29 setembro 2007

Telúrico

Como hortelão, embora pequenino, interpreto os sinais conforme o desejo e a profissão. Quando vejo os aviões a levantar em determinada direcção, já sei: vem aí chuvinha! Não falha, ou raramente falha. E há uma sensação agradável, nestas primeiras chuvas - o cheiro a terra. O telúrico manifesta-se e isso agrada-me.

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Eleição

Luís Filipe Meneses (LFM) ganhou as eleições no PSD. A fazer fé nos prognósticos, comentadores e intelligentsia vária, muito barrete e carapuça se deve ter enfiado ontem e hoje. As coisas são o que são. A partir de agora, é esperar para ver. Como estava acordado, deu para testemunhar, in loco na tv, através dos pequenos indícios (um abraço mais efusivo, um beijo mais subtil, um colocar o braço pelos ombros, um pigarrear de voz mais evidente, um sorriso mais rasgado...), a dança da corte ao novo líder. O futuro com LFM é uma incógnita. Agora alcandorado ao palco principal, duvido que não haja muita curiosidade para ver o «homem» em acção. De uma coisa, parece-me, não se irá livrar: a partir de agora, o jogo é a sério e com as regras da liga principal. De que massa será feito ou que coelhos conseguirá tirar da cartola, quer para dentro do PSD, quer para o país, se irá, agora, tirar a prova dos noves. Se for um «perneta», lá estarão os seus «confrades» para lhe indicar o caminho do balneário...

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Troca de galhardetes

Um portista resolve meter-se com uma benfiquista e manda-lhe o seguinte mail:
«A Netcabo informa todos os clientes da Sport TV que, na época futebolística 2007/2008, os jogos de todas as equipas com equipamento cor-de-rosa vão ser transmitidos pela SIC Mulher».
Resposta da benfiquista:
«Após a noite de ontem, à sombra da azinheira dos 3 pastorinhos, o comunicado continua assim: Os jogos do FCP passarão a ser emitidos nos tempos de antena das confissões religiosas...». Touché!

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Bastidores

A transcrição de escutas que o Sol publicou hoje fez-me pensar. É um exemplo do que acontecerá nos bastidores, envolvendo instituições, partidos e/ou personalidades a eles ligados. Lê-se e pasma-se! Se as coisas se passarem sempre assim, coitados dos crédulos e dos bem-intencionados... Quando acabei de ler, apeteceu-me vomitar!

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27 setembro 2007

Bofetada

Deve ser pouco vulgar, mas pelo menos desta vez estou de acordo com um gesto mediático de Santana Lopes. O homem fez bem em «puxar as orelhas» à SIC. Por mais justificações que a SIC agora arranje, acho que mereceram a «bofetada de luva branca» do homem. Que diabo: tratava-se da chegada do Mourinho, não da chegada à Lua! Os tempos são o que são, mas também é bom que a comunicação social não ponha e disponha em nome das audiências e do populismo. Gosto de futebol, tenho respeito pelo currículo do Mourinho e não me iludo sobre as prioridades, informativas e/ou existenciais, de muita da rapaziada cá do burgo. Mas, calma! O que é exagero também chateia e, no caso em questão, quero lá saber a que horas é que o Mourinho chegava ao aeroporto!

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Contestatário

«Não vou usar a bata (espanhola) nunca!»

Afonso Henriques (futuro rei de Portugal), três anos.

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26 setembro 2007

Ramerrame

Estranho o silêncio sobre a Administração Pública. Umas nomeações, umas intenções, muita ambiguidade e pouco mais. É pouco. Contava que, nesta altura, muita coisa já fervilhasse, mas não vejo grande coisa. Está-se numa situação de ramerrame, de faz que anda mas não anda. Muitas instituições estarão a funcionar pelo efeito da inércia, mais dependentes do profissionalismo ou do voluntarismo dos funcionários do que da visão ou das orientações das chefias. Até ao final de Dezembro, com a presidência da UE, muitas das explicações buscarão nesse facto a razão para o actual estado de coisas. Quero é ver depois, como é que é...
Gerir uma instituição não é um processo fácil, nem simples. Uns conseguem, outros não. Uns fazem-no melhor do que outros. É, ou devia ser, para quem sabe. Será?...

