31 julho 2007

Climas

Deve ser a sensação do leigo, mais fruto de circunstâncias imediatas e pouco distanciadas, ao contrário da dos meteorologistas, mais cuidadosas e fundamentadas num acervo histórico de dados. Seja. Para o que interessa, são de doidos os saltos na temperatura atmosférica: 20 e poucos num dia, 40 e picos noutros; chuvadas torrenciais nuns sítios, calor abrasador em mais alguns, «destemidos» a tomarem banho no Pólo, em pelota. Cada vez mais, se acumulam os indícios preocupantes quanto às alterações climáticas. Os «optimistas» do costume dizem que as provas e as evidências ainda não são suficientes nem conclusivas. É o conhecido princípio do «que se lixe»! Assim, não se vai lá.

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Eleições

Marques Mendes até pode ganhar as eleições no PSD, não sei. Agora, com a figura que fez na Madeira é que não vai, de certeza, ser opositor credível de Sócrates nas legislativas de 2009. Há imagens que valem mil palavras. José Sócrates já deve estar a esfregar as mãos e a fazer figas para que Mendes ganhe as eleições no PSD.

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Juntas médicas

À medida que se vão conhecendo, não deixo de ficar boquiaberto com os relatos de casos que envolvem as juntas médicas na Função Pública. Das duas uma: ou a legislação e o procedimento são absurdos ou anacrónicos ou, então, é ao elemento humano que temos que ir buscar a explicação. Uma das coisas que mais intriga é a alegada «menoridade» da participação dos profissionais de medicina, habitualmente dois, num órgão com três membros, mesmo que o único elemento não-médico possa ter voto de qualidade. Que diabo! Que me lembre, o voto de qualidade costuma ser utilizado para desempate. Já não é assim?...
O Bastonário dos Médicos quer, e o Governo fez-lhe a vontade, que a constituição das juntas seja feita exclusivamente por médicos. Seja. Sendo uma classe prestigiada e com capacidade reivindicativa, e dada a celeuma que isto está a provocar, só lhes fica bem envolverem-se e procurarem corrigir o que estará mal. O que me está a custar a perceber é o que se verifica agora, tendo presente as mesmas premissas anteriores - o prestígio e a capacidade reivindicativa. Já alguém imaginou - hipótese meramente académica, está bem de ver - que, num órgão em que têm a maioria dos votos, as juntas, o parecer médico seja desvalorizado em favor de uma decisão de um não-médico, mesmo que presidente desse órgão? E se o parecer for unânime, como é que é? Estarei enganado?

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28 julho 2007

ViaCtt

O ViaCtt foi apresentado com «pompa e circunstância». Aderi ao projecto com o entusiasmo dos pioneiros, reconhecendo-lhe mais-valias interessantes. Destas, uma das que mais me interessava era da possibilidade de me libertar de uma tarefa chata - a arrumação e a organização das facturas e de papelada afim. Para as entidades emissoras, julgava eu, as vantagens também seriam evidentes. Contudo, em relação ao serviço e às entidades, uma coisa me intrigava que era, precisamente, o número, insignificante, de entidades subscritoras. Por que seria? Passados estes meses todos, e na sequência de um alerta - aleluia! - de entrada de um novo documento na caixa electrónica do ViaCtt, lá fui dar uma vista de olhos ao site a ver como é que as coisas estavam. Mais uma vez, fiquei desapontado com o número de entidades que tinham, entretanto, subscrito o serviço. A continuar assim, não há volta a dar: o ViaCtt está a tornar-se num grande flop.

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Transferência

Simão Sabrosa e o Benfica fizeram um excelente negócio com o Atlético de Madrid. Não sei se a inversa será verdadeira. Oxalá, o jogador também não se arrependa. É certo que era agora ou nunca, já se percebeu, mas vamos ver se a opção clubística foi a melhor.

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Ciclismo

O ciclismo, uma das modalidades mais populares, está hoje muito desacreditado devido às consecutivas notícias relacionadas com o doping. No estado a que as coisas chegaram é difícil não se desconfiar de toda a gente. O que se passou este ano na Volta à França foi mais um exemplo. É um jogo do «gato e do rato», de resultado incerto. Aquela imagem mítica dos ciclistas é algo que passou à história.

