Perdeu-se a conta, já, às transformações, planos, estratégias, medidas, programas, eu sei lá, relacionados com a Administração Pública. E se calhar ainda não vamos ficar por aqui nesta matéria.
Uma das coisa que mais me intriga - ou talvez já não - nestas diversas e sucessivas iniciativas prende-se com a calendarização e os prazos que se divulgam e, em princípio, se assumem publicamente.
No entanto, analisadas as coisas ao pormenor, não sendo preciso ir muito fundo ou vasculhar criteriosamente, para se constatar que essa realidade e/ou cenário são outros. E os exemplos sucedem-se e acumulam-se, uns mais compreensíveis do que outros, é certo, mas sempre incómodos, em todo o caso, partindo-se do princípio de que foram pensados de boa-fé e sustentados segundos critérios de forma exequível. Se não o foram, porém, as conclusões que se extraem não podem ser abonatórias e favoráveis, bem pelo contrário.
Nalguns casos, essa calendarização ou prazos foram já largamente ultrapassados, se não perderam, de todo, a validade. Falo do desfasamento de anos, não de meses.
Que diabo! - dizer que algo era para estar feito há um, dois, três anos ou mais anos atrás, no fundo, os prazos que foram avançados aquando da sua apresentação ou lançamento, não me parece algo de que alguém se possa orgulhar. Se esse alguém é o Governo, então, o quadro piora.
Que dizer ou fazer, então e também, quando esses prazos ou calendarização estão de tal forma despojados de sustentabilidade real ou objectiva que nem dá para tentar perceber?
As organizações, as entidades, as pessoas ganham ou perdem a sua credibilidade de forma muito simples. Nesta matéria, o caminho para o sucesso é conhecido: prometer só o que puderes cumprir. Sê sério e exige seriedade.
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