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23 setembro 2007

Chegou!

Era uma falta imperdoável. Até há pouco, ainda não tinha visto a «nova» época da Liga dos Últimos. Já vi o vídeo que está disponível: foi um bálsamo! Bem-vindos à «técnica» da bancada e aos comentários sobre o «encruzamento» (sic) da equipa.
Professor Bitaites: os «devotos» saúdam-te!

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VPV

Gosto das crónicas de Vasco Pulido Valente (VPV) no Público. E uma visão a preto e branco do país e dos seus protagonistas: ácida, concisa e directa. Também me diverte, às vezes. Como hoje, ao caracterizar o primeiro-ministro como alguém «que gosta de correr meio nu pelo pelo mundo inteiro». É, nos seus excessos descritivos, uma espécie de «João Jardim das coisas sérias». Não sei se o lêem ou se o levam a sério ou se, à semelhança de Jardim, lhe dão «algum» (muito)desconto. Para o que interessa, a mim me interessa, é alguém que gosto de ler, aprecio o estilo e a quem tiro o chapéu pela sua peculiar forma de intervenção intelectual, quase quixotesca. Quanto ao humor - pormenor nada despiciendo - a imagem de hoje sobre o primeiro-ministro é eloquente.

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22 setembro 2007

Diálogo da Treta IV

Adozindo - Quanto ao jornal gratuito do Oliveirinha, que me dizes?
Asdrúbal - Sei lá, pá! Têm 500 jornalistas na redacção, como disse o chefe do DN...
Adozindo - Pois é. 500 jornalistas para 24 páginas dá o quê: 1,5 linhas para cada um?... Duas frases?... E as fotografias?... E os comentadores?...
Asdrúbal - Como sabes... trabalho escravo, porque não receberão mais nada por isso... Salvo os tais colunistas! Esqueceste a publicidade, a tal que paga o jornal e acresce lucro ao grupo... (contratos de publicidade terão agora um número de contactos multiplicado).
Adozindo - Mas, a prazo, não vai implicar a morte dos produtos pagos?
Asdrúbal - Tu trocas um gratuito por um pago? Eu não. Parecem-me sempre sucedâneos... Confesso também não ser um grande leitor. Ao contrário do engraxar de sapatos, acto em que sou um verdadeiro burguês e que é das poucas manias que a tropa me meteu...
Adozindo - Ainda não. Resta saber é se, num futuro próximo (quem sabe, muito próximo...), ainda irá haver pagos... Quando ao engraxar dos sapatos, fica-te muito bem esse hábito. Lembra-me uma pessoa amiga, que afirmava que, num homem, a barba feita e o sapato engraxado eram sinal de distinção. Ora, se ela dizia isso... Que dirá a Bobone?... E a Maia?... E a Fátima Lopes?... E a Lina da Farmácia?...
Asdrúbal - Eu gosto do cheiro da graxa! Mas abomino o acto se o mesmo não tem como alvo o calçado, claro!
Adozindo - Espero que não te aconteça como no anúncio da Impulse, de há alguns anos: «Se um homem lhe oferecer flores, isso é... Impulse!» Vê lá se, contigo, o princípio se aplica à graxa...
Asdrúbal - Gajas com calçado engraxado?!?! Não me lembro de pressentir...
Adozindo - Não, Asdrúbal. Adiantaste-te e baralhaste-me. Estava a fazer um exercício de humor, pelos vistos não conseguido. Adiante. O que estava a querer dizer era isto: como o Impulse era um desodorizante feminino quis fazer uma ligação à mensagem original aproveitando o teu gosto pelo «cheiro da graxa». A piada, sub-reptícia (é humor britânico, não sei se estás a perceber...), estava na imagem de um homem te vir a «oferecer» flores por causa da graxa...
Asdrúbal - Eu percebi, meu caro! Tentei fugir (saltando sobre) a hipótese de um gajo se aproximar de mim!!!!!!!!!
Adozindo - Mas é claro, Asdrúbal!! Então tu, um verdadeiro pimpão, com mulher, filhos, uma «prima» na Amadora, duas «colegas» em Avintes, e uma «coordenadora» em A-dos-Cunhados, algum dia te passaria pela cabeça uma coisa dessas?!... Haja respeito pelas instituições!
Asdrúbal - Um portento autêntico! Cria uma imagem e já está, apesar da realidade mais rasteira... O que vale são os amigos...
Adozindo - Não te subestimes, meu amigo. Exagerei na «coordenadora», talvez?... É que também havia a..., a..., Solineide de..., de..., tu sabes!
Asdrúbal - Estou tramado! Agora que as comunicações ficam gravadas um ano... Para não falar do Exlon (ou como raio se chama)...
Adozindo - , não há problema! Mas, ó Asdrúbal: tu acreditas mesmo «nisso»?... Ali não haverá mão dos extraterrestes?... Ou do Elvis?...
Asdrúbal - Opto... pelo Elvis. Ainda ontem o vi!
Adozindo - E ele estava bom?... Mais magro, suponho...
Asdrúbal - ... a própria gordura era um plano secreto para fazer crer que... aliás naquela canção em que se dizia... tal não passou de uma mensagem que despoletou... e mais não posso dizer!
Adozindo - Há quem diga que eram os planos secretos para a fusão do Porto e do Benfica, de forma a meter medo ao Sporting...
Asdrúbal - Essa foi a 1.ª versão que foi posta a circular em alguns meandros, mas só para despistar! Julgo que agora já se poderá acrescentar mais alguma coisa... o Vieira é irmão do Jorge Nuno e o Loureiro filho do Cintra, afinal!!!
Adozindo - Shiiii, pá!! É mais complexo e confuso que uma assembleia-geral do BCP...