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24 julho 2007

Tomates

É merecida, a homenagem à minha «grande» produção de tomates. Ex-libris de todo o horticultor que se preze, mesmo que à escala a que eu a pratico, a sementeira e produção de tomates é uma das coisas da horticultura que mais me entusiasma e pela qual tenho mais carinho. Este ano os resultados foram muito animadores, também devido ao tempo que esteve. Apesar de ainda haver mais para colher, o entusiasmo está já projectado para o próximo ano.

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Calculadoras

Está a começar mais uma polémica, não sei se grande, se pequena, a propósito da introdução das máquinas de calcular no ensino básico. Como não sei os termos em que isso vai ocorrer, terei que aguardar o desenvolvimento. Por melhores que sejam as intenções, contudo, há que precaver o uso e abuso da «maquineta», sob pena de males irremediáveis. E há mecanismos de aprendizagem, memorização e agilidade mental e conceptual- queiram ou não os «entendidos» - que não se compadecem com as «facilidades» proporcionadas pela utilização da calculadora.
Não «cai» bem, o «papaguear» da tabuada? «Fundem-se» alguns neurónios, pelo facto de os alunos terem que aprender a fazer contas de papel e lápis, de todos os tipos e maneiras, conferindo com provas dos nove e outros mecanismos de certificação mais ou menos treinados, treinados e treinados?... Estaremos, mais uma vez, a «descobrir» a pólvora?...

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Velhos

Passou-se hoje, à minha frente. O cenário é o de uma dependência bancária e os protagonistas são uma velhota - muito velha, mesmo - e uma funcionária do banco. Não sei o nome da idosa, mas apenas fixei a idade: 95 anos. A velhota estava a levantar dinheiro e contava à funcionária, uma moça jovem, os fins a que se destinava: alojamento, alimentação, familiares. Claro que não só a funcionária ouvia a história - repetida amiúde?... - como também todos os outros funcionários e clientes, incluindo eu. Era uma história comum nesta faixa etária, feita de tristezas, angústias e solidão - como é que será quando chegar a nossa vez?... - contada, contada e recontada. Do que tenho visto e ouvido noutros momentos, deve ser uma fase da vida em que talvez o mais importante seja encontrar alguém com disponibilidade para os ouvir: é isto que fazem nos consultórios médicos, nas compras, nas conversas com próximos ou estranhos ou em qualquer outro lugar a que acedam, como um banco. Apesar das repetições e de uma compreensível surdez, gostei de ver o seu «desembaraço» nas equivalências que estabelecia entre o dinheiro «novo», o euro, e o «velho», o escudo, como se, com este exercício, quisesse como que iludir uma natural decadência física, mental e, sobretudo, vivencial, demonstrando, para quem quisesse ouvir, um apreciável domínio nesta matéria, que muitos, mesmo mais novos, não poderão invocar. No caso dela, dada sua idade, as transições e adaptações a «dinheiros novos», entre outras novidades, devem ter sido mais que muitas. Quem contará a sua história?

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20 julho 2007

Sentidos

Estava com vontade de escrever mais um post e não sabia sobre quê. Graças à maravilhosa internet, resolvi o meu problema. E o que fiz, então? Algo tão simples, como isto: digitar a palavra «moncorvo» no dicionário online e ver o que é que acontecia. E que aconteceu fez-me sorrir, mais não seja pela rememoração de uma palavra adormecida, «fraca-chicha» (indivíduo ruim, mau e magro). Mas a associação de palavras revelou mais duas, «borralheira» (courela estreita entre duas paredes) e «zangarrão» (bezouro). Sempre me fascinou o conhecimento do significado das palavras. É como se desvelasse algo, até aí escondido. Há muito de lúdico neste procedimento e, também, de espírito de descoberta. Há muito mais, no caminho das e pelas palavras.

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Alvíssaras

Somos um país de endividados até às orelhas, segundo indicadores diversificados e certificados. Mesmo assim, bancos e outras instituições de crédito, sobretudo da área do crédito ao consumo, tentam, pintam e abrilhantam os cenários do acesso ao dinheiro fácil, daquele que «só» obriga a um pequeno esforço, controlado e cientificamente testado, de viver e conviver com doses de «prestações suaves». Depois...
Nos jornais gratuitos, por exemplo, veículos privilegiados para o acesso a uma multidão de potenciais «interessados» neste «credo», já não há edição, que me lembre, que não ostente e evidencie «este» caminho para a «salvação». Para bem dos «crentes», está bem de ver.

