20 junho 2022

Talvez mais tarde...

_ Por fim consegui lê-lo...

_ Mas não és o autor...?

_ Só de parte...

_ Qual?...

_ A que se lê...

_ E a outra!?...

_ Ainda não está escrita...

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18 junho 2022

Estava a pensar num arremedo, mas faltou-me o fôlego... Será da inspiração...?

 Talvez... Mas não descarte a expiração!

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Palavrário (letra n)

Nada, ninguém, nunca

Navega.

Nós não.

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17 junho 2022

Pernout(r)a

_ Eh, tanta porcaria!... Um antro de pó, nada mais!... E porque é que isto ainda não foi para o lixo!?...

A realidade é esta: acumulamos e depois não lhe damos vazão. Foi com jornais, mas podia ser com outra coisa. Neste caso, a explicação pode ser esta: é uma pena desperdiçar-se algo a que se reconhece valor e para qual se despendeu, muito ou pouco, um montante, mais tarde se lhe pegará e usufruirá o conteúdo e ou as surpresas. A alternativa seria pior, acredita-se, pois representaria um desperdício puro e simples, mais agora, em que a situação aponta como comportamento pouco aconselhável, mas que se vai disseminando e proliferando (não vale bater no peito, com ou sem força, pois é isto que se verifica)...

_ Mas algum dia vais ler isso?... Toma juízo, acorda!

Talvez haja algum fundo de verdade nestas objecções... Pequenino, quiçá, mas mesmo assim verdadeiro, há que dar a mão à palmatória e reconhecê-lo. Mas a solução não é despachar sem ler ou, pelo menos, dar uma vista de olhos. Não, a solução tem que ser outra!...

_ Já chegaste?!... Só contava contigo à noitinha... Há problemas...?

Poisou a mochila e sentou-se no sofá. Tirou os sapatos e olhou para o conteúdo da mochila, pesadote, de facto, mas ainda aceitável. Correu os olhos pelo apartamento e sorriu: ao canto, em equilíbrio precário, parecendo uma pequena torre de Pisa, tal o inclinanço, encontrava-se o seu depósito de jornais não-lidos, subtraídos da outra casa, assim como quem os deitou fora...


 

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12 junho 2022

Afinal até é...

_ Quantas teve...?

_ Nenhuma. 

_ Nenhuma!?... Não é influencer?

_ Sou, mas de pequena escala... É uma realidade micro, percebe...?

_ Sim, de acordo... Mas pago-lhe para que haja resultados! Micro ou não, as visualizações e os likes têm que pintar!..

_ Vai ser difícil...

_ Então...!?

_ O público-alvo não está receptivo, pelo menos por agora... É uma questão de tempo, vai ver!...

_ Ai é!?... Quanto tempo?

_ Aí uns dois anos... 

_ Dois anos!?... Não consegue acelerar isso?

_ Não me parece... É que, sabe... o meu negócio é de nicho!... Mas firme, posso garantir-lhe!...

_ E qual é a dimensão do «nicho», pode saber-se...?

_ Pequena escala, pequena... mas sustentável!... Mas do domínio do invisível, quase... do infinitamente pequeno, talvez... mas a aguentar-se!...

_ Começo a não gostar do rumo da conversa... 

_ Isso é porque não faz parte do público-alvo... Compreende-se...

_ Ai não!?... Talvez pela subtileza, provavelmente...

_ Como é que adivinhou!?... Afinal, sou ou não sou influencer...?!

 


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11 junho 2022

Como é que posso almejar melhor...?

 Não se preocupe, para já...

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Em círculo

Começava por onde não se deve começar: sem projecto! A quem o apelidava de irresponsável, não dizia nada... Era mentira, pois sempre dizia qualquer coisita... Se era grande, média ou pequena dependia da perspectiva, mas sempre qualquer coisita... Mas a inexistência do projecto era a arma de arremesso preferida dos maldizentes, apesar de uma inegável melhoria face às manifestações anteriores, habitualmente caracterizadas por pedradas à velocidade do som, com mais ou menos precisão. A custo, e alguns galos, também, começou a ripostar, defendendo-se com o argumento da liberdade criativa e da ousadia das propostas, o quer que isso fosse, pois lhe faltava o tal projecto...

