24 junho 2017

Voa

Talvez um tudo nada escuro, mas mesmo assim passava.
Esquadrilhado, tombou sobre o sofá. Nem queria acreditar no que acontecera, mas não havia dúvidas: o tempo voava! Parecia incrível mas tinha conseguido prová-lo e dispôs-se a fazê-lo novamente, desta vez para o boneco. Não se intimidou, retirou o relógio do pulso e atirou-o ao ar... A foto não ficou mal e garantia-lhe a fama, quiçá um louvor... Ou um prémio, porque não?

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Arranca e pára

Resolvera avançar. Estancou, todavia, quando se apercebeu de que o sinal não mudara.

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16 junho 2017

É já ali

_ Qual é o conselho?
_ Cavar, cavar, cavar...
_ Para onde?
_ Como sabê-lo?...
_ Para longe?
_ Pode ser... Mas é melhor por perto.
_ Porquê?
_ Por causa das ferramentas.

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15 junho 2017

Vedante

Resolvera preencher o vazio. Olhou em volta e não encontrou nada. Olhou melhor. O betume impôs-se. Servia.

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Livro

Apocalipse Nau, de Rui Zink.

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13 junho 2017

Aforismo

Afore-se.

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11 junho 2017

Banalidades

Abriu o armário e constatou que lhe estavam a faltar banalidades. Já deveria estar habituado a que o uso fosse muito e não pouco, mais a mais agora, que estavam em época propícia. Descuidara-se e agora já tinha poucas, nenhuma melhor do que a outra. Que se lembrasse, agora só no andar de cima, no 5.º esquerdo, mas era capaz de ser ainda cedo. Mais tarde talvez, mas nunca antes do almoço. Até lá, sempre poderia fazer um esforço e iniciar uma coisa de outra espécie, mas sempre mais para o superficial do que para o profundo, mas não muito. Apesar de tudo, havia que manter alguma coerência... O tom também era importante: nem muito alto, nem muito baixo, mas mais para o médio, que era o mais conveniente, até por conselho médico. Como sempre, as interrogações interfeririam. Estava-lhes no sangue, não havia nada a fazer. Haver havia, mas custava caro... Tinha que seguir. Talvez o segredo fosse o tempero, mais daqui, menos dali, só para manter. Com jeito, talvez funcionasse. Também se lhe estava a acabar este, o jeito. Não sabia muito bem onde arranjar outro, pois habituara-se muito a este. Podá-lo seria boa ideia?... Não acreditava muito, ainda para mais não estávamos em época disso e a coisa podia correr mal. Na dúvida, mantinha-se ou fazia-se-lhe um enxerto. Não era mal pensado, não senhor, mas agora não lhe apetecia... Em fundo, a música convidava a um passinho de dança... Por azar, ou por sorte (também poderia ser...), a vassoura estava ocupada.

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10 junho 2017

Trocas

_ O que é que lhe apetece?
_ Nem sei... Trocar umas palavras, talvez...
_ De certeza? Não prefere antes um fino? Olhe que está calor...
_ Não, tenho a certeza. Só palavras. Trocadas. Interessa-lhe?
_ São boas?
_ Mais ou menos. Que fazemos?
_ Mostre lá, então. Tenho pouco tempo, mas vamos lá ver o que é que tem para aí...
_ Espere só um bocadinho... Não prefere antes o silêncio?
_ O silêncio? Mas não disse que tinha palavras prá troca? O silêncio, que eu saiba, não as tem... Ou tem?
_ Tem, claro. E bem mais preciosas, na maioria das vezes... É de oiro, nunca ouviu dizer?

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Filmes

Os de Charlot. Há dias, alguém os apelidou de intemporais. São.

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02 junho 2017

Que é deles?

Onde é que estava a cabeça? Não se sabia. E os pés, alguém os vira? Nem em sonhos. Por isso, o veredicto foi unânime: era uma história sem pés nem cabeça.

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