O cinema também é isto...
Habituei-me a ir ao cinema na província. Lembro-me desses dias: da visualização dos cartazes, colocados estrategicamente junto da bilheteira, da sessão única - aos sábados, habitualmente - e do que os filmes nos faziam sonhar ou aspirar. Naquele contexto social e geográfico, as idas ao cinema representavam a possibilidade de fruir um momento de pura diversão e encantamento e, também, de reflexão sobre a vida. Eram momentos únicos e mágicos!
Gostando de cinema, nunca me cruzei ou tive oportunidade de conhecer quem fez «carreira» e deu a conhecer o cinema passando e saltitando por lugares e lugarejos, com os utensílios necessários a essa actividade, máquina de projectar, bobinas, e outros de que não conheço o nome ou a função. Há poucos dias, faleceu um dos mais conhecidos nesse ramo da projecção ambulante de cinema, provavelmente o último, chamado António Feliciano, que desempenhou esta nobre, necessária e, quiçá, quixotesca, missão de levar filmes e fitas aos locais onde isso só acontecia pela sua iniciativa e engenho. Notável e admirável!, direi eu, mas também terá sido reconhecido por outros, apercebi-me de algumas reportagens e notícias publicadas na imprensa dando conta de uma vida multifacetada e de amor pelo cinema (cf. link abaixo), com uma até inesperada, pelo menos para mim, que deu origem a uma canção dos Azeitonas e de uma animação feita pelo Nuno Markl.
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