27 maio 2012

8 de Abril de 2008 a 27 de Maio de 2012

Estive a ver no telejornal uma reportagem sobre o Festival de Cinema de Cannes deste ano, centrada na participação de portugueses (actores, realizadores ou produtores) nalguns dos filmes a concurso. De uma forma geral, todos estes protagonistas referem e lamentam as condições para a concretização de filmes portugueses, restando o estrangeiro para dar continuidade aos projectos que acalentam. A história, as queixas e as soluções não serão novas, como tive oportunidade de conferir com um post que estava a marinar, desde 8 de Abril de 2008, à espera de melhores dias ou oportunidade e que começava assim:
«Muitas vezes, não prestamos atenção às publicações que são distribuídas através de outras. As razões podem ser várias: falta de tempo, descuido ou desinteresse serão as mais frequentes. O que pode ser injusto para as publicações assim discriminadas. Não me custa a reconhecer que sim.
Uma vez por mês, o Público distribui a revista Perspectivas. Ontem, foi a vez do número 10, referente a Abril de 2008. Nunca lhe dediquei grande atenção e, algumas vezes, o destino que lhe terei atribuído, logo após a compra do jornal, terá sido o contentor azul, receptáculo do papel para reciclagem. A explicação para isto encontrar-se-á, com certeza, nalguma das razões apontadas no primeiro parágrafo, mas também fundada em anteriores experiências com produtos similares, que não passam de produtos editoriais propagandísticos de entidades ou instituições. Mesmo que a Perspectivas não se integre neste universo de referência, não tenho grandes ilusões de que o seu destino não fosse o do contentor da reciclagem, dados os antecedentes. Neste caso, admito, o que a salvou desse destino (injusto, provavelmente) foi a entrevista com o realizador António-Pedro de Vasconcelos.
Muitas coisas tornam interessante esta entrevista de António-Pedro Vasconcelos, quer sobre ele próprio, quer sobre o País e os portugueses, o cinema, a televisão, a arte e o futebol. Algumas afirmações são bastante polémicas, muito ao gosto do protagonista, aliás, mas frontais, como estas:
«(...) Não consigo viver do cinema. Para viver do cinema tinha que realizar filmes com alguma regularidade.»;
«O meu ofício é contar histórias através de imagens e de sons e serão o público e a posteridade a decidir se os filmes têm algumas condições para ficar na memória das pessoas»».
É curioso como este pequeno exercício, simultaneamente de reciclagem e de reaproveitamento de memórias, permite reflectir sobre a passagem do tempo e as suas (des)continuidades. Afinal, de 8 de Abril de 2008 a 27 de Maio de 2012, sabemos agora que muitas coisas aconteceram, se perderam ou persistiram. Saber valorizar ou menosprezar cada uma delas é incumbência para quem se interessar. À sua escala, tem muito de cinematográfico. É só escolher o ângulo de abordagem.




Etiquetas:

10 maio 2012

Momentos

Ontem, na final da Liga Europa, ganha pelo Atlético de Madrid ao Atlético de Bilbau (3-0), sobressaem dois momentos mágicos, os dois golos de Falcão, pela intuição e pela capacidade técnica, e um digno da história das emoções futebolísticas mais comoventes - o choro incontrolado de alguns jogadores da equipa que perdeu. Dizer que é futebol não chega. Nestes momentos, um de exaltação da glória, e um outro do mais desarmante desconsolo, está o relato de uma história.

Etiquetas:

03 maio 2012

Slogan

No 1.º de Maio, não adira a promoções!

Etiquetas: