28 novembro 2023

Calèche

_ Dê-me aí um calèche!

_ E o cagãozinho é com cheirinho ou sem...?

 

 

 

Comentário: quem atendeu tinha luzes de francês e uns pozinhos de português.


2. [Portugal: Trás-os-Montes] Cálice pequeno. = CAGÃOZINHO

"caleche", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2023, https://dicionario.priberam.org/caleche.
2. [Portugal: Trás-os-Montes] Cálice pequeno. = CAGÃOZINHO

"caleche", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2023, https://dicionario.priberam.org/caleche.

nome feminino

1. [Galicismo] Viatura de tracção animal, de dois assentos de frente um para o outro e quatro rodas, aberta por diante.Imagem

2. [Portugal: Trás-os-Montes] Cálice pequeno. = CAGÃOZINHO


"caleche", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2023, https://dicionario.priberam.org/caleche.

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27 novembro 2023

Duas luas

Caíra a tarde e apresentara-se a noite. Tempo ligeiramente frio, mas seco, avenida e passeio a convidar a um desenferrujar das pernas e da cabeça, criando condições a um fluir de passos e de pensamentos, cadenciados, ambos, como personagens que se conhecem e apreciam. A lua estava cheia, constatou o passeante, virando o rosto para a esquerda e usufruindo de um espectáculo que sempre lhe agradou, sorrindo também pela recordação do que essa fase da lua pode representar para algum imaginário popular, não aquele com que tinha de lidar agora, que passeava avenida abaixo, mais urbano e citadino, não melhor ou pior, mas diferente. Acabado de ver a lua cheia à sua esquerda, de súbito se apercebeu de algo estranho à sua direita, a mesmíssima lua cheia em pose, praticamente simétrica àquela que vira fracções de segundos atrás, pouquíssimas, quando a localizara à sua esquerda, tendo como resultado a visualização em simultâneo, parecia-lhe, de duas luas cheias!.. 

Das duas, uma: ou entrara num mundo de ficção científica, onde se recordava de que esta duplicação de  imagens da lua eram, de alguma maneira, frequentes, ou, então, definitivamente perdera o juízo, não era arriscado concordar, pois tudo à volta lhe indicava o cenário mais quotidiano possível, com pessoas, carros, lojas e, claro, só com uma lua... constatação reforçada pela descoberta do acrílico, à sua direita, acima da sua cabeça, que ardilosamente o induzira em erro, funcionado como espelho da lua vista à esquerda, a única  e verdadeira... Afinal, a twilight zone passara (mas não parara) por ali...



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21 novembro 2023

Desactivado

 _ Como é que vai isso?

_ Doiem-me os pés, as pernas, os dedos... Até me dói a alma!

_ Compreendo... Para os pés, as pernas e os dedos ainda se pode arranjar qualquer coisa... Agora para a alma...

_ Não há um xarope, uns comprimidos, nada...?

_ Que eu saiba... não...

_ Nem um endireita...?

_ Havia... Mas reformou-se...

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13 novembro 2023

Ilusionismo

_ Quanto me dá por isto?

_ Até ver, nada!...

_ Não está a ser forreta...?

_ Não. Só precavido.

_ Porquê?

_ Ainda não vi nada...

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04 novembro 2023

À mesa (ou talvez não...)

_ Tem castanhas?

_ Não.

_ Não tem mesmo...?

_ Não. Só tremoços.

_ E jeropiga...?

_ Cerveja. Serve...?

_ Só com pipis. Tem?

_ A casa é vegetariana.

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02 novembro 2023

É tentar...

_ Tem graça?

_ De momento...

_ Consegue arranjar...?

_ É difícil...

_ Porquê!?

_ Sou mais dos sisudos...

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Pexote 18

 Arrancou e a mota fugiu-lhe...

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Arrebunhar/arregunhar

A fala e a linguagem propiciam momentos curiosos, como este de nos transportar entre significados e pronúncias, como constatei em conversa recente, a propósito da palavra 'arrebunhar', nas suas derivações 'arrebunhado/a'. 'Arrebunhar' significa «arranhar, ferir com unhas», habitualmente utilizada em matérias que envolvam ou tenham a ver com gatos/as, umas vezes de forma literal, outras de forma mais sub-reptícia, do domínio da malícia. Na minha memória fonética e geográfica, a palavra que se fixara era «arrebunhar», com 'b', e não aquela que os interlocutores me referiam, 'arregunhar', com 'g', que me era desconhecida, mas que comprovei em pesquisa simples, que confirmou o sentido e a ortografia de uma determinada zona do país, o Riba Côa, onde era a norma e a pronúncia generalizada, pelo que me diziam, pelos vistos também no Mirandês. Estando entendidos quanto ao significado de 'arrebunhar/arregunhar', ficava então uma fonética e uma ortografia diferente.

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