Pela enésima vez, voltei a ver o filme
O Grande Elias. Já não é a primeira vez que o vejo e, estou certo, não será a última. Durante muitos anos, das grandes comédias do cinema português este foi o meu preferido. Hoje em dia, o meu coração balança entre ele e
A Canção de Lisboa, se calhar com predomínio, embora que ligeiro, deste. Em qualquer um deles, contudo, um traço os une: a interpretação portentosa do grande António Silva.
Em
O Grande Elias, António Silva faz um retrato inteligente, feliz e finíssimo do aldrabão e habilidoso «simpático», muito
made in Portugal, abalizado conselheiro - e aproveitador... - de pequenos e «inocentes» megalómanos nativos, tão genuinamente «portugas» nas suas ambições, desejos e ou gratificações.
Passado em memória da actriz Milú, falecida nesta semana, o filme e a interpretação de António Silva são mostrados numa semana em que - curiosa coincidência!... - as almas e os pensamentos pátrios se agitam por histórias de uma outra dimensão e alcance, mas igualmente do domínio da «habilidade», do «aproveitamento» ou do «esquema». Só que estes últimos, convenhamos, até por que fazem parte de um mundo real e já não cinematográfico, duvido que se gostem de (re)ver, como acontece com
O Grande Elias...
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