Teria preferido um fato... Mesmo assim, mirou-se ao espelho e constatou, com satisfação, que o capote lhe assentava mesmo bem. Parecia que tinha sido feito à medida e não comprado em saldos, pormenor de somenos... Voltou a mirar-se e não resistiu a constatar, mais uma vez, que lhe assentava bem, mesmo bem! Mas não estava a contar com a chuva que começou a cair (não muita, mas aos pingos), a suficiente para lhe causar alguma apreensão sobre o impacto no corpo ou (pior) no talhe do capote, logo agora que lhe assentava que nem uma luva... E isso não podia ser. Com jeito, muito jeito, mesmo, olhou em redor e começou a sacudi-lo e com isso também a água, pois então, não se conhecia forma de o fazer diferente. Curiosamente, mais ou menos lado a lado, outros e outras faziam o mesmo, prática curiosa naquela comunidade, daí a ausência de estranheza, mas suficiente para provocar embaraços e desconfortos sobre de quem é que eram os pingos... Um pingo aqui, outro ali, mais um acolá. Acabada a sacudidela, apareceu o sol...
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