30 maio 2007

Jogging

José Sócrates apareceu na televisão a fazer jogging na Praça Vermelha. Nada de extraordinário, se nos lembrarmos que já fez o mesmo no Rio de Janeiro e em Luanda. Mas o problema começa a residir aqui, na sucessão deste número. Uma vez, fica-se agradavelmente surpreendido: não é todos os dias que, pese embora o efeito mediático previsto e calculado, se vê - ou costuma ver - um alto responsável governamental de um país a fazer isso. Que me perdoem os profissionais da rezinga e da maledicência, mas há que reconhecer que, interna e externamente, isto fornece algum sainete, ao próprio e - porque não?! - ao país. Cada vez mais a sociedade e os gestos são mediatizados e globais, não havendo forma de lhe escapar. É assim, quer queiramos, quer não.
Mas se na primeira vez tem alguma graça, já os seguintes começam a ser olhados com outros olhos. Então este, que teve direito a encerramento da Praça, é capaz de vir a ser motivo de mais falatório do que o habitual, como se começou logo a verificar na comunicação social pátria.
Penso que todos os governos, em todos os países, passarão por isto. Há um momento, ou momentos, em que as suas acções e/ou iniciativas começam a descolar suave e irremediavelmente da realidade que os (as) rodeia: começam por pequenos episódios e vão alastrando progressivamente. Quando se dá conta, às vezes já é tarde. Acredito que seja devido ao cansaço. Ou, talvez, ao stress, à pressão, não sei. Mas o sinal está lá: a princípio, é algo que quase não se nota; no fim, o desfasamento é tão grande que se torna irremediável. E aí já pouco haverá a fazer.
É compreensível que se queira dar e projectar uma imagem de tranquilidade e de persistência, mesmo nas situações mais delicadas. A maioria de nós já terá feito - ou tentado - fazer isso. Nos governantes, então, essas qualidades devem ser vistas como atributos valorizados. Mas também há que ter cuidado com as mensagens que se passam para a opinião pública. Iludir ou dar pouca importância ao real, com tudo o que ele também comporta de dificuldades, contrariedades e de posições divergentes é, para os governos, um caminho perigoso, fatal, na maioria das vezes. E os sinais, parece-me, começam a avolumar-se. A princípio, como disse, são ténues, depois...
Voltando a José Sócrates e ao seu jogging na Praça Vermelha, talvez o efeito mediático pretendido não tenha sido alcançado ou - quem sabe? - ele tenha acabado por se virar contra o primeiro-ministro. Aquela imagem da Praça Vermelha encerrada, enquanto o homem dava a sua corrida... Que chatice!

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28 maio 2007

Papel

Continuamos a ser uma «sociedade do papel», apesar do SIMPLEX, das novas tecnologias e de outras melhorias. Umas vezes por culpa da administração, outras por desinteresse dos cidadãos, o que é certo é que o interrelacionamento cidadãos - administração se continua a fazer maioritariamente com recurso ao papel. Mas isto tem limites, quer se queira ou não. Constato isso todos os dias, por razões de ofício. O volume de papel começa a ser crítico e incontrolável e é transversal a toda a administração. Se não se tomarem medidas urgentes, bem podem construir-se e arranjar-se espaços físicos que o problema permanece e só piora com o tempo. O tempo urge. Por isso...
Hoje em dia, já há soluções fiáveis, cómodas e eficazes para solucionar o problema do excesso de papel. Haja vontade, espírito prospectivo e algum dinheiro e as soluções aparecem. Só há que dar o primeiro passo e não ficar refém de paternalismos, que é um dos maiores perigos nesta matéria. A reforma da administração pública também passa - e muito - por aqui. Quem se quer chegar à frente?...

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Análise

No Público, leio os comentários de António Barreto com atenção. Muita atenção. O estilo, linear e conciso, agrada-me. Descreve cenários ou situações de forma clara, articulada e facilmente compreensível. Os retratos são incisivos e perturbantes, de uma grande actualidade. Como o de ontem, focado na realidade do PS, do Governo e de José Sócrates, a que deu o título «Enfim, só». António Barreto não poupa na análise e nas conclusões, sendo o texto um fresco da situação portuguesa presente. Para mais tarde recordar.

