26 janeiro 2019

A-hã

_ Diz isso muitas vezes, não diz?
_ Isso, o quê?
_ «A-hã».
_ Ah!

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Unha(da)

Quando viu a mão, a migalha preparou-se para o pior. À cautela, olhou da mesa para o chão e avaliou a distância - era uma altura apreciável. Mas o receio era infundado. Àquela hora, tratava-se do habitual: a inspecção das unhas.

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Pergunta, pergunta

_ O que é que eu ganho com isso?
_ Tem sempre que ganhar alguma coisa?
_ Consigo não é assim?
_ Não abre excepções?
_ Acha que vale a pena?
_ Acredita nisso?
_ Acabamos?
_ Pode ser agora?

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20 janeiro 2019

Negociação

Propuseram-lhe dois dedos de conversa. Rejeitou e contrapôs um. Sendo assim, aceitavam se deixasse couro e cabelo. Recusou e despediu-se, esticando-lhes um dedo: o do meio.

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19 janeiro 2019

Quando as coisas não andam encaminhadas, podem orientar alguma coisa?

Só se for uma ida aos saldos para comprar uma bússola.

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Método

_ Vamos dialogar?
_ Sobre quê?
_ Ora... Sobre quê...!? Qualquer coisa.
_ Esse não é o meu método.
_ Ah, não?... Diga lá então, qual é?
_ Já não me lembro bem...

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12 janeiro 2019

Corte

Pegou na frase pela mão e levou-a para cortar o cabelo. Vencida a indecisão quanto ao profissional, barbeiro ou cabeleireira, pediu um desbaste no volume. Não correu bem e saiu de lá rapada.

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Mágica (palavra)

Soltara a palavra mágica e ela começara a correr, desembestada, até se espetar numa porta. Suspeitou-se de tentativa de suicídio, mas fora apenas entusiasmo. E falta de experiência, também.

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06 janeiro 2019

Levantamentos

Até ao momento, apenas o guarda-redes e o avançado tinham conseguido levantar o estádio: um pelas defesas; o outro pelos golos. Mas não contaram com o defesa, que atirara um chuto para o ar, mais parecendo um míssil... E que apanhou um bando de patos, com azar para alguns eles... Em peso, o estádio levantou-se à procura dos que caíam do céu. Com sorte, alguns jantariam melhor.


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05 janeiro 2019

Castigador

Levantou-se, assim como quem não quer a coisa. Aproximou-se e mirou-a, de alto a baixo. À roda, as conversas pararam. A tensão sentia-se e era grande. Aos primeiros acordes, o castigador puxou-a para si. Depois dos rodopios, pediu um copo. E só então, a rolha se soltou.

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(Ha)ver

Achava que o ano iria ser aneiro. Baseado em nada, apenas um feeling. E também porque gostara da palavra. Se desta junção se retirava alguma conclusão, era esta: nunca esqueça o dicionário. Ou o prontuário. Ou a enciclopédia. Ou a memória.

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01 janeiro 2019

Raridade

_ É o que lhe digo: há malucos para tudo!
_ Não me diga!?
_ Digo, digo. E isso torna-os mais caros.
_ Mas isso não é um contra-senso? Não devia ser ao contrário?
_ Nas outras mercadorias, sim. Nos malucos, não. É assim.
_ Consegue encontrar alguma explicação?
_ Talvez... não sei. Deve ser do clima...
_ Do clima!?...
_ Porque não?
_ É capaz de ter razão... Nunca tinha pensado nisso. Talvez, sim.
_ Então, quer levar algum?
- Estou a pensar... Tem algum que toque piano e fale Francês?
_ Deixe lá ver... Não importa a idade e o pó?
_ Não, não importa. É mais genuíno, até. Veja lá se tem.
_ Mas olhe que é mais caro!
_ Porquê?
_ Ora, porquê... Pela raridade, claro!

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Ano Novo

Só no final é que se pode saber se foi um bom ano, se deve guardar-se ou se azedou e se transformou em vinagre. Até lá, tem que se provar e beber aos poucos. Bom Ano.

PS.: Acabado de escrever, começou a tocar na rádio Sultans of Swing, dos Dire Straits. Pode ser um sinal, quem sabe?

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