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Divórcio

José Mourinho, o special one, voltou a acertar na mouche. É verdade, mesmo depois da rescisão do contrato com o Chelsea, é o homem do momento, com direito a declaração do próprio primeiro-ministro inglês, mais rico do que alguma vez se deve ter imaginado. Mesmo que se ache exagerado este «folclore», há que reconhecer que é obra! Agora, começa nova novela: quando e aonde é que o «artista» vai aterrar? Segundo o próprio, em Itália ou na Alemanha.
A saída do Chelsea intuía-se, só não se sabia quando. Havia dois galos para um só poleiro e, nestas coisas, manda quem pode. E o Abramovitch pode. Para além disso, apesar do currículo impressionante, a «pequenina» mácula da falta de um título europeu... talvez tenha sido uma «grande» pedra no sapato do «patrão». Como russo que é, talvez o domínio e o êxito internos - apesar de saborosos - não chegavam. Faltava a cereja no bolo... Ficou a perder?... Talvez.
Curioso é que a história poderá ter desenvolvimentos engraçados no futuro. Já se imaginou, por exemplo, uma final europeia entre uma equipa treinada por Mourinho e o Chelsea de Abramovitch?...

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21 setembro 2007

Nessun Dorma

Um mail fez-me rememorar isto e ainda bem. Andei todo o dia com a música e a voz na cabeça. É um momento de rara beleza, - sublime, mesmo: Pavarotti a cantar Nessun Dorma!

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Código

Para um leigo, como é o meu caso, o novo Código do Processo Penal (CPP) tem-me causado algumas perplexidades. Para um leigo, mais uma vez, algumas coisas serão difíceis de perceber - e, quem sabe, aceitar - atendendo ao domínio especializado da matéria. Que o alarido tem sido algum, parece-me evidente, mesmo que se possa aceitar que esteja a haver alguma manipulação mediática - não me custa admitir que sim - gostava de saber é por quem: dos jornalistas?... Dos magistrados?... Dos advogados?... Dos políticos?... De outros?... E, se sim, com que fins?...
Seja como for, para o comum dos mortais, parece-me, a sensação com que se fica é a de confusão. O que é estranho, dadas as informações que apontavam para a existência de consensos alargados e partilhados, com o envolvimento, em princípio, dos sectores e protagonistas interessados. Não terá sido assim?
Vamos ver o que é que isto nos reservará. Até lá, o CPP não vai sair da agenda e do falatório. Não é difícil prever isto.

