08 novembro 2009

O bichinho da bola

A lesão do Ronaldo é uma das notícias do momento e um exemplo da repercussão global e mediática da vida das «estrelas». Ainda ontem, no «i», uma infografia retratava e explicava aos leigos onde se localizava e do que se tratava na dita lesão, com o recurso aos termos próprios da anatomia. Graças às novas tecnologias e aos meios de comunicação de massa, por um lado, e a uma peculiar sugestão de quais serão, presentemente, os «interesses» e as «preocupações» do comum dos mortais lusos, mas não só, aqui temos transposto para o falatório e a conversa de café o problema e o tratamento da lesão do «CR9», obviamente que integrado no contexto do play-off com a Bósnia.
É compreensível que os grandes clubes façam tudo o que lhes é possível para garantirem e preservarem os seus activos, as suas «estrelas», por maioria de razão nos momentos mais complicados e difíceis, como é caso, infelizmente, do Ronaldo. Goste-se ou não, tem que se compreender - aceitar?... - a posição do Real Madrid. Qualquer clube português, de certo, faria o mesmo.
O caso do Ronaldo e das suas implicações estão muito distantes do cenário «idílico» e «prosaico» da lesão do craque do clube da terra, tratado - quantas vezes!... - à base da mezinha do «massagista» ou do «auto-tratamento» passado de boca em boca, tocado a pomadas, elixires e a infra-vermelhos caseiros, rematado nos dias dos jogos com uma passagem pelo endireita, uma massagem com azeite ou um óleo manhoso, um pé-elástico e o segredo de tudo: o «bichinho» da bola!
Sendo a mesma modalidade, é de mundos e de universos diferentes de que falamos. E é isto de que às vezes nos esquecemos.

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01 novembro 2009

Elogio da grade

Talvez pela ocasião, lembrei-me das grades de cervejas. Não as versões mais actuais, adaptadas ao gosto e às exigências modernas, mas as versões mais antigas, as de madeira. Fosse numa celebração, numa festa ou numa aposta, a referência «à grade» era uma referência com um valor e um simbolismo próprios, dignos de assento e de marca no imaginário. Beber, comprar ou apostar uma ou mais «grades» era um código conhecido nos meios em que nos movimentávamos, sinónimo de admiração ou de intimidação, por boas ou más razões.
Presenciei algumas situações em que o recurso a esta forma de quantificar era usada como repto ou desafio para apostas, uma manifestação de virilidade típica de certos meios ou ambientes, como se a coragem e a demonstração pública desse atributo fosse medido ao litro, compartilhando o pódio com o garrafão de cinco litros, apesar de este poder ser circunscrito a um universo mais restrito.

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