16 outubro 2006

Orçamento

Todos os anos, por esta altura do ano, acontece o que é de lei: a entrega do Orçamento de Estado na Assembleia da República. É uma excitação e um corrupio! As tvs, os comentadores, os jornais e jornalistas, os políticos, as figuras gradas do regime e da pátria, os transeuntes e os especialistas são chamadas a emitir um parecer, um comentário, uma laracha ou um desabafo sobre o OE, a sigla mais popular e divulgada, suponho, nos próximos dias. Tudo isto para quê? Na maior parte das vezes, para nada. Desconfio que o "Zé", esse que se chama assim e todos os outros, fogem do OE como o "diabo da cruz!". Habitualmente, já conhecem de ciência certa o que lá vem: uma conversa e uns termos que desconhecem e poucos se mostram interessados em lhos descodificar - com excepções, obviamente - uns cenários que o desencantam e não animam e uma grande, imensa, resignação. Assim como assim, já que não percebem a maioria do que lhe dizem, olham com ar de espanto para os gráficos, percentagens, projecções, cenários, receitas, despesas, inflacção, PIDAC, PIB e siglas afins, o linguajar "economês" e o "financês". Fica o espanto com tanta ciência e o arregalar dos olhos pelos power point. Mas, lá no fundo, a pergunta que todos fazem é esta: quanto nos vai custar?

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