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27 maio 2007

Final

Talvez o Belenenses merecesse o prolongamento. O Sporting ganhou a Taça de Portugal. Os comentários devem oscilar entre estas duas tendências. Uma, mais idealista, tenderá a puxar pelo lado do Belenenses, com o argumento «e se...». Outra, a realista, olhará para o marcador e dirá: «Sporting 1 - Belenenses 0». Não é difícil prever qual vingará.

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Basquetebol

Gosto de basquetebol. É um desporto espectacular, competitivo e exigente. Também em Portugal, como pude comprovar, ontem, no jogo final entre a Ovarense e o Porto. Ganhou a Ovarense e é campeã nacional da modalidade. Mas também o Porto o poderia ter sido, o que revela bem o equilíbrio do despique. O «mundo da bola» deveria dar-lhe uma «olhadela» atenta e procurar aprender o porquê.

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Ingenuidade?

Num mundo ideal não seria assim. O preenchimento dos cargos seria feito por mérito e teria em conta a competência, sem grandes sobressaltos e com uma generalizada aceitação pública. Num mundo ideal. O que não é o caso.
A propósito do caso do professor da DREN, no Público de hoje fica-se com uma ideia de como se fará o preenchimento de cargos na Administração Pública, sobretudo ao nível local ou regional. Qualquer que seja o partido no Governo, suponho, na lógica do preenchimento há que contar com o envolvimento das estruturas locais ou regionais do partido, que sugerem, indicam ou «abençoam» a escolha que será, posteriormente, ratificada a nível central. Admito que haja excepções - dependerá do peso político do responsável pela tutela, penso - mas este deve ser o modelo geral. Em vez de uma preocupação genuína com o que é - ou deveria ser - o espírito do «sentido público», o que passa para a opinião pública é uma tendência despudorada e irresistível pelos cargos públicos, numa cadência e com procedimentos nada abonatórios para os respectivos protagonistas. Já suspeitava que assim fosse, embora me recusasse a aceitar este facto.
Reconheço que tenho e defendo algumas ideias ingénuas. Uma delas é acreditar que, na Administração Pública, os cargos poderiam ser ocupados por gente fora do circuito exclusivo das promiscuidades partidárias ou políticas, proximidades pessoais, regionais ou, até, clubísticas. Gostaria de continuar a acreditar nisto.

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25 maio 2007

Jacarandás

«Devo» a António Barreto a chamada de atenção para a beleza dos jacarandás. O lilás, característico das flores, dá-lhes um toque belíssimo e inconfundível. Dá gosto olhar para elas, a direito ou levantando a cabeça. Abençoadas!

P.S.: Para alguns lisboetas - espero que poucos - os jacarandás são muito bonitos mas... sujam os carrinhos! «Deus dá nozes...»...

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24 maio 2007

Entertainer

É sempre agradável ver ou conhecer um governante bem-disposto e com sentido de humor. É claramente melhor do que ver ou conhecer um carrancudo. Mário Lino, ministro das Obras Públicas, parece pertencer ao 1.º grupo, atendendo às mais recentes performances públicas em que foi o protagonista. Duas delas, aquela em que fez a afirmação de que era «engenheiro inscrito na Ordem» e uma outra em que declarou que «um aeroporto não se faz no deserto», vão «pegar de estaca» e irão ser, palpita-me, ciclicamente citadas e relembradas. Está visto que o nosso ministro está a caminho de uma previsível - e muito saudada - carreira de entertainer...

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Opiniões

A suspensão do professor destacado na DREN ainda vai fazer correr muita tinta. A versão da DREN e a do professor não coincidem e são antagónicas: um dos dois não diz a verdade. Há qualquer coisa de estranho, muito estranho, neste episódio. Com sorte - ou azar, depende da perspectiva - o caso ainda vai «sobrar» para Sócrates...

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Liga dos Campeões

Foi uma final pobrezinha, a da Liga dos Campeões. O Milão ganhou com a receita típica italiana: aproveitamento cirúrgico das oportunidades, contenção e cinismo q.b. O Liverpool foi uma equipa mais ousada, teve algumas oportunidades, mas... falhou nesses momentos.

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Candidatos

Dizem que a situação da Câmara de Lisboa não é famosa. No entanto, abundam os candidatos à sua conquista. Qualquer dia, há mais candidatos que eleitores...