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18 setembro 2007

Ensino do Português

Em Maio deste ano realizou-se uma Conferência Internacional sobre o Ensino do Português (CIEP). Fiquei a saber, por alguma imprensa de hoje, que as recomendações do comissário da conferência, Carlos Reis, já eram conhecidas. Das recomendações, que estão disponíveis no site do Ministério da Educação, transcrevo os seguintes excertos, que subscrevo de olhos fechados e com aplauso:
A propósito do português como língua de conhecimento: «importa sensibilizar e mesmo responsabilizar todos os professores, sem excepção e seja qual for a sua área disciplinar, no sentido de cultivarem uma relação com a língua que seja norteada pelo rigor e pela exigência de correcção linguística, em todo o momento e em qualquer circunstância do processo de ensino e de aprendizagem. (...)».
A propósito da identidade do professor de português: «(...) Não se fala aqui de um qualquer professor, mas sim (e com respeito por todos os outros) daquele cujo magistério condiciona decisivamente toda a relação do aluno com os saberes que vai adquirindo. E assim, recomenda-se vivamente que o professor de português consuma menos tempo com as chamadas ciências da educação e mais tempo com a sua cultura literária e linguística; que se preocupe menos com as técnicas pedagógicas e bem mais com o conhecimento da língua e do seu potencial expressivo com outras linguagens, incluindo as da imagem; que tenha critério para destrinçar os usos sofisticados da língua dos seus usos triviais e meramente utilitários; que seja culto, exigente e claro na denúncia do erro (...)»

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17 setembro 2007

Trovas

Começam a ouvir-se as guitarras e, a seguir, a voz de Adriano Correia de Oliveira: «Pergunto ao vento que passa...». O poema é de Manuel Alegre. Ainda há gente que se lembre disto?... Hoje de manhã, na Antena1.

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Heróis

Nos últimos tempos, algumas modalidades desportivas fizeram sobressair o ego do país. Em concreto, falo do basquetebol, do judo e do râguebi, bem como do êxito de atletas portugueses em disciplinas especializadas do atletismo como são a velocidade, os saltos e o triatlo. Por serem invulgares as façanhas, maior o realce. No básquete - de que sou cada vez mais entusiasta - então a surpresa chegou a ser espectacular. Nem queria acreditar no que estava a ver! O mesmo para o râguebi, o judo e as proezas do atletismo. Só visto!

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13 setembro 2007

Diálogo da Treta III

Cipriano tem agora um blog, no qual não admite comentários. Um dos seus posts, após o jogo Portugal-Polónia, foi lido por Moisés, dando origem à seguinte troca de mails:
Moisés - Estás-me cá um Rui Santos!... Só te digo isto: fui ver o jogo com uns «caramelos» daqui da minha rua e lá do topo do 3.º andar da grandiosa Luz - Moisés é benfiquista - não vi tanto jogo de Portugal assim... O Deco não pode com o rabo; o C. Ronaldo joga para ele próprio; não se percebem as substituições (defender o quê?!...); continuam a trabalhar os mesmos (Petit, N. Gomes e FMeira).
Os polacos não jogam mesmo nada, o que faz descer ainda mais de consideração a reles exibição tuga... cansados/contentes com o resultado/acordam quando sofrem golos/marcam e adormecem outra vez/protestam uns com os outros...
Cipriano - Por isso, por causa das arritmias, é que só deves ver desportos saudáveis e descansados: wrestling, boxe, «shotokai», «protokai» ou lá como é que se chama esse jogo russo... e nada mais.
Moisés - E vejo, pá! Apesar da «censura» doméstica («Como é que podes estar a ver isso, essas bestas, essa violência gratuita?!...»), dá-me gozo ver as lutas a sério (a sério, nada dessa coisa do wrestling).
Cipriano - Estás a ver? Eu não te digo?! E a «paz de espírito», é ou não é um achado?! Melhor que isso, só os monges budistas, pá!
Moisés - Essa ideia (yoga e tal) passou - muiiiiiiiiiiiito vagaaaaaaaaaaamente - pela minha cabeça!
Cipriano - Bô!!! A sério?!! Já viste bem aquelas posições?!... E se «saltava» alguma coisa?!... Lembras-te do Quim Pisco, quando quis ser faquir?!!... Coitado, ainda hoje anda com um «prego» espetado na virilha...
Moisés - Volto a sublinhar o muito vagamente. Nã... aquilo é demasiado parado...
Cipriano - Pensaste nas artrites, não foi?
Moisés - ... e afins!
Cipriano - Migas e descanso, portanto?... A propósito de migas: já jantaste?... É que eu vou jantar. Cumprimentos ao Dalai Dama.
Moisés - Serão dados.









