31 maio 2006

Mensagens

A visualização de mensagens no rodapé é uma prática comum na maioria dos programas populares de televisão. Para além de fonte de receita, esta prática significa um sinal dos tempos, tecnológicos e/ou existenciais. E passa lá de tudo, como convém e é apreciado num meio como a televisão, para gáudio, voyeurismo ou lamentação dos telespectadores. Algumas delas, de tão íntimas, provocam-me surpresa e perplexidade, levando-me a concluir que algo de muito estranho se passa - ou talvez não... - que leva a que as pessoas, por solidão, paixão ou desespero, estejam dispostas a sujeitarem-se como que a um escrutínio da sua vida: público, mediático e sem contemplações.

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27 maio 2006

Timor

Nunca estive em Timor. Conheço algumas pessoas que por lá passaram, mas, na sua essência, a imagem que dele faço é tributária da comunicação social. Como a maioria dos portugueses comuns, indignei-me e senti-me impotente perante o que era relatado acerca da ocupação indonésia e regozijei-me com a independência. Como muitos portugueses também, quiçá tenha acalentado algum quixotesco desejo de, in loco, contribuir para a construção desse novo país, o primeiro do século XXI...
Depois dos acontecimentos dos últimos dias, caracterizados pela barbárie mais primária, a sensação que fica é a do desencanto...
No nosso mundo, as histórias encantadas não era suposto terminarem assim...

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22 maio 2006

Acabou-se!

O sonho do GDM subir à 2.ª Divisão nacional de futebol terminou. O 3.º lugar, a três pontos do 2.º classificado, que também assegurava a subida, foi uma classificação notável, bem longe da que era, até há alguns anos, a meta: - não descer!Talvez tenha sido melhor assim. Subidas de divisão sem recursos ou não desejadas habitualmente provocam uma espiral que só costuma acabar nos regionais ou pior. O Guê-Dê-Éme está de parabéns!

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20 maio 2006

Scolari

O seleccionador nacional, Luís Felipe Scolari, escolheu os jogadores para representar Portugal no Mundial. Apesar de previsível qual o sentido das escolhas, não escapou (escapa) à polémica, aliás esperada. Não estou muito precupado nem interessado com o facto de saber se o jogador A devia ou não ser chamado, em vez do jogador B ou C. Qualquer treinador ou seleccionador, para o bem ou para o mal, rodeia-se de um conjunto de jogadores que procura manter, por serem os que lhe dão mais garantias nos planos técnico, táctico, disciplinar ou emocional.
Há um mérito importante que reconheço a Scolari: com ele, não me parece que palhaçadas como as que aconteceram no México ou na Coreia pudessem acontecer, pois não o permitiria. Esta é uma verdade que habitualmente se esquece: os jogadores não são nenhuns meninos de coro!...
Neste país de treinadores de bancada, não admira que o homem seja um espinho cravado na garganta de muitos.
Teimoso (?)... Arrogante (?)... Autoritário(?)... Talvez. Uma coisa é certa: se calhar, conhece bem o que a casa gasta... E é isto que nos incomoda...

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18 maio 2006

Depressões?...

Na sua maioria, gosto das crónicas de Eduardo Prado Coelho (EPC) no Público. A crónica sempre me interessou enquanto rubrica de jornal, pois possibilita um olhar multifacetado sobre o quotidiano, seja ele o desassombrado, o culto, o bem-humorado, o pitoresco, o elegante, o provocante ou o perspicaz. As crónicas funcionam como barómetros do país, das gentes e das vivências. Talvez por isto, gosto das crónicas de EPC e de muitos outros cronistas.
Na crónica de hoje, intitulada "Depressões", EPC enumera, com precisão clínica, o cardápio de razões para esta peculiar enfermidade, que não resisti a transcrever:
" (...) a do Dom Juan compulsivo, que não consegue fixar-se afectivamente e se sente numa espécie de exílio permanente; a do que chega a uma certa idade, a idade dos balanços, e acha que falhou tudo na vida; a do que considera que ninguém o reconhece na sua qualidade profissional ou na sua vontade de amar louca e perdidamente; a do que de repente se sente terrivelmente só porque os pais morreram, e a casa dos pais, onde se refugiava, deixou de existir; a do que sente o terrível aproximar da morte e ele não queria morrer; a do hipocondríaco que acumula doenças sobre doenças, lê livros de medicina e tem um medo terrível da dor; a dos inúmeros professores que perderam o gosto de ensinar e já não suportam a violência das escolas; a dos militantes políticos que deixaram de acreditar em qualquer militância e ficaram à deriva; a dos que acham que a vida política se tornou num espaço de interesses concorrenciais e perdeu qualquer sentido de utopia e ideal; a dos que odeiam o país, a nossa mediocridade, a nossa desordem, a nossa oscilação temperamental, o nosso estilo de patos-bravos endinheirados e gostariam de ir viver para outros lugares, ou em Nova Iorque, ou no Maputo. (...)"... Ufh, acabei!!!
Animador, não é?... O país segue dentro de momentos. Será que segue!?...

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15 maio 2006

Taça

O Porto venceu a Taça. A partida não foi famosa, mas o FCP foi um vencedor natural: melhor equipa, melhores jogadores, mais soluções. O Setúbal muito raramente mostrou ter capacidade para discutir o jogo e o resultado.

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12 maio 2006

Selos

A realidade é sempre mais rica que a imagem que dela fazemos. Veja-se o recente escândalo à volta da filatelia, que anima o panorama mediático de Espanha e Portugal. Fiquei espantado com a dimensão e a natureza do negócio e as implicações que se adivinham para os envolvidos! Quem diria que, à volta dos selos, podia correr tanto dinheiro! Santa ingenuidade a minha, está bem de ver! Promessas de rentabilidade que sejam, simultaneamente, elevadas, garantidas e honestas será que existem!?... Era bom, não era!?...