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21 maio 2007

Uf!

O Porto foi campeão. Uf!

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20 maio 2007

Apelo

Senhores e Senhoras da Maçonaria ou da Opus Dei,
Mexam os vossos «cordelinhos» e ponham o programa «Liga dos Últimos» no sinal aberto e em horário nobre. A Pátria agradece.

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19 maio 2007

Irmandades

Não sei se a Maçonaria e a Opus Dei são ou não «sociedades secretas», «discretas» ou «assim-assim». O que quer que elas sejam, da fama de exercerem um poder efectivo na sociedade portuguesa, visível ou invisível, real ou propagandeado, não se livram. O tema é recorrente. Volta e meia, na comunicação social, nas conversas de café, nos «mentideros» lá aparece a referência às ligações, as influências e ao dedinho destas «irmandades». Será? Não será? Vá-se lá saber...

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Taça de Inglaterra

Sou de um tempo em que a final da Taça de Inglaterra era o jogo de futebol mais aguardado do ano. Dos jogos transmitidos pela televisão era, habitualmente, o «jogo do ano»: um cenário espectacular, resultado imprevisível, jogo do princípio ao fim, fossem quem fossem as equipas. Muito do fascínio do e pelo futebol inglês era uma consequência da realização deste jogo da final da Taça de Inglaterra. Mesmo quem nunca lá esteve, como é o meu caso, conhecia e reagia à pronúncia da palavra «Wembley» com uma emoção muito particular.
Há alguns anos que não via este jogo em directo. Ao ver o de hoje, foi com as minhas memórias que o confrontei. E o de hoje ficou a perder. Claramente: tácticas e mais tácticas, mais receio de falhar do que de arriscar. Nem parecia uma final de Inglaterra...
Tabelinha Drogba-Lampard-Drogba, desmarcação, subtil desvio do guarda-redes, golo. Está feita a história do golo para os registos. Mas à história do jogo serão acrescentados outros registos: o da primeira final no «novo» Wembley, o do título que faltava a José Mourinho, o da «fuga» para o balneário, o do número 6 reproduzido com os dedos, o do «dono» da taça a descer a escadaria do estádio... Mas isto já é outra história...

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18 maio 2007

Gabriela

No início da semana, passaram 30 anos sobre a projecção do primeiro episódio da telenovela Gabriela. Tive a felicidade de poder visioná-la na e com os olhos da província, o que lhe deu um sabor muito especial. Embora com impacto e influência em todo o país e em todos os estratos socioeconómicos, foi na província, julgo, nas vilas e aldeias interiores que os efeitos da Gabriela mais se fizeram sentir. E compreende-se porquê. Era aí, nas vilas e aldeias do interior, que as «ousadias» da telenovela mais mossa faziam, estilhaçando o quadro de referências habitual e vigente, sobretudo de cariz afectivo e sexual.
Nessa altura, a Gabriela pontuava os horários e os ciclos do país. À hora aprazada, o país parava. Mais do que parava: entrava e vivia numa outra dimensão. Todos, novos e velhos, vividos ou inocentes, não despegavam os olhos do écran, sorvendo as palavras, as expressões e os tiques das personagens de mais êxito. Onde pontificava, graças a uma sensualidade pouco habitual nas rotinas do «cantinho à beira-mar plantado», a «Grabiela», como carinhosa e entusiasticamente era apelidada a personagem interpretada por Sónia Braga. Para além de outras, é claro. Qualquer que seja a história das vivências deste país no pós-25 de Abril, a telenovela Gabriela e a sua principal personagem já lá têm o seu lugar reservado.

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Profissional

Goste-se ou não do homem, a vitória de Sarkozy era esperada. Negar isto era contribuir para uma fantasia - que, por cá, foi muito praticada. Em relação a Ségolène, penso que ganhou o mais profissional e o melhor preparado. O homem parece não brincar em serviço, como já demonstrou com 2 ou 3 gestos para a plateia. Mas que causaram impacto, parece-me inegável. A decisão sobre o texto que passa a iniciar o ano lectivo e a escolha do ministro dos Negócios Estrangeiros deve ter posto a rapaziada de esquerda a interrogar-se. Ainda é cedo, talvez, mas já dá para perceber que o homem deve ser olhado com atenção. De amador, Sarkozy parece não ter nada.