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Caso Maddie

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O murro

Do Portugal-Sérvia só vi a primeira parte. Deixei-me dormir na segunda e só acordei com o golo do empate e com a «festa» que se seguiu.
A coisa parecia bem encaminhada com o golo do Simão. Alguns minutos depois tudo poderia ter ficado resolvido, se o cabeceamento do Nuno Gomes tem entrado. Como não entrou... deu-se o que se sabe: empate da Sérvia, perto do final, e o «murro» do Scolari, que vai marcar a história do jogo.
Sou dos que pensa que a selecção deve muito a Scolari. Com o gesto de ontem, estou certo, espatifou uma boa parte do capital de simpatia e respeito que tinha recolhido até aqui. As explicações são esfarrapadas, de tão pobres. O comportamento foi de arruaceiro, típico de uma situação de fim de festa.
Quanto à selecção... vamos ver.

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12 setembro 2007

Global Notícias

As primeiras impressões são estas: não gostei do novo gratuito, o Global Notícias. No 1.º número, muito espalhafato gráfico, destaque excessivo à publicidade, notícias a puxarem para o sensacionalista. Estava à espera de melhor. As primeiras impressões foram estas. Muitas vezes, são as que ficam.
Qual virá a ser o impacto nos jornais pagos do grupo?...

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10 setembro 2007

Diálogo da Treta II

Cipriano Pires e Moisés da Purificação, funcionários públicos colocados no regime de mobilidade especial, frequentaram um curso sobre «Iniciação às Novas Tecnologias - enviar e receber e-mail». Tendo obtido aproveitamento, Cipriano e Moisés abalançam-se à descoberta das potencialidades do correio electrónico. É grande o entusiasmo por esta nova forma de comunicação, pontuada, aqui e ali, por algumas gralhas e por alguns embaraços no uso do teclado. A troca de e-mails ocorreu há dias, no dia de aniversário de Cipriano.

