07 setembro 2006

Semanários

O meu interesse pela leitura séria e empenhada dos jornais nasceu com um semanário: - o Expresso. Na época (finais da década de 70) e no meu local de origem (o interior do País) essa era uma experiência muito vivenciada e, provavelmente, irrepetível: o Expresso era para ler de "fio a pavio", sobretudo os cadernos nacional e internacional, e a "Revista", servindo de mote, fonte e inspiração para muitas conversas ou debates apaixonados, assumidos e - quantas vezes! - com colorações "elitistas". Tudo isso acabou, passados uns anos. Para mim, o Expresso foi-se degradando e engordando de papel e destacáveis, cadernos e afins. Continuava líder nas tiragens e nas referências institucionais, mas para mim acabara. Estava farto! A saída da maioria da rapaziada que fazia a "Revista", que vai estar na origem da criação do Público, foi o "toque de finados" para uma paixão antiga. Ponto final.
No entretanto, é certo que houve alguns flirts com o que era a concorrência na altura, primeiro com O Jornal - tipo namoro sério e intelectual - e, depois (mesmo muito esporadicamente), uma ou outra "escapadela" com O Independente, com o qual dificilmente me entendia, embora achasse alguma graça pontual à irreverência e inovação do produto. Mas ambas as relações não frutificaram. E estavam quietas e aquietadas, até há poucos dias, quando os sound bites começaram a mostrar-se e a fazer valer os seus pergaminhos.
Como gosto de jornais, estou na expectativa quanto às próximas novidades no domínio dos semanários, o Expresso e o novo Sol, dirigido por José António Saraiva. Felizmente ou infelizmente, o Independente já não entrará neste campeonato, pois se finou na semana passada. Paz à sua alma.
Pelos primeiros indicadores, a coisa promete. Será que os movimentos do Expresso indiciam algum receio?... Quer-me parecer que sim. Eu, se fosse a eles, não subestimaria o "arquitecto"..., de quem gosto, aliás. Duma coisa estou convencido: tal como nas disputas clubísticas, palpita-me que novas categorias de oposição se vão criar - de um lado os incondicionais do Expresso, do outro os "ferrinhos" do Sol. Assim como assim, não vá o "caso Mateus" correr mal para o futebol português, sempre arranjamos um "campeonato" para nos entreter...

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