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09 maio 2006

Remodelação?...

A situação não está fácil para José Sócrates e o Governo. Os relatórios das instituições não ajudam. Os projectos de investimento embaralham-se. A situação internacional está tensa. A administração pública espera pelo PRACE. A contestação mantém-se. O desconforto permanece. A descrença acentua-se. A publicitação já não chega...
Será que começo a ouvir lá longe, muito lá longe, os tambores da remodelação?...

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08 maio 2006

Transnístria

A televisão é um poderoso e influente meio de comunicação social. Até ontem, dia em que a SIC Notícias emitiu uma reportagem sobre a Transnístria, nunca tinha ouvido falar ou prestado qualquer atenção a este nome. Onde raio ficava a Transnístria!?... Agora já sei e estou melhor informado sobre um dos focos de tensão internacionais, no Leste europeu, mais concretamente na Moldávia, uma das antigas repúblicas soviéticas, localizada entre a Roménia e a Ucrânia.
Como em muitas outras regiões do espaço político ocupado anteriormente pela URSS, a turbulência dessa zona é uma das consequências da fragmentação da União Soviética, que se verificou em 1991. A Transnístria declarou unilateralmente a independência da Moldávia, mas não tem reconhecimento internacional. A situação que lá se verifica obriga a que se olhe para ela de uma forma séria, atenta e... preocupada.

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07 maio 2006

Campeonato

Acabou o campeonato de futebol da 1.ª divisão. A vitória do Porto não merece contestação. O Sporting, dadas as circunstâncias, acabou por obter um bom resultado. A prestação do Benfica foi uma decepção. A descida do Belenenses e do Guimarães são duas das grandes surpresas, inimagináveis no início da prova.

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06 maio 2006

Solidários

Fico sempre agradavelmente surpreendido com uma iniciativa como a do "Banco Alimentar Contra a Fome". É uma acção que se acarinha e que convida ao envolvimento das pessoas , mesmo que circunstancial. "Alimentar esta ideia", o slogan escolhido para a campanha, sintetiza o gesto de solidariedade que tem expressão mais alargada duas vezes por ano, se não me engano, na maioria dos supermercados e hipermercados, apesar de o "Banco" funcionar todo o ano. Um exemplo de voluntariado que funciona bem, pelo que me posso aperceber, que encontra justificação e motivação no combate a um dos receios ancestrais das sociedades humanas: a fome!

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04 maio 2006

Nuclear

A questão do nuclear em Portugal volta a ser tema de debate e começa a ser falada e discutida.
Ontem, a Universidade de Trás-os-Montes promoveu um debate, juntando defensores e adversários do nuclear. Segundo o relato jornalístico, o debate terá sido "aceso".
Hoje, no Público, o jornalista Luís Costa zurzia imprensa, políticos e ambientalistas por, aparentemente, estarem a passar à margem deste tema.
Ao almoço, conversa entre dois naturais do distrito de Bragança:
-Então, a tua terra também vai ser contemplada com uma estrada?
- Não! Suspeito é que vamos ganhar uma central nuclear...

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02 maio 2006

A Medalha

José Mourinho foi campeão de Inglaterra pelo 2.º ano consecutivo. Dito desta forma, o feito parece uma banalidade. Não o é. Estamos a falar do campeonato inglês e de duas vitórias consecutivas. Se juntarmos os dois campeonatos anteriores ganhos com o Porto, a que se acrescentam (!) uma vitória na Taça Uefa e outra na Liga dos Campeões - também em anos seguidos! - o(s) feito(s) é(são) tudo, menos banal(ais)! Não tenho elementos que o comprovem, mas que este "rapaz" tem um currículo invulgar - quem é que o terá, igual ou aparentado, nestes termos?!..., parece-me evidente. Mas este "rapaz" sabe muito bem o que faz e como se faz. Veja-se o caso da medalha, que recebeu pela vitória no campeonato inglês: lançou-a para a multidão e previu (!) o que se seguiria - um fenómeno mediático, excessivo, é certo, mesmo irracional (ou talvez não, dados os tempos que correm...). A medalha foi colocada num site da internet para ser leiloada. Foi leiloada por 14,5 milhões de euros (quase 3 milhões de contos)!!! Quero acreditar que tudo não passa de uma brincadeira, mais uma acha de um processo mediático sensacionalista. Mas é também um sinal dos tempos. E da perspicácia do "José". O homem sabe o que faz e sabe que o faz bem. E gosta. E diverte-se.

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01 maio 2006

Filme

Aproveitei o feriado e fui ao cinema. "Boa Noite, e Boa Sorte", realizado por George Clooney, foi o filme. Que me agradou muito. Apesar de baseado num episódio verídico da década de 50, nos EUA, o filme é de uma grande actualidade. Para além do confronto entre o jornalista e pivot televisivo da CBS, Edward Murrow, e o senador Joseph Mcarthy, protagonizado naquele período, as questões que o filme aborda são facilmemente transpostos para os nossos dias. Liberdade de expressão, opinião e reunião, a essência das sociedades democráticas, a influência e o impacto dos meios de comunicação social, em particular da televisão, a manipulação e o conflito de interesses determinados pelos apoios publicitários, tudo isto nos é familiar, ou pelo menos devia ser.
David Stratharin, que não conhecia, no papel de Murrow, tem uma interpretação excepcional. Clooney afirma-se como realizador. O filme é muito bom.

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