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Babel

A coisa ali à mão e um olhar desatento a deixá-la estar... até um dia! Resumidamente, esta é a descrição que se aplica ao (não) visionamento deste filme, felizmente e finalmente visto! Um filme que nos faz pensar e apreender que, dependendo do local, há realidades que se nos apresentam com tonalidades e configurações próprias e, paradoxalmente, remetendo para conexões, à partida, julgadas improváveis, em sequências que tocam, mais ou menos, com sensibilidade ou distanciamento, as questões que interessam ao comum dos mortais, vivam onde vivam: a procura da felicidade, o amor, a realização dos seus sonhos, simples ou elaborados que sejam, num contínuo e persistente movimento.

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05 junho 2022

À procura da paisagem interior - amostra 16

«Lindinho, já não me ligas...?». Como frase, algumas memórias. Familiares, claro. A maioria delas da minha tia-avó, que me confundia com um membro da aristocracia, nem sei bem porquê, pois o nosso pedigree era mais modesto. Bem mais!... Daí a minha surpresa (ou talvez não...?), quando via que afinal era uma mensagem da PI e não da tia-avó de antanho, vá lá, que a verificar-se remeteria para o domínio do paranormal e aí a coisa era capaz de se complicar, até porque não tinha o contacto dos Caça-Fantasmas (GhostBusters, no original), deixem-me alardear um bocadinho as minhas memórias (esticar-me, em suma!, ahahahahah!..), não é por mal mas para enquadramento, que a história se vai construindo à velocidade da conexão entre o que passa na cabeça e o que sai pelos dedos e o teclado. Mensagem da PI, portanto, e sinal de alerta. Vamos ligar, antes que seja tarde ou irremediável...

_ Bom dia, também para ti, PI, que me sobressaltaste com a tua mensagem e provocaste um tremor emocional que me deixou um pouco atordoado, mas sentido, vê lá tu!?...

_ Mandei-te uma mensagem!?!...

_ Sim, mandaste. Há minutos atrás. Queres que te diga quando?

_ Não!... deixa estar. Confio em ti, claro... tirando aquela vez... Deixa, não ligues. O que é que queres?

_ Eu... nada. A mensagem veio de ti...

_ Ah, pois...! Ainda não te tinha dito... mas fui «hackeada»!... Já há alguns dias... Não tinhas ainda dado conta...!?

_ Não. Na verdade, não... E o que fizeste?

_ Nada.

_ Nada!?... Então...?

_ Para onde vou... não vai ser preciso... Vou libertar-me disso! Acabaram-se as informáticas!...

_ A sério!?...

_ Sim, a sério. Vou regressar às origens!...

_ À aldeia...?

_ Não: à Natureza!... Parto depois de almoço. Queres ir...?

_ Sabes... agora não me dá muito jeito... Depois ligo-te...



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Acusam-me de trabalhar à velocidade do caracol. Tratar-se-á de uma cabala?

Só na versão má. Na versão boa, estará a cumprir o limite de velocidade.

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04 junho 2022

Senha 37

_ Qualquer coisa como 125 gramas...

_ Estamos a falar de fiambre, não...?

_ Não sabe que é falta de educação intrometer-se nas conversas alheias...?

_ Peço desculpa, mas como não via ninguém à volta de si... pensei que estivesse a falar comigo. Não volto a interromper, desculpe.

_ Não consegue ver o meu émulo...!?

_ Tem um rival, um concorrente, é isso...?

_ Então não o vê?!...

_  Assim, de repente... não. Está à espera dele...?

_ Irra, que é cego!!... Então não o vê aqui, à minha volta, a atazanar-me a cabeça, o sacana do diabo!?...

_ Não leve a mal, mas continuo a não ver nada... Não estará na zona dos queijos...?


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Picarices

A Demanda de D. Fuas Bragatela, de Paulo Moreiras.

 


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