29 outubro 2011

Vão e já não voltam?...

Para os funcionários públicos, não acredito que se volte a retomar o pagamento dos subsídios de férias e de Natal. Na melhor das hipóteses (hipótese remota) poderá haver algum arranjo, embora duvide que seja a breve trecho. Acredito mais na pior das hipóteses, a perda total dos subsídios, até porque subsistem dúvidas fundadas acerca de uma eventual melhoria da situação que poderia perspectivar um cenário mais optimista. Quanto ao sector privado... também me parece que não escapará a este desfecho. Poderá dar-se-lhe uns toques, mas acabará por desembocar lá, com algumas excepções, aproveitando-se a situação para equacionar isto segundo o paradigma do emprego versus competitividade, ou seja, transformar o recebimento desses subsídios não como algo que está «adquirido» mas antes como um «prémio» que decorre dos resultados obtidos pela empresa. E aqui, ou me engano muito, se verá que os «resultados» não serão, a maioria das vezes, muito «positivos»... Talvez esteja enganado. Talvez.

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26 outubro 2011

Chuva

Estava preocupado com a falta de chuva. Começou a chover e continuo preocupado.

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Aloquete

Aloquete é a versão berçal de cadeado, mais generalista. Talvez consequência do tempo chuvoso, não sei porquê lembrei-me desta particularidade lexical para caracterizar os semblantes com que actualmente nos cruzamos, incluindo os nossos. À falta de melhor imagem, sinto-me (sentimo-nos?...) como que presos por um aloquete, do qual se perdeu a chave ou não se encontra. No actual momento, aplica-se ao país e às pessoas.

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22 outubro 2011

Habemus ferro?...

Não é todos os dias que se vê a terra nas «bocas do mundo» mediáticas. Aconteceu ontem e por boas razões, julga-se, com um anunciado interesse de uma multinacional na exploração das minas. Não houve «cão nem gato» ligados à comunicação social que não tivesse chamado a notícia à primeira página, com honras de destaque, e compreensível, tais os valores e perspectivas envolvidos. Mas, precisamente pelos valores e pela forma como a notícia saltou cá para fora, é que começaram a acender-se algumas luzes de aviso, umas mais circunscritas à região, outras apontando para mais longe, fiéis à máxima de que «o pobre, quando a esmola é demasiada, desconfia da fartura»...
Fartos de ouvir promessas e de lhe venderem ilusões, é curial que as gentes de lá (e de cá...) olhem para estas propostas com algum (muito) cepticismo, ainda que doloroso, pelo que lá no fundo simbolizam: desencanto, abandono e impotência. Muitas vezes, a prudência (que é uma virtude, dizem) é confundida, erradamente, com cobardia ou com excesso de precaução. Neste caso e noutros que tais, talvez seja antes a manifestação de sabedoria, pelo menos aquela que resulta do sopesar dos factos concretos e não das quimeras desejadas. Será isso?... Não sei... O tempo, mais uma vez, será o juiz.

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14 outubro 2011

Adeus, adeus...

...Lá vai um, lá vão dois... subsídios a voar!...
Um irá, outro irá... não sei onde acabará!...

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11 outubro 2011

Onde é que já vi isto?...

Portugal parecia bem encaminhado para se qualificar directamente para o Europeu. Por uma sina qualquer, mas própria, de certeza, espetou-se! Perdeu com a Dinamarca por 2-1, quando o empate era suficiente para essa qualificação. Tal como também já vai sendo hábito cá por estas bandas, caso a «coisa» não funcionasse pelas «vias normais», isto é, ganhando ou empatando o seu jogo, estávamos convencidos de que encomendávamos o passaporte recorrendo à «ajuda de terceiros», ou seja, confiávamos no estabelecimento de uma complexa rede de resultados cruzados que nos garantia que, se a equipa A ganhasse e a equipa B empatasse, desde que a equipa C não perdesse por mais do que dois e a equipa D marcasse mais de 3 golos, contando que a equipa E, por sua vez, não poderia empatar com a equipa F, a não ser que a equipa G... o bilhetezinho lá aparecia... Como se vê, eram variáveis demasiadas e a necessitar de uma fórmula resolvente, num domínio, a Matemática, em que parece que não estamos lá muito bem cotados... talvez aí se encontrando a razão para o espetanço!... Resumindo, sem fórmula resolvente mas com o desapontamento e a frustração do costume, lá vamos para uma derradeira chance, o play-off, a ver se temos sorte. Até lá, podemos entreter-nos com um exercício conhecido: se... e... talvez... não...

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09 outubro 2011

Amizade(s) e não só...

