22 setembro 2006

O Procurador

Para o bem ou para o mal, ter opinião sobre a justiça e respectivos protagonistas constitui uma das características mais actuais na população portuguesa. Praticamente toda a gente, novos ou velhos, especialistas ou amadores, fazem um juízo de valor sobre esta matéria, temperado consoante as circunstâncias, pessoais, profissionais ou socio-económicas. Como em muitos sectores, também a justiça tem que lidar com o fenómeno da exposição mediática e as exigências impostas pela cidadania, esse bem precioso, mas infelizmente raro.
Veja-se o caso da indigitação do novo Procurador-Geral da República (PGR), que vem fazendo alguma da matéria noticiosa dos media, reforçada diariamente com uma pitada disto e um condimento daquilo.
Assim que se soube quem seria o novo PGR, os órgãos de comunicação social e personalidades diversas, dentro ou fora do meio, foram tecendo comentários, uns mais entusiastas, outros mais comedidos. Nada de novo, portanto. De certeza? Quer-me parecer que não.
De há alguns anos a esta parte, o cargo de PGR deve ser um dos que, no nosso País, está mais exposto publica e mediaticamente. E isso também é uma consequência do olhar - muitas das vezes crítico - feito pelos cidadãos comuns sobre a sociedade portuguesa. Como cidadão comum que sou, também não escapo a este movimento ou apreciação, razão pela qual me vou permitir opiniar sobre o futuro PGR.
Das várias coisas que se disseram, o que os meus olhos e ouvidos de cidadão comum captaram foram as citações de comentários proferidos pelo futuro ocupante da Procuradoria, a propósito de aspectos que, como se verá, passará a ter que lidar. Algumas delas, confesso, caíram como sopa no mel! Como ainda sou daqueles que acredita que a palavra vincula - doce e idílico anacronismo, talvez...- veremos o que acontece. E um bom teste é já amanhã, estou certo, com a guerra dos semanários a servir de base. Ou será que não?

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