30 setembro 2006

A entrevista

O Sol publica hoje uma entrevista com Souto Moura, o futuro ex-Procurador Geral da República (PGR). A entrevista é interessante a vários níveis. Ao nivel mediático, é de uma actualidade e oportunidade evidentes, representando também uma vitória incontestável do Sol sobre o Expresso. Ao nível institucional, a entrevista também é suficientemente reveladora sobre o universo, a especificidade e o nível de exigência de um cargo como o de PGR, dando-nos a versão pessoal de alguém que o exerceu durante seis anos, em condições muito peculiares. Também ao nível pessoal, a entrevista revela-nos um Souto Moura provavelmente pouco conhecido da opinião pública, de perfil humanista e inclinação artística, contribuindo, para o bem ou para o mal, para uma certa desmistificação da forma de estar e do perfil estereotipado do magistrado. Neste momento, não é previsível o que a revelação desta característica pode comportar para o juízo, positivo ou negativo, que se fará sobre a sua actuação enquanto PGR.
Souto Moura reconhece que não terá feito uma avaliação correcta sobre o poder e a influência da comunicação social nas sociedades actuais. Um erro que se paga caro, como se sabe. Mas que pode corrigir-se. E esta entrevista aí está para o provar.

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