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Foi assim

É um título feliz e conseguido, Foi assim, o do livro de Zita Seabra. Vai ser um dos livros da temporada, estou certo. É uma história e um percurso a que se não pode ficar indiferente, como constatei nos primeiros capítulos. Para ler e meditar.

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Colecção

É uma sensação estranha, a que me acomete na visita a exposições de arte. Falta-me conhecimento, preparação e motivação, daí talvez a sensação de estranheza e de algum desconforto. Mais uma vez, foi o que senti na visita à colecção Berardo, no CCB. O momento também não deve ter ajudado, penso, pois foi à hora do almoço e estava com fome. Impressionou-me, contudo, a diversidade da colecção, mesmo que vista «en passant». Pode ser que lá volte.

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16 julho 2007

Excursionistas

Na noite eleitoral de ontem, há um momento digno dos melhores sketches dos Monty Phyton ou dos Gato Fedorento: a entrada dos excursionistas do PS em pleno Altis, directamente das «berças», com Cabeceiras de Basto à cabeça. Foi o delírio, com a entrada em directo do «Portugal profundo» na festa dos socialistas lisboetas, de bandeirinha na mão e, decerto, vivas ao «Senhor Presidente»! Os mais atarantados eram os jornalistas, perante as respostas do «Zé Povo». Foi o momento da noite.

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15 julho 2007

Garotada

Há anos atrás, estava pessoalmente conhecedor do ambiente dos distritais de futebol. Foi o que me fez recordar a passagem da selecção de Portugal pelo Mundial de Sub20, no Canadá. O último jogo, então, foi o melhor exemplo desse cenário de antigamente (pensava eu). O mal desta garotada é, se calhar, esse: «pouco» distrital e «muito» mediatismo. Talvez por causa disso, «só» envergonham quem os vê. Os «responsáveis» (!...) encontram sempre atenuantes, «coitadinhos».

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Presidente

Tudo aponta nesse sentido, que António Costa venha a ser o novo presidente da Câmara de Lisboa. Talvez sem maioria absoluta, é o mais provável, e com vereadores provenientes de algumas das candidaturas. Se for este o cenário, exigir-lhe-á talento e visão, o que me pareceu ter-lhe faltado na campanha. Para o bem ou para o mal, talvez a candidatura de Costa tenha contribuído para desmistificar um mito, o de se posicionar como alternativa no PS e de ser capaz de um percurso próprio. Podem dizer o que quiserem, mas a entrada no palco principal foi pouco convincente.

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Batatas

Mais uma pequena/grande vitória esta, a de colher as batatas que se plantaram há cerca de três meses atrás, fiel ao princípio de que «o que der, dá». Uma mão cheia delas já está no forno, para começaram a justificar o cuidado e a satisfação que, decerto, representará a sua degustação. A agricultura biológica urbana, mesma que a pequena escala, como é o meu caso, continua a marcar pontos e brindar-me com estes benefícios.

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11 julho 2007

Indicadores

Dois indicadores conhecidos hoje, os resultados do exame de Matemática do 9.º Ano e o do número de nascimentos no ano passado, deveriam ser utilizados para nos questionarmos sobre o que queremos ou pensamos querer enquanto povo e enquanto país. Na Matemática, 3 em 4 alunos tiveram negativa. Nos nascimentos, a taxa é a menor desde que há registos. Em relação a 2005, menos 4100 nascimentos.
É tudo muito bonito, mas os factos são o que são. A continuar assim, não vamos lá. É que aqui, nestes domínios, o da natalidade e o da preparação e formação, não há dinheiros de Bruxelas que salvem, nem o celebrado espírito do desenrasca: ou há ou não há e a conversa e a basófia não chegam. Fazem campanhas por tudo e por nada, que façam uma que pode valer a sobrevivência de um país. São poucos os nascimentos? Incentivem-nos e criem condições para que as famílias possam criá-los - não há outra maneira. As meninges dos meninos não aguentam somar dois números inteiros? Mudem o que têm a mudar e continuem a persistir - alguma vez há-de dar resultado. Assobiar para o lado, a ver se não é nada connosco - que horror, «cruzes canhoto»!... - é que não.

