29 abril 2011

Indomável

 Há quem goste de westerns e há quem não goste. A interpretação de um western, que nunca é linear, será sempre um tema para concepções divergentes, aplicadas à história, ao imaginário, ao questionamento ético, à paisagem ou à simbologia que lhe estão associadas. Indomável, o filme dos irmãos Cohen, também não foge à regra e a esta caracterização privada. Tendo visto o filme há alguns dias, só agora me deu para transcrever algumas memórias e emoções com ele relacionadas ou, pelo menos, por ele motivadas.
Numa síntese grosseira, diria que a sua história se processa de uma forma que talvez tenha ajudado à popularidade deste tipo de filmes, por mais inconveniente ou politicamente incorrecto que isso possa parecer: a vingança como instrumento de redenção. Que este comportamento seja assumido por uma filha e jovem, só acrescenta mais dramatismo e um tom épico ao desenrolar da história.
Mesmo que seja difícil de aceitar ou de tolerar, pelo que pressupõe, estou convencido de que muita da adesão a este tipo de filmes - verdadeiramente transversal, parece-me - é consequência desta equação linear: alguém cometeu uma falta (grave) e irá (deve) ser punido por isso. É uma pulsão das mais primárias, é certo, mas real, apesar de anos e anos de aquisições e esforços no sentido oposto. Muita da narrativa do western gira em torno disto e assume uma componente catártica.

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26 abril 2011

Palavrário (letra d)

O dedo deambulava de disco em disco, desafiando desígnios. Decidiu-se e disse:
- Dê-me dois!
Delongou durante dias, descrente e desanimado. Debateu-se em dúvidas. Desistiu e deitou-se a dormir. Dá-se-lhe desconto: delirou!

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22 abril 2011

«Soluções à portuguesa»?...

Não sei se já estarão fechadas as listas de deputados dos principais partidos ou se ainda haverá oportunidade para algumas «revelações» de última hora, à semelhança do que costuma verificar-se no universo futebolístico. Vem isto a propósito de uma recente campanha publicitária de uma marca de bebidas, o Licor Beirão, e do seu protagonista, Paulo Futre, ele mesmo (em forma apurada depois da sua participação na campanha do Sporting...) e a recomendar-se para partidos que tenham ainda disponível alguma vaga.... e com a vantagem de este apresentar «soluções à portuguesa» - é claro - e, como tal, dignas de «crédito»...

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20 abril 2011

Estadistas precisam-se

Mesmo que existam muitos eleitores que queiram castigar eleitoralmente o PS - graças a José Sócrates, estou convencido - e queiram premiar o parceiro PSD, é provável que muitos desses vão sentindo algumas arritmias ou palpitações, sobretudo provocadas pelas sucessivas falsas partidas de Passos Coelho. Que esta avaliação é susceptível de deitar alguma «água na fervura» numa caminhada para o poder, parece-me já um dado inequívoco e susceptível de pôr em causa aquilo que se previa, à partida, como uma irremediável e anunciada derrota do PS. Que se acentua o desânimo e a desconfiança relativamente à maioria dos políticos, sobretudo dos que podem aspirar ao poder, parece-me também uma evidência, e inclui o Presidente da República, cuja actuação está muito aquém do que ele supostamente julgaria que viria a ser a sua «magistratura activa»...
Na actual situação do País, haverá por aí algum estadista?...

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13 abril 2011

Piasca

Vi hoje, numa montra, um objecto que me fez retroceder à infância: uma piasca! Pelo menos, aquilo que eu sempre denominei como «piasca», ou seja, um pião de madeira mais pequeno do que um pião normal, com um ferrão mais fino e pontiagudo, lançado, tal e qual como no pião, com baraça, e não a significação que me era fornecida pelo dicionário: «pequeno pião que se joga entre os dedos». Desconheço se há aqui alguma confusão terminológica, mas o que a memória me dita é que aquilo que eu designo como «piasca» não é a mesma coisa que a significação do dicionário me refere, pois a esta eu associo um outro objecto, da mesma família, é certo, mas claramente diferenciado, quer no tamanho, quer também no material utilizado na sua produção, não só em madeira, mas também de plástico ou de borracha, e este sim, lançado ou atirado com os dedos, sem baraça.

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09 abril 2011

Pensámos nisso?...

Confirmado o que toda a gente, com as «excepções» previsíveis, já tinha interiorizado (o inevitável apoio externo ao País), tenho a maior das curiosidades sobre o veredicto eleitoral em relação a José Sócrates, pois estou convencido de que, mais do que tudo, é isto que vai estar em cima da mesa, realidade de que ele tem consciência, não tenhamos dúvida. Para os especialistas neste tipo de análise, qualquer que seja esse desfecho, é um manancial de hipóteses explicativas. Mas também para todos os meus concidadãos, é bom não esquecer. Ou será que ainda não tínhamos pensado nisso?...

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02 abril 2011

Que tempos?...

Tempos atribulados, estes, pelo menos para a maioria dos cidadãos. Incompreensão e perplexidade devem ser sentimentos comuns, talvez misturados com impotência e desalento. Má coisa, de certo.

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