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17 maio 2007

O cão

José Mourinho é uma «estrela», uma star, no melhor e mais genuíno calão de Hollywood. Como as «verdadeiras» stars, reune os atributos inerentes ao estatuto: fama, dinheiro, pose e mediatismo. O que quer que o rapaz faça ou desfaça, ganhe ou perca, provoque ou reconcilie, a marca da star lá está - provocante, sonora e conhecida... Muito.
Agora foi o cão. Amanhã, mais um título, um anúncio, um conflito. Este rapaz é e será sempre uma star. Haja palco e ele estará lá. Com cão ou sem ele.

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Lisboa

A conquista da Câmara de Lisboa é um inegável trunfo político para qualquer partido, sobretudo para os que aspiram ao governo do país. É justificável, por isso, o frenesim e o empenho que as máquinas partidárias mobilizam para esse objectivo, embora me pareça que o PSD vai a jogo «envergonhado» - a escolha do seu candidato parece-me um indício de que se prepara para o apresentar como o «Egas Moniz de Lisboa»...
Não tenho dúvidas de que António Costa será o próximo presidente da câmara. A aposta do PS é fortíssima e qualquer outro resultado seria, no mínimo, curioso...
Costa parece-me ter vantagem, também, na possibilidade de «abrir pontes» à sua esquerda. Caso não o consiga, então acredito que a gestão da câmara ficará mais ingovernável do que é agora, por incrível que pareça.
Aconteça o que acontecer, Sócrates que se «ponha a pau»...

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14 maio 2007

Titubeante

A carreira do Porto na 2.ª volta tem-me irritado. Tem sido titubeante e incompreensível. Quer-se e espera-se mais de um candidato ao título. Cada jogo é um sofrimento e um «ai Jesus»! Até podem ganhar o campeonato - continuam a só depender deles -, mas quanta tremideira, confusão e «seja o que Deus quiser»!
O que é que se terá passado, da 1.ª para a 2.ª volta?... Cansaço?... Irresponsabilidade?... Falta de liderança?... Seja o que for, é muito mau e indício de falta de categoria.
Se o Sporting for campeão, o título fica bem entregue. Os «lagartos» merecem-no.

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13 maio 2007

Eduardo Lourenço

Eduardo Lourenço é, talvez, o grande intelectual pós 25 de Abril. Talvez como nenhum outro intelectual português vivo, usufrui de um reconhecimento e de uma «popularidade» dificilmente encontráveis em mais alguém. É um facto, mesmo que ele pense que não.
Mais uma vez o constatei hoje, ao ler uma notável entrevista sua à Pública, à qual foi atribuído um título - igualmente notável - «Eduardo Lourenço - retrato do pensador errante». Há peças jornalísticas que são luminosas. Tive a sorte de aceder a uma.

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12 maio 2007

Rusticidade?

Os Comandos portugueses no Afeganistão vão ser envolvidos em acções militares ofensivas, diz-nos o Sol. É o preço a pagar pela nossa participação na NATO e temos que nos preparar para o pior. Se acontece aos outros...
A notícia é ilustrada com a fotografia de um soldado português. Olhando para ela, quem cumpriu tropa facilmente reconhece a arma, uma G3, que lhe está atribuída. Uma G3?! Ainda?! De acordo com a notícia, o equipamento dos soldados portugueses pesa três vezes mais do que o dos soldados americanos! É alguma prova de força, isto?!... Pois é, é a tal «rusticidade» apregoada do soldado português. Esperemos que chegue. Sendo um valor com se contar, os tempos não serão outros?...

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Cenário

Os jornais de hoje falam da hipótese António Costa para a Câmara de Lisboa. A concretizar-se, é um indício claro da preponderância das estratégias partidárias - pessoais, também?... - em detrimento das do País. Nada que surpreenda, contudo. Provavelmente, muito do que estará em jogo, agora e no futuro, girará à volta deste cenário. Lá longe, começam a ouvir-se os «tambores da guerra» no PS?...

