20 janeiro 2006

Reflexões

Não quis deixar passar em claro um texto publicado na edição de hoje do Público, da autoria da jornalista São José Almeida, com o título "Reflexões".
A propósito da inexistência de uma candidatura à presidência da República protagonizada por alguém de esquerda na casa dos 40 ou 50 anos, um "buraco negro geracional" como ela o define, caracterizando-o nestas linhas certeiras, precisas, mas perturbadoras : "Um buraco negro que se prende com as consequências do campear de um individualismo feroz na sociedade portuguesa pós-25 de Abril, sem dimensão social e sem espírito público, responsável pela relativização ética da política portuguesa e pelo alastrar de uma promiscuidade corrupta que mina a sociedade (...). "
Na ausência de projectos de esquerda para a sociedade portuguesa, segundo a autora - "A esquerda portuguesa tem-se limitado a viver superficialmente da máquina do Estado à sombra de um clientelismo boçal - no que aliás, convenhamos, é igualada pela direita - e sem cuidar em fazer a mínima reflexão teórica, sem se preocupar em debater coisa alguma, sem investir na busca de um modelo de desenvolvimento para o país, que ultrapasse a receita gasta e estafada introduzida por Cavaco Silva no início dos anos 90, a qual assenta exclusivamente nas obras públicas (...)".

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17 janeiro 2006

Torga

"Coimbra, 6 de Abril de 1991 - Deixar saudades. Dos pensamentos, palavras e obras. Deixar saudades de ter sido no mundo uma afirmação singular, insólita, incómoda, mas sem pecado."
(Miguel Torga, Diário XVI).

Passam hoje onze anos sobre a morte de Miguel Torga.

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Comentário

Apetece-me ser imburrente: - Acabaram-se os comentários!
Ponto. Final.

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16 janeiro 2006

Pioneiro

Pela primeira vez desde a criação deste blog, uma verdadeira alma imburrente presenteou-nos com várias postagens. Palmas para este pioneiro, de seu nome "Vale-da-Pia"! Estou convencido de que outros virão, na sequência deste. Aguardemos.

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15 janeiro 2006

Vinhos

Os seis candidatos à Presidência da República foram convidados pelo jornal Público a revelar quais seriam os seus vinhos preferidos. Das escolhas dos candidatos, publicadas no suplemento "Fugas" daquele jornal, de 14 de Janeiro, fixei, pela absoluta novidade, a de Garcia Pereira: "Bom Juiz", um vinho alentejano tinto reserva de 1999, produzido pela Cooperativa Agrícola de Reguengos de Monsaraz.
Comecei a interessar-me por vinhos há alguns anos, sempre numa atitude de curioso e de amador. Falha minha, provavelmente, e insuficiente conhecimento, com certeza, levam a que este estado inicial ainda não tenha sido ou custe a ser ultrapassado. Sim, também nesta matéria há os curiosos e os especialistas, os amadores e os profissionais, os que podem e os que arreiam. Adiante!
Apesar de tudo o que atrás escrevi, o assunto "vinhos" é uma matéria a que, sempre que posso, gosto de dedicar alguma atenção: bebendo, lendo, provando ou dissertando. A notícia, que para aqui chamei, é disto um exemplo.
Avancemos, pois, sem medos! À chegada, dependente do caminho que cada um traçar, certamente estará à nossa espera um bom vinho, branco ou tinto, para ser degustado com prazer e nos fazer despoletar um conjunto de sensações que reteremos na memória e no palato. Porque não, começar pelo "Bom Juiz"?...

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14 janeiro 2006

As cartas ao Director

Nos jornais - quaisquer que eles sejam- gosto de ler a rubrica "Cartas ao Director". Para mim, estes espaços têm uma dignidade e um mérito próprios: representam, na maioria das vezes, não só salutares exercícios de afirmação de cidadania como, também frequentemente, servem para alertar para aspectos da nossa realidade quotidiana não beneficiados pela agenda mediática. Ao conquistarem alguma relevância e valor informativo, consequência - convém não esquecê-lo - do facto de terem conseguido ser publicados, tornam-se, à sua escala, um território a que convém estar atento - aliás, estou convencido que muito do palpitar e do sentir real dos cidadãos sobre o País escolhe este caminho para se manifestar e aparecer à superfície! Para além disso, não raro surpreendo-me com a qualidade e a diversidade de perspectivas, habitualmente apresentadas de acordo com um sólido domínio da utilização da escrita. E isto agrada-me.
E agrada-me também, a mim que sou leitor habitual da rubrica "Cartas ao Director", como acabei de confirmar, reconhecer num conterrâneo meu os méritos e os atributos que acima referi. Chama-se e costuma assinar J. Ricardo e nasceu na minha terra, Torre de Moncorvo. A última carta que dele li, no jornal Público de hoje, aí está para o confirmar.

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13 janeiro 2006

Tremores na terrinha

Afinal, não são apenas os tremores de terra recentes, segundo os dados do Instituto de Meteorologia, que andam a fazer tremelicar algumas zonas do País, incluindo a capital.
Hoje, sexta-feira 13, dia aziago para o imaginário popular ou para as almas susceptíveis, mais um tremelique - e este, dos grandes! - fez balançar as nossas vidas pacatas, entretidas com as peripécias da campanha presidencial, com os enredos das 15 ou 20 novelas ou com os negócios dos artistas e dos protagonistas da bola, esse mundo de eleição.
Aguardam-se as cenas dos próximos capítulos. Qual vai ser o desfecho, depois se verá.

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12 janeiro 2006

Memória e identidade

"- És um imburrente!", "- Não sejas imburrente!" são expressões que julgava esquecidas na memória da minha infância. Pelos vistos, não o estão. O mesmo poderia dizer da palavra "cibinho", que arranjei para enfeitar o título.
Ambas, "cibinho" e "imburrente", remetiam - julgava eu - para um tempo que teria passado, contado numa sequência de sentido único e irrepetível. Até hoje.
Os imburrentes, novos e velhos, têm aqui um espaço para dar largas a uma nova forma do ser "imburrente": irritante (sem dúvida), atento à realidade (obviamente), crítico e irónico (qb). Nem que seja... só "um cibinho".

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