29 janeiro 2017

Pinta

O pano de fundo era aquele, com uma pequenina nódoa. E não saía!

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Auto(ria)

_ Deixemos as coisas como estão...
_ Sem deixar uma marca?
_ Se o fizermos, somos apanhados.
_ Então e o reconhecimento?
_ É isso que queres?
_ Talvez.
_ Não será um bocadinho burro?
_ Não me parece.
_ Não te parece?
_ Não. Estou a pensar na autoria.
_ É assim tão importante?
_ Pode ser. Para os direitos, por exemplo.
_ E há direitos, para isto?
_ Talvez haja... Quem sabe?
_ Eu é que não sou, de certeza. Estamos a demorar, isso é que é certo.
_ Espera um pouco. Passa-me aí o sal.
_ Não será melhor a pimenta?

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No ponto

A árvore vacilou mas não caiu. Ao contrário das nêsperas. E que boas que estavam!

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No balcão

O homem estava atrás do balcão com uma faca e dissertava sobre o «estar caladinho». À frente do balcão encontravam-se pessoas a ouvir e a esperar pela sua vez. O homem da faca afirmava que «o estar caladinho» era comum nas finanças, onde se ia para pagar, e nos hospitais, para não se ficar doente ou para não morrer. Não se podia dizer, como nas peças e nos livros, que se fizera «um silêncio de morte...», pois o homem da faca o inviabilizava e os que o ouviam de vez em quando davam uma opinião ou outra, junto com um espirro e/ou uma tosse. Parecia estar-se num impasse. A medo, acabou por se aproximar e perguntar o que é que se passava. «Nada de mais», disseram-lhe, «mas aconselho-lhe as bifanas».

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28 janeiro 2017

Desenho

_ E vai ser antes ou depois da bola?
_ A meio.
_ A meio?
_ Sim, a meio. Ao intervalo. Está tudo controlado e cronometrado.
_ E não fogem?
_ Não. As portas vão estar trancadas.
_ E pode fazer isso? Não me parece muito certo...
_ Não só posso, como faço. A palestra tem que ser dada.
_ Mas isso não devia ter sido feito antes?
_ Isso era para os da velha guarda... Eu sou da nova e considero-me um mentor.
_ Mentor? Então agora já não é mister que se diz?
_ Não. Agora é mentor.
_ E qual é a diferença?
_ Muitas. Queres que te faça um desenho?

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Pós-verdades

Teriam telefonado ou mandado uma mensagem, já não se recordava. Mas teria preferido uma carta, que era mais formal, e ainda podia ter selos, que passaria a coleccionar, logo se veria, mas o mais provável era que não. Também não se importaria que fosse por pombo-correio, como no tempo da guerra, que falhara por pouco. Com tordos parece que era mais difícil e com os melros de todo impossível, embora nunca ninguém tivesse tentado, pelo menos que se soubesse. Até agora.
No telefonema, na mensagem, na carta e nas aves, curiosamente todas de carne branca, boas para o colesterol, segundo um estudo que comprara ou que lhe emprestaram, talvez mais esta hipótese, mas a outra também podia servir, dependeria do auditório, que costuma ser mais crédulo do que o das leituras, era o que lhe diziam, tinha a certeza, e que ouvira, precisamente, num auditório, em que todos faziam o papel de auditores, que era o seu caso. Os cépticos que não se rissem e fossem ao dicionário, pois estava lá a palavra, e fora bem empregue...
Pós-verdades em saldos?!... A 30%?!... Não acreditava! Ainda se fosse a 15..., 20..., 25...?... Vá lá que não vá, que as coisas são como são e estamos na época. Agora a 30%?!... Não acreditava e pronto.
Ficara ou pusera-se em choque. Que tivesse dado conta, ainda não estávamos em Marte ou em Júpiter, e onde, aí sim, os saldos valiam a pena e eram dessa ou doutra ordem de grandeza, dependia dos dias e das promoções, mas também do seu estatuto espacial, muito melhor do que as offshores, sabe-se hoje, e onde se pensava investir em grande e em força, que são sempre as características de um investimento como deve ser. Se não for assim, não é investimento. Pode ser outra coisa, mas investimento não é. Para o ser, já se sabe, tem que ser em grande e em força! Também não chega dizer que é em grande e em força. É preciso «aquilo com que se compram os melões», disse-lhe alguém (talvez um «pós-verdadista», quem sabe?...) ou as melancias, dada a dimensão e a comparação ser mais conforme com os atributos do investimento, se não também não serve...
Na dúvida, veja-se como param as modas: se for em frente de uma montra, já sabe, devem ser saldos.



