26 setembro 2011

Machocho?

Visto à distância, teria dado jeito transcrever ou soletrar a palavra para memória futura. Não o sendo então, maior a dificuldade agora, que me vejo embaraçado para a escrever e sem a certeza de poder atestá-la num dicionário à mão, com ou sem Internet. A palavra apareceu-me como tantas outras, na sequência de uma conversa, neste caso, fazendo-a saltar lá do sítio da memória onde estaria em repouso e apresentando-se ao serviço de repente, como que a dizer: «Então, ainda se lembram de mim, de «machocho»?...». Para dizer a verdade, já não muito bem, a ver pela dificuldade em escrevê-la: com 'ch'?..., Com 'x'?..., Com 'ch' e com 'x' ?..., Com dois 'ch'?..., Com dois 'x'?... A palavra existiria, mesmo que e só na versão regional ou localizada?... Honestamente, não podia confirmá-lo sem margem para dúvidas. A meu abono só podia invocar a reprodução de algo de que me lembrava e da personagem a quem a dita palavra, «machocho», seja esta ou não a sua ortografia, mas que soava assim, tinha sido aplicada, não sei se apreciativa ou depreciativamente, embora esteja tentado a crer que o seria no segundo sentido... Se calhar, confusão minha ou, talvez, sinal de «machochice»...

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21 setembro 2011

Pequenina revelação


«A Rita levou meu sorriso, no sorriso dela meu assunto…». Para quem conhece ou se lembra, estes são os primeiros versos da canção de Chico Buarque, ‘A Rita’, que não tenho parado de cantarolar e de assobiar hoje, ao longo do dia. É uma canção de que gosto muito, com uma melodia muito própria e agradável, características comuns de muitas canções do Chico, pelo menos em determinada fase da sua vida de compositor e de intérprete. A letra e a melodia de «A Rita’ apareceram-me de forma inesperada, mas imediata, dando vazão à memória dos versos e da música, onde até me lembro de uma sonoridade de trombone, parece-me, no início e no fim, e de flauta , em fundo, no arranjo musical da versão de que me lembrava (e que, depois de conferido, se confirmava). Tudo este emaranhado de lembranças se construiu - pasme-se! – por causa da leitura de uma entrevista de Sérgio Godinho (SG) à revista «Pública», do Público, editada no domingo passado. A páginas tantas, SG refere-se a esta música e proporciona-me uma pequena surpresa, que foi esta: ao contrário que andei estes anos todos a pensar – e, pelos vistos, talvez não tenha sido o único … - o significado do excerto da canção, «… um bom disco de Noel…», é, ao contrário do que julgava, não uma referência ao Natal na versão brasileira , «Noel», mas antes ao cantor e compositor brasileiro Noel Rosa, que desconhecia, mas que uma pesquisa rápida me elucidou como alguém com um lugar próprio na história da música brasileira. Mais do que uma surpresa, será mais apropriado talvez dizer que se tratou de uma pequena «revelação»! Mas como a surpresa do reencontro com ‘A Rita’ foi mesmo agradável, aqui fica um linkezinho para nos recordarmos «dela» sempre que for preciso, naquela que, para mim, é a versão «xpto»…: http://youtu.be/RSGDIAuwX0c

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18 setembro 2011

Bem-Vindo ao Sul

O conhecimento ou a descrição de um comportamento ou de uma atitude são, muitas vezes, enquadrados por determinados estereótipos, por mais injustos ou destituídos de fundamento que sejam. E isto aplica-se a vários domínios ou situações. Por exemplo, nas semelhanças ou diferenças - sobretudo estas - entre regiões e localizações de e num mesmo país e nas formas de estar ou de ser dos respectivos naturais ou residentes. Das mais comuns destas semelhanças/diferenças, podem salientar-se as que se estabelecem entre o «citadino» e o «rural» e entre «o norte» e «o sul». Não será exagero, suponho, acreditar que em todas as regiões do Mundo estas «diferenças» se verificarão, adaptadas, é certo, à realidade local, muitas vezes com expressão trágica, também.
A história de «Bem-Vindo ao Sul», um filme italiano, constrói-se à volta de alguns destes estereótipos, sobretudo o da diferença entre «o norte» e o sul» italianos, escalpelizando-os com um humor que me (nos?...) escapava há muito, transformando o período de duração do filme num saudável exercício de desopilanço, que se agradece e louva, filiando-se e homenageando uma riquíssima tradição italiana, a da comédia. Nos tempos que correm, é de atirar foguetes. Venham mais. Rir nunca fez mal a ninguém. Pelo contrário. No «sul» ou... no «norte»!

