31 agosto 2018

Ascensão... e queda

Em frente da escada, olhou para cima. Encheu-se de coragem (e de outras coisas menos recomendáveis) e subiu o primeiro degrau. Quando chegou ao topo, respirou fundo. Satisfeito. Fechou os olhos e teve uma tontura. Caiu.

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Decisão

Aos vinte e três anos viu passar a musa. De lambreta. Aos quarenta e seis pediu-lhe boleia.

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Reserva(da)

Por natureza, era uma pessoa reservada. Quando lhe retiraram a placa, perdeu-se.

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Partejar

Maiêutica teve as primeiras contracções pela manhã. À tarde, pariu um conceito com 3,2 kg. Desconhece-se quem é o pai.

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Desenhos animados

Os da Looney Tunes.

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Coexistir Não É Fácil...

«Coexistir Não É Fácil... nem com cantigas» é a tradução portuguesa do título desta comédia francesa. Um filme ligeiro e divertido, se bem que falando de coisas sérias. Talvez não por acaso, a música é utilizada como veículo de conciliação (coexistência) para uma realidade, a vivência religiosa, muitas das vezes caracterizada pela tensão e o confronto.

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22 agosto 2018

Na dúvida, pergunte

Resolvera dar um pontapé na crise. Mas tinha receio. Não sabia como reagiria, ele ou a crise, e isso causava-lhe angústia. Talvez que, em vez do pontapé, um murro fosse melhor... Perguntar-lhe-ia.

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12 agosto 2018

Desunha(do)

Desunhara-se para aprender a tocar, mas conseguira! Fez carreira, excepto na guitarra.

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A sombra da verdade

No mínimo, é uma sensação incómoda aquela que resulta do conhecimento de que instituições reconhecidas e programas de apoio humanitário se deixaram enredar em pecadilhos pouco recomendáveis. Escolher de que lado ou lados da barricada se quer estar é o desafio que o filme coloca. Para uns, a escolha é óbvia. Para outros, nem por isso. Qual é a sua (a nossa)?

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11 agosto 2018

Curto... e frio

_ Arranje-me aí um conto pequeno!
_ Quente ou frio?
_ Quente. Não, frio!
_ Muitas palavras ou poucas?
_ Poucas. Que caiba no bolso.
_ De casaco ou de camisa?
_ São iguais, não interessa. Mas que pese pouco, tá bem?
_ Certo. Volte por volta das três, pode ser?
_ Não, não pode. Vou de viagem, tá a perceber...? Tem que ser agora. Talvez daqui a cinco minutos...?
_ Cinco minutos é pouco. Quer um já feito?
_ Tem que ser... Mostre lá!
_ «O João Ratão regressa a casa. Vem cansado. Precisa de um banho. Pergunta à Carochinha se pode usar o caldeirão. Ela recusa».
_ Só isso?
_ Só. Não o queria curto...? E frio...?
_ Sim, mas...
_ É o que há. Quer ou não quer?
_ Tem a certeza que cabe no bolso?
_ Como uma luva.

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Posso candidatar-me a esotérico?

Só se for iniciado.

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Viagens

Cansara-se da forma de viajar tradicional: a pé, a cavalo, de carro, autocarro, barco, comboio, avião, parapente, foguetão, em sonho. Procurava algo diferente, não sabia bem o quê. Será que haveria algum meio de transporte que ainda não tivesse experimentado? Pelos vistos sim. Quem o tinha avisado era um taxista, pouco dado a conversas, por sinal, mas que nesse dia estava particularmente eloquente, que lhe sugerira a levitação. Sem bandeirada.

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Comunicação

Aproximou-se e tentou chamar-lhe a atenção: tratamento respeitoso, acenos, mímica. Nada resultou. A rapariga parecia ausente. Desesperado, olhou-lhe para as orelhas. Nelas, os phones faziam o seu papel: providenciar a música, fechar o circundante.

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A livraria

Não é fácil lutar contra o sistema, o que quer que isso seja. Às vezes (poucas) consegue-se; na maioria das vezes, não. Mas o que é que isso tem a ver com o título, pergunta-se? Só vendo, meus amigos. Só vendo.

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Conto (de memória)

Entrou e disse. Tirou o chapéu e foi-se.

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05 agosto 2018

Botar fora


Começou por botar as ideias no papel. Achou preferível o botar, que era mais rústico, ao lançar, que era mais urbano. E esta foi a primeira vitória. Não sabia se haveria mais.
Algumas das ideias eram mais ariscas do que outras. Outras estavam mais contentes. O botar para fora tem destas coisas. A sua tarefa era, agora, de ver no que é que aquilo dava.
Começou por perguntar às ideias se estavam contentes por terem sido botadas fora. Umas sim, outras não, disseram-lhe. Às que disseram sim, ligou-lhes pouco. Às que disseram não, pelo contrário, pediu-lhes que expusessem o seu caso.
Havia de tudo. Apesar disso, era possível fazer um apanhado. Umas não tinham gostado de serem botadas fora porque não, outras porque sim e outras porque talvez. Concentrou-se nestas.
Ser uma ideia que não gostou de ser botada fora porque talvez é um caso mais comum do que se pensa. Mesmo sem estatísticas, abrange a maior parte das ideias que se botam fora. As razões são várias: porque se estava a dormir ou acordada; porque se tem fome ou se está empanturrada; porque se tem frio ou está calor; porque é melhor ou pior; porque sim ou porque não, para abreviar.
Fazia-se uma triagem e a coisa lá se conseguia, com mais ou menos dificuldade. Sendo dia de festa, tinha que se ter mais cuidado. Mas não se podiam deitar foguetes!

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04 agosto 2018

Beira-mar

O calor era tanto que berrava. Para não se ouvirem os gritos construiu-lhe uma cabana. À beira-mar. Só assim, o anticiclone se calou.

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