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27 janeiro 2017

Aforismo

Tenha pensamentos elevados! Mas cuidado com as vertigens...

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À beirinha

Estava à beira do abismo. Olhava para baixo, mas as pernas não lhe tremiam. Só as mãos. Imaginou-se noutra situação, mais confortável. Não seria difícil, pensou... Lembrou-se das luvas. Tinha-as no bolso.

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22 janeiro 2017

Ingratas

Comprou umas botas e resolveu estreá-las naquele dia. Como tinha que ir ao mercado, aproveitava para as amaciar. Mas elas eram torcidas e pagaram-lhe com calos. Apesar do sebo.

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Escolha

_ Não me venham com cantigas!
_ E música só, pode ser?

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Resolvi ir ao futebol. Pus-me a ler um livro e fui expulso. A decisão foi acertada?

Se não lhe mostraram o cartão amarelo, não.

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21 janeiro 2017

Machadada

Resolvera dar uma machadada na crise antes que fosse tarde, ela crescesse muito e começassem as vindimas. Era um projecto ambicioso, reconhecia, pois pressupunha o cumprimento dos três requisitos (qual deles o mais difícil...), sendo cumulativos. Mas estava animado. Contudo, o ânimo não chegava. Era importante, digamos que representaria cerca de 25% do necessário, mas os outros 75% eram mais difíceis, atendendo ao aspecto dos seus músculos e à proximidade da época das vindimas, que em linguagem de gestão era «Já ontem!», embora pudesse haver alguma tolerância (pouca) à literalidade da expressão, uma vez que não era todos os dias que se ambicionava dar uma machadada na crise... Ir-se-ia ver como as coisas correriam, mas continuava animado (apesar das frases anteriores). Tinha era que pôr mãos à obra, se a queria concluir a contento. E foi o que fez, começando por fazer extensões e flexões de braços até ao limite do admissível, dado o seu ponto de partida, que era baixo, suspeitava-se... E de facto era, decorridas quatro extensões e três flexões, a terceira já martelada e, aparentemente, feita apenas com o levantar do pescoço, pois o peito continuava teimosamente agarrado ao chão e os braços tinham pedido escusa por nítida incapacidade momentânea para levantar algo mais pesado do que uma pena..., mas tendo sido considerada válida, apesar disso, pois era prática neste tipo de incentivos valorizar o esforço e a motivação, que continuavam elevadas, sendo um critério sempre valorizado, mesmo quando já não há nada a fazer e os formandos só têm como destino o chumbo...
Tinha que se avançar, contudo. E a fase seguinte era a prova de fogo, a verdadeira, a única: pegar no machado e dar-lhe uso! Mas há sempre um risco quando as formações de base não são as mais indicadas para dar conta de um projecto como este, de dar uma machadada na crise, sendo susceptíveis de se enredarem e perderem em pormenores de somenos, como era o caso de saber qual era o género do objecto de corte, se o masculino, «machado», se o feminino «machada», aparentemente importante para quem assim questionava, mas de igual forma irrelevante para quem estava a dar a formação, que após abanar a cabeça resolveu dar um murro em quem estava mais à mão, neste caso o instruendo (ops!, o formando, pede-se desculpa ao auditório e ao simpático público, restabelecendo-se a emissão dentro de momentos...).