Há tiradas, ditas ou escritas, que têm piada, mesmo que venham a ser interpretadas como inconvenientes ou ousadas. Caracterizam-se pelo fulgor e pela capacidade de síntese e são susceptíveis de provocar reacção imediata, de adesão ou repúdio, como a que vou aqui transcrever, apanhada na leitura de uma crónica publicada no jornal i de sábado, da autoria de Sérgio Soares, intitulada «Vou-te "desamigar", edazima!»: «As amizades são como as mamas! Há as grandes, as médias, as pequenas e as falsas!».

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08 outubro 2011

Momento zen(e) 11

Alberto João Jardim, presidente do Governo Regional da Madeira, a gritar «Abaixo o Fascismo» quando procedia a uma inauguração e foi alvo de contestação, durante a recente campanha eleitoral na Madeira. Mais um bocado e Jardim ainda pedia à banda, que esforçadamente assoprava acordes para abafar o ruído da contestação, que lhe improvisasse a «Internacional»...

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Caçoar

Nas rábulas à volta da Madeira, que nos envolvem a todos, embora mais a uns do que a outros, há um termo que gostaria de utilizar por se aplicar como uma luva e com a vantagem de ser uma palavra que - mais uma! - remete para uma espécie de arqueologia pessoal lexical - «caçoar», que significa troçar, escarnecer. O curioso da situação é descobrir, por si, qual é o lado ou a perspectiva em cada um se coloca nas ditas rábulas: como «caçoador» ou como «caçoado»?...

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05 outubro 2011

Meia-Noite em Paris

Pensando bem, todos teremos a «nossa» «época de ouro», vivida ou ansiada, em que ciclicamente somos convidados a imergir. Segundo uma das definições da Infopédia, a «época de ouro» simboliza ou constituiu «o período da existência de uma pessoa, de uma família, de uma instituição, de uma empresa ou de um país em que, na paz, na saúde e na concórdia, se soube fazer o melhor aproveitamento dos bens espirituais e dos bens materiais que a vida proporciona». E este parece-me um bom ponto de partida para escrever sobre o mais recente filme de Woody Allen, Meia-Noite em Paris, mais uma peça que se acrescenta a um edifício que o realizador permanentemente (re)constrói, num exercício identitário complexo, mas surpreendentemente simples e sensível.
Com este filme,Woody Allen, o magrinho de óculos, grandes óculos, voltou a pregá-la! Embalado pelo clarinete e pelo ritmo clássico do jazz, meteu a mão na sua sacola das surpresas já conhecidas e de lá tirou mais uma e agradável: esta!
Já sabemos como é que a coisa funciona para o espectador, pelo menos para o espectador que se foi (re)vendo nas personagens e nas histórias: senta-se na cadeira, começa a ouvir a música e predispõe-se (mais uma vez, e outra, e outra…) para o que é que aí vem, com a tranquilidade de que não se vai estranhar muito em relação a outra ou outras. E a coisa começa e entranha-se, sem sobressaltos e com algumas memórias de outras fitas e personagens: «Lembras-te de quando ele fez de?… E daquela cena em que?... E a figura e o ar dele em?...». Adiante. Como em Meia-Noite em Paris, talvez que os espectadores dos filmes de Allen, cada vez mais, se recordem e remetam para a existência de uma «idade de ouro», «a desejada», «a mítica», «a única», aquela em que o «caixa de óculos», sim, o Woody ele mesmo, protagonizava os seus filmes e nos fazia rir, sorrir ou nos criava nostalgia... Pelos vistos, para a (re)encontrar terá que se estar num determinado «local», a determinada «hora», num determinado «veículo» e esperar, por um passe de mágica - como os que ele faz - que as coisas se conjuguem.
Meia-Noite em Paris, com a sua subliminar mensagem de «Quem me dera viver em tal época!», é também, parece-me, uma homenagem ao(s) filme(s) de Allen e a nós, espectadores dos seus filmes, que também deles se aproveitaram para (re)configurar a sua identidade ou as suas memórias. Haverá uma «idade de ouro» dos filmes de Allen? Se calhar, há. Mas, o que é que isso interessa?... Lembram-se daquela vez em que?...



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01 outubro 2011

Chá(s) de mistura


Era uma apaixonada por chás, devotada, mesmo! Fiel a esse princípio, quando foi mãe não vacilou e deu nomes de chá aos filhos: Cidreira, Tília e Malva às raparigas e Jasmim, Verde e Funcho aos rapazes. Ao pai, carinhosamente, apodou de Infusão... Em homenagem às suas raízes britânicas, chamou à casa five o'clock tea.



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