Moisés - Procurei e encontrei! Parabéns, pá!
Cipriano - Olha o meu coração, pá!... - Cipriano tinha recebido uma mensagem, com um anexo, onde se mostravam as generosas formas de uma «moçoila» brasileira - A «senhorita», Moisés, quem é?...
Moisés - Está identificada, pá! É a «Fulana de Tal», que saíu numa revista brasileira há uns meses atrás.
Cipriano - Gosto muito desses «manuais» que para aí tens...
Moisés - Eheheheheheheh! Tudo para estar a par da palpável realidade!!!!
Cipriano - Quão palpável?... Defina «palpável». E se for «papável» (sic)?... Enquadre e justifique a(s) sua(s) resposta(s).
Moisés - Esteve V.Exª muito bem, com a sua vista arguta! Vejamos... A possibilidade de que o que é «papável» ter que ser «palpável» traz à coação (sic) uma essencial urgência de assentimento da corporação vista-tacto! A saber, o que a vista alcança e aprova, o que o desejo incorpora e ameaça têm que ter cobertura no epidérmico remate de mãos!
Cipriano - ????????????????????? Você não estudou na Independente, pois não?
Moisés - Cruzes!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Cipriano - Ah, andou no Seminário?!...
Moisés - Teria conseguido farta educação em Latim e mesmo Grego... mas não. A profissão de fé, o crisma, o casamento... E, MAIS NADA!!!!
Cipriano - Convenhamos que é já uma formação relevante, quiçá ficiente (sic) para converter algumas beatas...
Moisés - Suficiente para esta (sic) defensivamente preparado para os seus arfares...
Cipriano - Ah, seu grande malndro (sic)! «Arfares de beatas»?! Julgas ue (sic) são todas como a «brasileira»?...
Moisés - Aqueles vulcoes (sic) adormecidos - certamente com ordenamneto (sic) de território ítimo (sic) mais tradicional...
Cipriano - Tu começas a preocupr-me (sic), Mseis (sic)! Que raio de «litrartura» (sic) é que te anda a «dar cabo da cabeça»?
Moisés - Deixa lá... Canídeo que late...
Cipriano - Lata late (sic), latemente, como cão que chama cão. Será cadela, será cão?... Cão não é, certamente, e cadela não late assim. Fui ver: era o Anselmo! (sic)
Moisés - Eu ca (sic) julgo que estes nossos escritos dvam (sic) um livrito do Aberto (sic) Pimenta!!!!
Cipriano - Tens que controlar essa trndência (sic) para mputares (sic) letras às palavras. Hoje, já foram algumas. O «Aberto» é uma delas. «Qlberto», seu drewpassdasro (sic)! É o que eu digo: é essa luiteratyra (sic) «merada» (sic) que te põe a cabeça à roda!
Moisés - Esquecei-me (sic) que, mesmo na internet, não deixas de d srepssão (sic) a essa veia censório-corrcetora (sic)... Fazes bem! Mas o correr (em sprint) do teclado tem destas coisas...
Cipriano - TeMos (sic) que ser U ns (sic) para os outrsos (sic). Aluno és, mestre serás!
Moisés - MEStrE XcPrano (sic)

ESTOU-LHE garto (sic)!!!!!!

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09 setembro 2007

Pavarotti

Luciano Pavarotti morreu. Não me interessa se era tenor, barítono ou outra coisa qualquer. Se as suas qualidades de cantor de ópera estão sobre ou subestimadas. Para os «incultos» da Ópera e do seu mundo (milhões e milhões?...), como é o meu caso, a recordação da figura e da voz de Pavarotti estarão sempre associadas à vida e não à morte. E isto é uma experiência sublime. Tal como as suas canções e interpretações, sobretudo as de impacto mais popular.
Lá, onde ele estiver, agarrado ternamente ao seu lenço branco, Pavarotti não deixará de sorrir com estas homenagens dos comuns dos mortais. Bravo, Luciano! Bravo!

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Meteorologia(s)

O resultado não foi famoso. A exibição foi como a estação de Verão deste ano: instável e incerta. Para o que interessa, as contas da qualificação de Portugal para o Europeu de 2008 ficaram como as expectativas sobre a situação do País: tremidas.
A Polónia jogou e defendeu-se bem, sobretudo na primeira parte, e foi feliz. Nós, nem por isso. Na 1.ª parte Portugal jogou desligado e sem alma: a circulação da bola entre os sectores foi feita sem articulação, notando-se que a equipa, e sobretudo alguns jogadores, ainda andam à procura da melhor forma ou posição, tal e qual como o anticiclone dos Açores. Na segunda, sobretudo nos minutos até ao empate e, depois, na período em que chegámos à vantagem, as coisas estiveram incomparavelmente melhores, proporcionando os lances do jogo mais espectaculares. Depois disso, e quando se pensava que o jogo e o resultado estavam feitos, a Polónia empatou. Ponto final e banho.
Voltemos à meteorologia. Apesar do conhecimento acumulado e da tecnologia disponíveis, o que é certo é que ainda há uma margem de imprevisibilidade no clima. Daí as previsões meteorológicas não poderem deixar de ser «previsões», mesmo que possam estar 99,99 % certas. No futebol, julgo que também as coisas se passam assim. No nosso caso, e infelizmente, no jogo de ontem «tocou-nos» o residual percentual do 0,01 % da previsão. A noite estava um bocadinho abafada e quente. S. Pedro não estava lá.