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Transferências

O Porto perdeu dois dos «grandes» jogadores dos últimos tempos: Anderson e Pepe. Se tudo correr bem, vamos ouvir falar deles frequentemente, tal é a qualidade. Anderson é um talento puro, susceptível de jogar em qualquer equipa grande. Pepe, que vai para o Real Madrid, era só, para mim, talvez «o» melhor central a jogar em Portugal, nos últimos anos: defende, organiza, ataca e... marca. Longe vão os tempos do rapaz alto e espadaúdo, a chutar na bola por tudo o que era corpo dos avançados e a mandar «biqueiradas» para onde se estava virado: norte, sul, este ou oeste.
Ainda bem que se está a tratar da naturalização do rapaz. Era só descuidarem-se e quem o havia de fazer eram os espanhóis, já que os brasileiros, pelos vistos, não o querem. É assim a vida: o que para uns não serve, para outros é uma sorte.

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Ameixas

A colheita das ameixas é um dos momentos altos - e mais esperados - da safra agrícola urbana. Desde o início da semana, todos os dias o ritual é o mesmo: caçarola na mão e aí vai o «artista» em direcção à árvore. Depois de colhidas, é começar a comer e a deliciar-se. Sem incorporação propositada de químicos, sem práticas intensivas, sem nada. Dá o que dá, apenas com os cuidados mínimos. Apetece perguntar: e você, já experimentou a agricultura urbana e biológica?

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08 julho 2007

Canção

Seja pela música, pela letra, pelas duas ou por qualquer outra razão, há canções assim, que nos «agarram» mais do que outras. É o que se passa com «Encosta-te a mim», de Jorge Palma, de quem não sou grande entusiasta ou conhecedor. A canção tem «aquela» coisa que nos faz gostar dela, trauteá-la e identificá-la, logo nos primeiros acordes. Umas têm «essa» coisa e outras não. E as que «a» têm, a gente sabe. E ouve sempre.

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04 julho 2007

Sol

A minha relação com o semanário Sol é uma relação ambivalente: fico muitas vezes desconsolado quando o compro e arrependo-me quando o não compro.
Quando não o compro tento compensar com a leitura na internet, mas não dá - a edição impressa ou é lida na mão ou não pega.
Quando o compro, devo talvez gastar cerca de uma hora na sua leitura. É pouco? É muito? Costuma ser suficiente. Continua a agradar-me a paginação, que facilita a leitura. Como leitor, privilegio o caderno principal e o de economia. Quanto à revista, muitas das páginas não me interessam ou tenho por elas um interesse enfastiado. O roteiro dá jeito, mas também não lhe presto muita atenção.
Há quem faça questão em não dar «um cêntimo» para o jornal do «arquitecto». Eu, que até acho piada ao «arquitecto», já várias vezes lhe «dei» dois euros e provavelmente continuarei a dar. Até quando, não sei.
Talvez o projecto do Sol seja algo megalómano e delirante - à semelhança do seu mentor, dirão os críticos do «arquitecto»... Talvez seja. Talvez seja a isso que ache piada e gozo, contribuindo também para esse cenário «megalómano» e «delirante». Se calhar...

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01 julho 2007

União Europeia

Começa hoje mais uma presidência portuguesa da União Europeia. Nestes seis meses, as notícias e a informação vão abundar sobre a realidade da União, não sei se o conhecimento sobre essa mesma realidade. Foi sempre assim, penso. Continua por fazer, pelos cidadãos, a interiorização e a mobilização para este assunto. E muita da culpa tem que ser assacada aos governantes, mais do que aos governados. A «União Europeia» continua muito, demasiado distante, das preocupações e interesses dos «Zés».

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Adjectivo

Se for estabelecido um ranking sobre a utilização dos adjectivos nos últimos tempos, o primeiro lugar será ocupado, a grande distância dos restantes, pelo adjectivo «jocoso».

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Siglas

Finalmente, um rasgo de originalidade e de humor na campanha em Lisboa. E vinda de um dos candidatos tidos como «cinzentos». OAEJ! (o autor é o juiz).

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Cronista

A leitura da imprensa online revelou-me um cronista: António Gonçalves, no DN. Não o conhecia - ou, se conhecia, não me recordo - mas fiquei cliente do seu «Dias Contados». No texto de hoje, gostei particularmente da parte relacionada com Trás-os-Montes, intitulada «Terra de Ninguém». São apenas 4 parágrafos, mas duros como pedras e dolorosos como feridas em chaga: «(...) Há muito que a solidão de Trás-os-Montes, administrativamente engolida num vago "Norte" (?), deixou de se medir em quilómetros, e já não pode ser encurtada mediante asfalto. Hoje, as estradas ajudam os transmontanos a exilar-se.». Alguém duvida?

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