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17 setembro 2011

A litlle, smaller Greece

Portugal é um país pequeno. Como todos os países pequenos, temos tendência a sobrevalorizar os êxitos, quando os há, e a menorizar os fracassos, quando se verificam. Na agitação contínua que se tem verificado à volta dos apoios aos países na zona euro, Portugal tem procurado precaver-se com o argumento de que não é a Grécia nem os respectivos pecadilhos, grandes ou pequenos. Se o argumento tem resultado é difícil saber, embora esteja desconfiado que é muito provável que não, vá lá a saber-se porquê. Ainda ontem, veio saber-se de um «pequeno» percalço nesta estratégia de «parecer ser» diferente da Grécia, com os cumprimentos do Governo Regional da Madeira. Será uma excepção, deseja-se, ou um prenúncio de mais, desconhece-se. Para quem não era a Grécia, afirmava-se, é capaz de ser difícil justificar esta torção, que pode ter provocado algo bem mais complicado do que um torcicolo. Seja como for, parece que continuamos a «não ser» a Grécia, pelo menos a «grande», a que não se recomenda nem aos inimigos... Se passámos a ser a «pequena», contudo, talvez aí a coisa fie mais fino... Isto é, para que seja perceptível também lá fora, talvez seja preferível uma designação mais apropriada para Portugal que é a de «a little, smaller Greece»...

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11 setembro 2011

Pequenas mentiras entre amigos

Em algum momento, a maioria de nós já se terá colocado a pergunta: «O que é ou significa ser amigo?». Não sei  a quantidade ou a diversidade de respostas que lhe estarão associadas, mas sei da importância que esta pergunta e respectiva resposta representam para a maioria dos humanos, que lhe dedicam uma atenção e uma preocupação muito significativas, muitas vezes superiores àquelas que se evidenciam à volta do conceito de «família», que com ele assiduamente se cruza e - quantas vezes! - com ele frequentemente se antagoniza.
Sendo coisa séria, nem por isso a «amizade» deixa de ser vista sob uma perspectiva «romântica», querendo com isto dizer-se que, muitas vezes, a apreensão e a vivência da amizade são assumidas e entendidas segundo um olhar e uma visão idealizados, afastados da realidade e tendencialmente branqueadores das falhas ou imperfeições, características imputadas ao «comum dos mortais», como os amigos também são... Nesta perspectiva romântica, por exemplo, a frase «os meus amigos mentem-me» é uma pura heresia, pois não é reconhecida a mínima consistência semântica à associação entre dois conceitos considerados contraditórios, o de «amigo» e o de «mentira», como, dos pontos de vista afectivo e emocional, reconhecer legitimidade a esse cenário significaria o ruir de toda uma grandiosa e elaborada «construção» que a espécie humana, na sua maioria, concebeu e tem sustentado, a da «amizade», e para qual eu e todos os outros também contribuímos e, estou certo, continuaremos a contribuir... Como no filme que vi, cujo título «Pequenas mentiras entre amigos», de produção francesa, enfatiza essa pequena/grande contradição, escalpelizando esta peculiar dimensão das relações e da vivência humana, tão imprescindível quanto almejada, porque fundamental.

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08 setembro 2011

Fado

Um fado bonito:
http://youtu.be/ncpQ6GgrJ_4

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04 setembro 2011

Prenúncios

Os prenúncios do fim do Verão e da proximidade do Outono, por mais matizadas que estas diferenças estejam, hoje em dia, transformam-se num sinal para a interiorização e o recolhimento. Processo necessário, nem sempre se lhe dá o devido valor, obscurecido por luminosidades (supostamente) mais apetecíveis. Tudo a propósito de uma caminhada matinal, inalando o aroma da terra molhada e a aproveitar o remanso da manhã de domingo.

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