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06 setembro 2007

Diálogo da Treta I

Adozindo Bocage e Asdrúbal Bem-Haja, produtores de melões e treinadores de bancada, discutem a recente transferência do jogador, Deolindo Ai Que Dó, que trocou o Mangueiras Futebol Clube pelo Recreativo Verde Alecrim. Propensos à táctica do embrulha, do pontapé para a frente e da leitura comentada de folhas de couve, metafísica dos tintos, brancos e rosés e recensões críticas da Playboy, os dois amigos reflectem sobre as incidências e mistérios do quotidiano. A cena passa-se ao fim da tarde, na tasca do Albino Careca.
Adozindo - Que tal é o «craque», Asdrúbal?
Asdrúbal - Sonso…Tem técnica, mas não tem pedalada para «tomar conta» do meio-campo... Cala-te boca...
Adozindo - Se é assim como dizes, enquadra-se na linha de actuação do Mister (que flop!...)
Asdrúbal - O artista não tinha lugar no «Mangueiras» e tratou da sua vidinha... Mas, diz-me lá, o «Alecrim» tinha necessidade de contratar o Ai Que Dó? Não havia cá nenhum jeitoso?... Parece que os hábitos antigos permanecem, não é?...
Adozindo - Uma resposta esotérica: terás que sondar os domínios do inefável «Iluminado» (esta afirmação, como é compreensível, auto-destruir-se-á após ter sido proferida...).
Asdrúbal - Eu diria que, algures no tempo, passaste por algum curso de filosofia…
Adozindo - Bondade tua, caro amigo. Bondade tua.
Asdrúbal - O ilustre amigo deve passar dessa coisa do blog para a escrita com cheiro a tipografia…Está já justificado!!!
Adozindo - Simpática ideia, reconheço. Continuas o meu único, fiel e entusiasta leitor abalizado. Se a «coisa» se concretizar, prometo que terás direito a alguns «roialties» para um «copo de três»...
Asdrúbal - Já estás a querer fugir da referência nos agradecimentos…
Adozindo - Pelo contrário. E o tom até já está encontrado: «Ao Asdrúbal, meu caro amigo e colega de «carnavais», escriba envergonhado, mas empenhado, meu único e entusiasta leitor, que passa a vida a convencer-me de que as «merdas» que arroto, vulgo escrevinho, têm algum interesse. Perdôo-lhe, em nome da amizade. End of story».
Asdrúbal - Se fosse no cinema, Adozindo, nesta altura os protagonistas davam um grande abraço e a comoção acabaria expressa numas sonoras palmadas nas costas!
Adozindo - E a seguir... copos e gajas! Era bom, não era?...
Asdrúbal - A ordem dos factores aí tem importância!
Adozindo - Seu malandreco...

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01 setembro 2007

Futeboladas

No Porto-Sporting, não há que marcar o livre que esteve na origem do golo. Só quem não jogou à bola admite que «aquilo» foi um atraso ao guarda-redes.
A selecção voltou ao «antigamente», nostálgica das contas até ao último minuto. Se calhar é o prenúncio da fase «pós-Scolari».
O Benfica não pode queixar-se da sorte. Após o despedimento do «engenheiro», a aposta foi arriscada. Se as coisas não tivessem corrido bem na pré-eliminatória, queria ver como é que seria.

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Barragem

A barragem do Baixo-Sabor vai construir-se. Lá em cima, a barragem é vista com olhos míticos e optimistas, provavelmente exagerados. O tempo dirá se as euforias se justificam.

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EPC

Com o tempo, aprendi a gostar das crónicas de Eduardo Prado Coelho (EPC). Hoje, no Público, era uma das minhas leituras preferidas e obrigatórias. Com a sua morte, algo se perdeu. EPC olhava para o quotidiano de uma forma outra, mas sempre curiosa e interessante. As notícias sobre os novos rumos e tendências ficaram sem um dos seus maiores divulgadores. Ficámos mais pobres.

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