31 julho 2009

A formiga no carreiro

Conhecia a canção, mas ainda não me tinha bem afeiçoado a ela. Mais do que falta de afeição, era algo bem pior: não reconhecer a espantosa modernidade dela! Até hoje, que a voltei a ouvir na rádio.
«A formiga no carreiro vinha em sentido contrário...», alguém se lembra?!... Ah, grande Zeca!...
«A formiga no carreiro vinha em sentido diferente... Mudem de rumo, mudem de rumo! Já lá vem outro carreiro...».
Ouçam a canção, trauteiem a letra, assobiem a música. Não custa nada: «A formiga no carreiro... Mudem de rumo, mudem de rumo...». Já dizia o Zeca...

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27 julho 2009

Casos Arquivados

A minha aprendizagem e o gosto pela televisão estão muito ligados às séries televisivas, maioritariamente inglesas ou americanas. Ao longo dos anos, tenho ficado fascinado por algumas delas, com uma clara preferência pelas policiais. A mais recente é «Casos Arquivados», Cold Cases no original, que vi pela primeira vez no Fox Life, ao cair da tarde, e da qual me tornei quase um devoto.
Como num passe de mágica, em cada episódio se faz uma imbricação entre um passado, mais ou menos próximo e supostamente imóvel, e um presente que o faz «despertar» ou «avivar», espoletando memórias, emoções ou paixões, os ingredientes essenciais que conduzem as grandezas e misérias da espécie humana nas suas manifestações quotidianas, por isso inquietantes, mas simultaneamente tocantes por isso mesmo, ou não estivéssemos nós a falar de
velhos conhecidos como o drama, o amor, o ciúme, o ódio, a raiva, a paixão, a emoção, o crime, o mistério, a frustração, a revolta, o reconhecimento, a dádiva, a violência, a satisfação, a inveja, o contentamento, o desencanto, a honra, a vergonha, o horror, a vida ou a morte.
E é aqui que o nome da série ganha novos contornos, contrariando o cinzentismo que parece estar associado aos adjectivos «arquivado», na versão portuguesa, e «cold» (frio, sem vida), na versão original, mas antes surpreendendo-nos com a capacidade que oculta no seu seio, latente e à espera. De um qualquer clique ou de um acaso. Daí, se calhar, o seu fascínio.

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19 julho 2009

Na Lua

Há quarenta anos, o homem desceu na Lua. Nessa noite, tentei manter-me acordado mas não consegui. Como também ninguém me acordou, fica para a minha história a oportunidade (perdida) de ter podido presenciar, com o auxílio da televisão, talvez o grande acontecimento do século XX e não o ter podido fazer. Há ocasiões em que a insónia era bem-vinda. Há 40 anos atrás, por exemplo.

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14 julho 2009

Pantomineiro

Não sei se ainda existem «cadernos de dicionários». Se existirem, no entanto, suspeito que poucos ou nenhuns os devem utilizar, pois devem ser considerados anacrónicos ou em desuso. Se for assim, é pena.
Lembrei-me do «caderno de significados» a propósito da palavra «pantomineiro», que me passou hoje pela memória e pela fala.
Na ausência do «caderno», lá tive que consultar o dicionário on-line - abençoado! - que me colocou no caminho do(s) significado(s) de «pantomineiro», que me fascina pela expressividade e, também, pela sonoridade, que também se sente na pronúncia, com o ênfase arrastado que se dá à primeira sílaba, «pan...» e um toque, quase do domínio do pícaro, na sílaba «nei...», que dá qualquer coisa como isto: «pãn-to-mi-neii-ro»!
Mas mais do que o som, o que o significado de «pantomineiro» nos mostra é a exuberância ou a expressividade do gesto, a crer nas respectivas definições, pelo menos as eruditas: «Pantomineiro - que ou o que faz pantominas (arte de exprimir os sentimentos, as paixões ou as ideias, por meio de gestos ou atitudes, sem recorrer à palavra; representação teatral em que os actores se exprimem por meio do gesto).
Mas o «pantomineiro» também se abre a uma outra interpretação, de cariz mais popular, com o significado de «intrujão», remetendo para o universo do logro e da burla (domínios da encenação, por excelência) ou de - mais uma palavra notável! - «alicantineiro»!, ou seja, aquele espécime «que faz ou vive de alicantinas (trapaça no jogo ou nos negócios)».

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09 julho 2009

Momento zen(e) 4

Continua a saga dos recordes para o Guiness. Agora, é o do maior tacho de caracóis!... Ah, Lusitanos! Ah Valentes!... Ah Campeões!... Força, compatriotas! O próximo a bater é o das bifanas.!..

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Quem quer ser primeiro-ministro?

É incerto, neste momento, o resultado das próximas eleições legislativas. As coisas devem estar muito «ela por ela», embora neste momento se possa antever uma ligeira preferência, parece-me, para o PSD, o que aqui há tempos era um cenário pouco provável.
Consequência ou não das eleições europeias, mas também de um desgaste provocado pela governação, a que não será alheio um certo «cansaço» ou «rejeição» de José Sócrates, a que se juntam (ou vão juntando...) alguns episódios pouco entusiasmantes ou descredibilizantes, o que é certo é que a balança parece pender para o lado do PSD, o que não deixa, repito, de ser uma surpresa, dada a performance atribuível a Manuela Ferreira Leite, que continuo a não ver... Seja como for, não sei se em relação a Sócrates não se está mais a evidenciar o factor «rejeição» à sua continuidade como primeiro-ministro, aspecto que me parece mais sensível do que um eventual «entusiasmo» pela líder do PSD.
No entanto, continua tudo em aberto e o resultado é incerto. Quem cometer menos erros ou for capaz de melhor «dourar a pílula» é que estará em condições para ser primeiro-ministro. Para os directamente envolvidos, não deixará de ser um desafio interessante. Para os eleitores, é uma incógnita. A avaliação da prestação dos políticos se calhar já teve melhores dias...

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04 julho 2009

Momento zen(e) 3

O «maior» ensopado de borrego é, parece-me, o último contributo do país para o Guiness Book. À falta de melhores argumentos para o prestígio pátrio, respondemos com esta (e outras) performances, só ao alcance dos verdadeiros pioneiros e empreendedores. No ranking sobre esta matéria, a dos recordes no «Guiness», parece que ocupamos os lugares cimeiros, um sinal evidente de «cosmopolitismo» e «visão estratégica»...

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01 julho 2009

Hábito(alidade)

O «hábito» não faz o monge, dizem. Mas ajuda como rotina. Ou costume que se faz corrente, mais ou menos quotidiano. Cíclico, se se quiser. Desabituei-me do hábito de escrever aqui, criando com isso outra constante: a de não escrever por aqui. Que à sua maneira também se fez hábito. Que leva à habituação, sinal de acomodação ou, se quisermos, de várias coisas acabadas em «ão».
«O hábito não faz o monge», dizem. Pois não. Mas ajuda. Nem que seja, apenas por «hábito».

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