30 julho 2017

Ansiedade

Como se previa, o jogo chegou ao fim empatado. A solução seria por penáltis.Chegado ao decisivo, o jogador pediu escusa. Não podia ser, disseram-lhe, mas ele insistiu. E solicitou o videoárbitro. Acabaram por aceitar. Nas imagens, constatou-se que tinha razão: as pernas tremiam-lhe.


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Sem título

A mensagem não tinha título. Não podia ser. Mas assim também não se resolvia. Decidiram-se por uma votação. Uns levantaram a mão; outros escreveram num papel. Restaram uns poucos, que assinaram de cruz. Às tantas da noite lá se chegou a acordo. Ninguém percebera nada.

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Aceite

Quis ficar por ali. A conversa já não lhe interessava e a caminhada também não. O problema era que ficava um vazio e isso não podia acontecer... Propôs uma trégua e darem mais uns passos, mas em silêncio.

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No percentil

Teve um sonho catártico. Com 3,200 kg.

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2 em 1

O merecido descanso fora de férias. Os paparazzi também.

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Prémio

Deu uma morada falsa e foi colocada.

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Cuquices

O cuco resolvera ir de férias. Mas não estava disposto a ir para qualquer lugar, pois tinha pergaminhos. Depois de muito procurar, encontrou o que queria: um ninho T2, com jacuzzi.

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29 julho 2017

Culpada

Interrogada, a canção do bandido confessou.

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In(fuso)

Respirava confiança. Não sendo habitual no fuso, a coisa provocava incredulidade. Suspeitava-se de doping e, por isso, solicitou-se a análise. Que não se confirmou, o que fez com que não se ficasse, solicitando a contra-análise para quem desconfiara. E desta vez confirmava-se, tratando-se da comum inveja, muito acima dos valores habituais. Comprovava-se de que era do fuso.

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22 julho 2017

Literal

_ Depreende-se, então, que a conclusão é definitiva...
_ Nem mais! Definitivissimamente!
_ Credo!, tanto rigor impressiona, de facto... Mesmo assim, não lhe parece que a frase é excessivamente literal?
_ Qual, a de que «está tudo doido»?
_ Precisamente. Ninguém se salva?
_ Não sei... Você é que não! Tenho a certeza.

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Calibr(ada)

Matara-se a rir. Não fora fácil aceitá-lo e a desconfiança não deixara que o inquérito fosse logo encerrado. Fora pedida a opinião dos especialistas em busca da certeza, que tardava. Mas lá chegara e com um suspiro de alívio: de facto matara-se; e de riso. Mais propriamente de «risa», apurara-se, embora subsistissem dúvidas sobre o calibre, aparentemente não militar mas também desconhecido como civil, mesmo que adaptado... Do que não se estava à espera era que esta conclusão contrariasse o normativo comunitário, que sobre calibres era peremptória: ou tinha ou era vendido ao desbarato, nas feiras e feirinhas, aparentemente do agrado dos consumidores... Tratando-se de risa, recomendava-se que deveria ser fornecido com um raminho de cheiros.

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09 julho 2017

Tudo ou nada

Apostara na grande literatura e perdera. Bem o tinham avisado para não jogar as fichas de uma só vez, mas não quis saber. Não ganhou nada excepto uma hérnia. Por via do peso.

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Gostava de falar aos peixes. Será que consigo?

Se não for santo e não se chamar António, não.

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01 julho 2017

O capote

Teria preferido um fato... Mesmo assim, mirou-se ao espelho e constatou, com satisfação, que o capote lhe assentava mesmo bem. Parecia que tinha sido feito à medida e não comprado em saldos, pormenor de somenos... Voltou a mirar-se e não resistiu a constatar, mais uma vez, que lhe assentava bem, mesmo bem! Mas não estava a contar com a chuva que começou a cair (não muita, mas aos pingos), a suficiente para lhe causar alguma apreensão sobre o impacto no corpo ou (pior) no talhe do capote, logo agora que lhe assentava que nem uma luva... E isso não podia ser. Com jeito, muito jeito, mesmo, olhou em redor e começou a sacudi-lo e com isso também a água, pois então, não se conhecia forma de o fazer diferente. Curiosamente, mais ou menos lado a lado, outros e outras faziam o mesmo, prática curiosa naquela comunidade, daí a ausência de estranheza, mas suficiente para provocar embaraços e desconfortos sobre de quem é que eram os pingos... Um pingo aqui, outro ali, mais um acolá. Acabada a sacudidela, apareceu o sol...



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