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11 maio 2007

Negócios

Depois de conhecer o exemplo (e o sucesso!) do americano que vende hectares na Lua, pus-me a pensar nalguns negócios com potencial em Portugal. Eis alguns:
  1. Reservas de Gambozinos.
  2. Marketing Ambiental para Patos-Bravos.
  3. TLEBS Transgénica.
  4. Fabrico de Jogadores Pernetas.
  5. Plantação de Matraquilhos.
  6. Carros Insufláveis.
  7. Bolsa de Opiniões.
  8. Jornais de Mascar.

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Aluado?

Um empresário americano vende hectares na Lua por 25 euros. O negócio vai de «vento em poupa» e já abriu uma delegação em Portugal. Segundo o Público de hoje, já terá amealhado mais de 6 milhões de euros. Parece anedota ou «conto do vigário» mas, pelos vistos, não é. Alguns ilustres presidentes dos Estados Unidos, aliás, serão alguns dos felizes «proprietários» de um «terrenozito» no satélite da Terra.
O dicionário define-me «aluado» como «influenciado pela lua; lunático; amalucado». Quando se houve uma história como esta, somos tentados a pensar que isto assenta como uma luva aos protagonistas. Para o empreendedor americano, de sua graça Dennis Hope (curioso este apelido 'Hope - esperança', não é verdade?...), a «maluquice» já rendeu a módica quantia de mais de um milhão de contos! Afinal, quem é que é o «aluado»?

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10 maio 2007

Remake?

Helena Roseta assume-se como o «Manuel Alegre» para a Câmara de Lisboa. Pelos vistos, a moda pegou no PS. A partir de agora, já se sabe: sempre que houver uma eleição personalizada, no PS vai sempre aparecer alguém a querer repetir o exemplo de Alegre. Nesta eleição, para o remake ser completo só falta que João Soares venha a ser o candidato do PS...

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08 maio 2007

Milagre!

O ministro das Finanças diz que já tem substituto para Paulo Macedo, ex-Director-Geral dos Impostos. Aleluia, o milagre aconteceu! Há uma «alma piedosa» que resolveu «sacrificar-se» pela Pátria, aceitando ser remunerado por um montante inferior ao do primeiro-ministro! Pela forma como a coisa foi noticiada nos últimos tempos, o «contemplado» deve ser quadro da Administração Pública ou beneficiário do rendimento mínimo... Seja como for, a vida não lhe vai ser fácil. Agora, imagine-se que as coisas lhe saem bem...

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Pato-bravismo

Compreende-se a decisão do Governo de «aligeirar» os procedimentos relacionados com o licenciamento. Alguns deles eram anacrónicos e dificilmente justificáveis. As consequências disso eram conhecidas e pouco abonatórias, sobretudo para a Administração Pública (AP). Com razão ou sem ela, era à AP que os ónus eram imputados.
António Barreto, na sua crónica de Domingo, no Público, caracterizava-nos como «um país de patos bravos». Não sei como será nos outros países mas, quanto ao nosso, a definição de António Barreto é uma definição lapidar. E verdadeira, infelizmente. Muitas - se não a maioria - das nossas disfunções têm aí a sua causa.
Com o «aligeirar» dos procedimentos de licenciamento, vamos ver se não há um «novo» surto de «pato-bravismo» e, à semelhança do futebol, engrossa o rol dos «engenheiros de bancada»...

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04 maio 2007

Câmara de Lisboa

Os últimos episódios na Câmara de Lisboa são tão sui generis que quase se acredita estarmos num filme, não sei se cómico, se trágico. Pelo andar da «fita», o clímax seria, talvez, ver Carmona Rodrigues, num bunker, a resistir heroicamente ao(s) «inimigo(s)» que pede(m) a sua renúncia ao cargo... Que «filme»!

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Fumadores e não-fumadores

É difícil deixar de fumar? É.
Na maioria das vezes, respeitam os fumadores os não-fumadores? Não.
Quem quiser fumar, que o faça. Quem não quer, tem direito a não «fumar » o fumo dos outros, sobretudo em espaços fechados. Esta é que é a questão.
Já fui fumador. Por experiência própria sei o que isso representa, para mim e para os outros.