Retomada a emissão, resolvida que foi a questão do género, eis de novo o nosso herói, pronto a desferir a machadada fatal, aquela que iria acabar com a crise de uma vez por todas, «acabando-lhe de vez com a raça», expressão que costumava ouvir nos momentos em que se colocava como opção qualquer forma de trabalho físico mais do domínio braçal... Mas a raça da crise era, pelos vistos, «dura como cornos», outra expressão que se recordava de também ouvir nas mesmas circunstâncias da outra, se calhar dita pelas mesmas pessoas, teria que averiguar por quem e se era justificável a utilização das aspas, que à cautela se mantinham, precavendo-se problemas com as citações e os direitos de autor... Mas então, e resultados? «Inconclusivos», diria um optimista, «pífios», resmungavam os cépticos, dando-se-lhe desconto ao comentário, pois já se sabe o que estas almas habitualmente dizem ou pensam...
Na verdade, assentiam os comentadores, a crise continuava onde estivera, com um pequeno lanho, é certo, mas o lenhador estava bem pior, chorando e pedindo à respectiva mãezinha que o viesse ajudar nesta agrura, sobretudo nas mãos e nos músculos (caracterizá-los como doridos era um eufemismo...), mas o mais grave era a safada da crise, que se rebolava a rir e até tossia, de congestionada, mofando e cantarolando (e que bem ela cantava, dirá mais tarde um crítico, que se revelou estar certo e cuja crítica valeu um contrato por seis meses nas salas de ópera do Velho Continente, como se impunha, aliás, e era mais do que justo!...). Estava-se, pois, num impasse, e assim não se ia lá...
Mas, já dizia o sábio, seja ele ou ela quem for, «para grandes males, grandes remédios!». E, no nosso caso, o remédio era o serrote, tomado antes e depois das refeições, sem ser em jejum, de preferência acompanhado com dois ou três copos, de graduação variável, dada a estação do ano e a região vinícola, mas moderadamente...
O que não se contava era com a surpresa, dir-se-á, mais tarde, um verdadeiro «milagre!», de a crise, mesmo depois de serrada ao meio, conseguir, como por magia, reconstituir-se inteira e mais forte, libertadas que tinham sido as peles e gorduras inúteis...
Após a perplexidade, o que acaba por nos salvar é a fé, qualquer que ela seja, neste caso inscrita no ensinamento de que o fecho de uma porta abre sempre uma janela, de oportunidade, neste caso, curiosamente fora das promoções...
E foi o que aconteceu com o nosso herói, refeito das mazelas nas mãos e das dores musculares, que se passeia agora, impante e soberbo, pelos palcos do mundo fora, mostrando e demonstrando o seu número de ilusionismo sobre como se serra a crise ao meio e ela se reconstitui...

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Ler faz bem aos calos?

Faz. Mas o calçado também ajuda!

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15 janeiro 2017

Hipótese (não absurda)