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II Congresso sobre Miguel Torga

Decorre em Coimbra o II Congresso Internacional sobre Miguel Torga. «A minha verdadeira imagem está nos livros que escrevi" é o tema do congresso. Eugénio Lisboa, leio no Jornal de Notícias de hoje, um dos oradores, definiu Torga como «Um dos mais eminentes representantes da brevidade e concisão». É uma afirmação notável e com a qual concordo plenamente. Uma das coisas que me atrai em Torga é, precisamente, esta capacidade. Que é uma virtude e não um defeito.
Não abundam as notícias sobre a realização do congresso. Notícias esporádicas na imprensa generalista, mais na do Porto do que na de Lisboa. Apesar de tudo há algumas, umas mais datadas do que outras.
Fiz uma pequena busca na net e encontrei mais algumas notícias sobre o poeta, algumas desconcertantes.
Uma, diz-me que a leitura de Miguel Torga não consta dos programas oficiais de ensino. Outra, esta relacionada com o congresso, que uma empresa, de Coimbra, vai lançar no mercado uma colecção de pacotes de café e de açúcar com a imagem do escritor...
Em vez da leitura obrigatória de Torga - sim, obrigatória! - tomamos um café. Com poucas calorias, já agora...
Pobre Torga.

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03 maio 2007

Orgânicas

Nos últimos dias, o Diário da República foi-se enchendo com a publicação de leis orgânicas dos serviços. É um ritual cíclico na Administração Pública, embora este tenha um peso especial. Nestes momentos, o quotidiano nos serviços é abalado e focado nas competências e nas designações das novas unidades orgânicas, bem como nos nomes de que se conhece ou fala para a ocupação dos cargos. É também um momento único para a familiarização com novas siglas, umas mais originais do que outras, mais curtas ou mais compridas, fáceis ou difíceis de pronunciar ou decorar. O mais difícil começa, então. Até à próxima?...

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Compensação

Nem Mourinho, nem Cristiano Ronaldo. É o resultado das eliminatórias da UEFA. Más notícias para quem já estava a preparar-se para «desfraldar» a bandeira, como compensação por já não termos nenhuma equipa portuguesa nestas «cavalgadas». Dantes o fenómeno verificava-se com o Brasil, que costumava funcionar como a «compensação» pela ausência crónica - até há alguns anos atrás - da selecção portuguesa nos mundiais. Ficaram baralhados os balanços dos afectos.

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01 maio 2007

(Ir)responsabilidade?

Quando as coisas não correm bem, seja no Governo ou na Administração Pública, é usual a pergunta sobre a responsabilidade dos políticos e dos dirigentes. Onde começa e onde acaba a responsabilidade de um membro do Governo ou da Administração Pública? Calculo que a resposta não seja consensual - provavelmente não o é - e que, qualquer que ela seja, venha «normalmente» integrada num conjunto de considerandos, mas, todavia, não obstante... daqui para a frente, a partir de agora.
Sobre esta matéria, o Público traz hoje uma notícia elucidativa, relacionada com a publicação de um relatório preliminar de uma comissão israelita sobre a última guerra do Líbano, no Verão passado.
Nesse relatório, o primeiro-ministro, o ministro da defesa e o ex-chefe de Estado Maior israelitas não «saem» nada bem na fotografia que deles é feita e do papel que tiveram no desencadear e durante essa crise. Algumas das citações transcritas são, no mínimo, contundentes sobre a (ir)responsabilidade e a (in)competência dos visados. Se vai ter as consequências que se percebem nos subentendidos, é o que se vai ver.

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Atletismo

Não sou um entusiasta do atletismo. O mais aparentado que com isso faço é andar a pé. Muito. Contudo, não sendo entusiasta do atletismo não me inibo de «tirar o chapéu» a quem o é. Como aconteceu hoje ao presenciar alguns momentos da Corrida do 1.º de Maio, promovida pela CGTP.
Para a maioria dos participantes, nota-se, a presença nesta ou noutra iniciativa de atletismo tem muito de exercício e de esforço físico, mas também de alegria e de satisfação. Há participantes de todo o tipo e gostos para toda a gente: jovens e menos jovens atletas; homens e mulheres; corredores longilíneos ou atarracados; cheios de «peitaça» ou de «barriguinha» mais proeminente; sozinhos ou com amigos, compinchas ou camaradas. Aparentemente, todos se comprazem nesta actividade e prática desportiva. Tiro-lhes o chapéu.

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