A mensagem era enigmática. Olhou em volta, não fosse estar a ser vítima de alguma partida, mas não conseguiu vislumbrar ninguém. Voltou a olhar para a mensagem e pronunciou-a em voz baixa, a princípio, mas quando chegou ao fim já parecia um orador. Começou a brincar com a entoação e a gesticular com mais ou menos convicção, entretendo-se durante uns bons minutos, mas não conseguindo afastar da cabeça a situação em que se encontrava, que não era famosa. Teria que arranjar alguma solução, precária que fosse, mas uma solução. Chegou a colocar a hipótese absurda, que lhe agradava mas que lhe poderia servir de pouco, pois levava em conta que as hipóteses absurdas são o que são, têm limitações, mas quando vingam fazem ganhar uns trocos nas casas de apostas, o que não era mau, e foi isto que o tentou a ir por aí.
Contudo, mantinha-se desconfiado. Para agravar as coisas, não havia uma casa de apostas por perto e, mesmo que houvesse, também não teria o dinheiro suficiente, coisas que pareciam difíceis de ultrapassar mas que contribuíam para manter intocado o estatuto da hipótese absurda, com isto se valorizando a coerência intelectual do cenário e a captação da atenção de quem possa estar a ler, como se estivessem à espera de uma oportunidade para desmascarar o meliante da pena, a ver como é que se sairia desta. Tratava-se de um jogo, reconhecia-o, mas um jogo em que, ao contrário do que se pensa, não tinha as cartas todas ou nem sequer tinha cartas. Mesmo assim, teria que se avançar e mostrar o jogo. E foi o que decidiu fazer, expondo a mensagem, onde se lia: «Indiana Jones não passou por aqui... Mas o Houdini sim!».



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14 janeiro 2017

Livro

O Verão de 2012, de Paulo Varela Gomes.

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Antenas

Olhou para os telhados e constatou, com surpresa, que as antenas de televisão praticamente tinham desaparecido. Diziam-lhe que era o progresso, com a tv por cabo, mas acreditava pouco, face ao que se perdera de imagens tremidas e de subidas épicas aos telhados para as arranjar, num jeito visionário para as orientar na direcção certa e fora da acção das trovoadas ou das tempestades diversas, muitas vezes apenas nas cabeças ou nas teimosias dos espectadores...
Era o progresso, diziam-lhe, mas os contactos com os extraterrestres deixavam de se fazer tão amiúde, tese defendida aqui e ali pelos entusiastas da «coisa», neste caso da comunicação interestelar através das antenas. E isto era um retrocesso...

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Sentido

_ Qual é o sentido da vida?
_ Esse não é, de certeza...
_ Porquê?
_ É proibido.

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08 janeiro 2017

Sinaleiro

Chegara à cidade com espírito positivo e compenetrara-se de que poderia dar um contributo na gestão do trânsito. Por isso, todas as manhãs, fizesse sol ou estivesse chuva, mas com maior ênfase nos dias de chuva, mais propensos ao caos, se posicionava nas passadeiras de peões e começava a gesticular para os automobilistas a conferir-lhes prioridade, como se fosse um sinaleiro, coisa que uns aceitavam e outros não, redobrando esforços nestes casos, muitas vezes em vão e contribuindo para o acumular das filas, mesmo nos dias de sol... Todos os dias era isto e todos os dias uns se riam e outros nem por isso, havendo inclusive quem pedisse medidas, que de riso ou indiferença tinham pouco...
E um dia as medidas chegaram, sob a forma da autoridade para o efeito, que lhe perguntou o que é que pensava que estava a fazer assim, de sinaleiro, sem os apetrechos regulamentares para tal, respectivamente o capacete, o apito e as luvas, entupindo e emperrando o trânsito, não podia ser, onde é que já se vira?!...
Parecendo não se dar conta de que a advertência era para si, aprumado e digno fez sinal de palma aberta para os carros ao mesmo tempo que metia a outra mão no bolso, provocando um frisson em quem presenciava a cena, dentro dos carros ou apeado, notando-se-lhes na cara a expectativa que se associa aos grandes momentos, bons ou maus, não interessa, mas ansiosos pelo que aí virá... E o que vinha do bolso era um garruço, de cores indistintas, umas luvas, de dedos cortados, e um apito dos rebuçados, daqueles que já não se  encontram, mas que funcionam... E o trânsito começou a fluir, sem filas ou congestionamento, com as pessoas a rirem-se, sem excepção. Chovia. Mas era como se estivesse sol.





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Tentei abrir a porta com a força do pensamento mas não consegui. O que é que faço?

Continue a tentar. Se estiver cansado, use a chave.

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07 janeiro 2017

Na muche

Ouvira dizer que a escrita era uma arma. Se calhar percebera mal. Teria que tirar isso a limpo e comprová-lo.
Começou por disparar umas frases de aquecimento, não se preocupando com a mira. Talvez por isso, atingiu de forma indistinta a cabeça e o coração. Queria mais.
Afinada a pontaria, começou a acertar nas pernas, nos pés e no umbigo. Estava pronto.
Virou a escrita para si... E dispar(at)ou.



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Ao correr (da tecla)

Deixava de escrever ao correr da pena e passava a fazê-lo ao correr da tecla. Para não se tentar com a velocidade, arranjaria um círculo, de fundo amarelo, que colocaria por cima da tecla «Esc» ou da «Ctrl», onde estava inscrito o número 90, alerta suficiente e simbólico acerca do domínio do utensílio, ao mesmo tempo que provocava no leitor um efeito nostálgico dos tempos em que se considerava um «ás do volante». Até resolver o problema da localização do círculo, coisa semelhante ao pavor da «folha em branco», elaboraria um cartaz, em fundo cinzento, onde se avisava: «Aqui jaz o artista. Não incomodar. (Não) tente mais tarde.».



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01 janeiro 2017

Tem dias

Descuidara-se e tinham-se-lhe acabado os dias. Procurou por toda a parte, incluindo atrás das portas e debaixo das camas, mas não encontrou dias perdidos nem achados. Em contrapartida, encontrou algumas horas e minutos, mais pequenos, e um talão da lotaria fora de prazo. Sem dias era como os fumadores sem cigarros e as noites não serviam, habitualmente com sono. Lembrou-se de uma mercearia, ali perto, conhecida por ter de tudo, se veria com dias também. Iria num pé e viria noutro, ao pé coxinho, pois era promessa, de ano novo ou ano velho já não se lembrava, mas uma promessa, certamente, que o caminho ainda era um bocadinho e a subir, pelo menos na ida, não na volta, que era a descer, a não ser que atalhasse.
Chegado à mercearia, cansado de ir só num pé (pudera!), quase lhe saltavam os bofes quando perguntou ao merceeiro se tinha dias, ao que este respondeu que sim, dependia das circunstâncias, mas que logo passava com uma aspirina e um chá de tília, preparado pela senhora... Quanto aos que o freguês pretendia, se bem estaria a ver a coisa, vendera o último minutos atrás, a um desenganado com a vida, mas que recuperara a tempo de assinar contrato para a China, onde, supunha-se, iria jogar à bola dia sim dia não, nas folgas dedicar-se-ia ao estudo, «veja lá bem como é que são as coisas?», interrogava-se o merceeiro filosoficamente, pois era hora disso e compromisso antigo, vá lá saber-se porquê, questionava-se o desvalido dos dias e protagonista de histórias como a que se conta ou se ouviu, já não há certezas de nada, admitamos, dizia o narrador para quem o queria ouvir, agora e na hora, amén, não se esqueça do meu totoloto ou euromilhões, não sei bem, mas esses jogos das cruzinhas que se fazem e que nos habilitam a ganhar milhões, vamos lá a ver se é desta, por obséquio, minha senhora, chega para todos e não precisa de empurrar...

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Modéstia

Impusera-se alguns limites: o mais e o menos infinito.

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À boleia (do ano velho)

Há dias em que nos foge a boca para a verdade. Serão muitos? Serão poucos? Na dúvida, ver sempre se a fuga é feita com segurança, olhando para cada um dos lados da estrada... Por exemplo hoje, que é dia de Ano Novo, embora escrito ontem, dia de ano velho. A fuga da boca para a verdade residiu aqui, no reconhecimento da troca, sem testemunhas mas fiel à palavra dada. Para começo do ano não estará mal, melhor ficará ao almoço, talvez... Dependerá do prato e da companhia. E da boca, já agora. Se não tiver fugido. Outra vez.

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