Pós-verdades
Teriam telefonado ou mandado uma mensagem, já não se recordava. Mas teria preferido uma carta, que era mais formal, e ainda podia ter selos, que passaria a coleccionar, logo se veria, mas o mais provável era que não. Também não se importaria que fosse por pombo-correio, como no tempo da guerra, que falhara por pouco. Com tordos parece que era mais difícil e com os melros de todo impossível, embora nunca ninguém tivesse tentado, pelo menos que se soubesse. Até agora.
No telefonema, na mensagem, na carta e nas aves, curiosamente todas de carne branca, boas para o colesterol, segundo um estudo que comprara ou que lhe emprestaram, talvez mais esta hipótese, mas a outra também podia servir, dependeria do auditório, que costuma ser mais crédulo do que o das leituras, era o que lhe diziam, tinha a certeza, e que ouvira, precisamente, num auditório, em que todos faziam o papel de auditores, que era o seu caso. Os cépticos que não se rissem e fossem ao dicionário, pois estava lá a palavra, e fora bem empregue...
Pós-verdades em saldos?!... A 30%?!... Não acreditava! Ainda se fosse a 15..., 20..., 25...?... Vá lá que não vá, que as coisas são como são e estamos na época. Agora a 30%?!... Não acreditava e pronto.
Ficara ou pusera-se em choque. Que tivesse dado conta, ainda não estávamos em Marte ou em Júpiter, e onde, aí sim, os saldos valiam a pena e eram dessa ou doutra ordem de grandeza, dependia dos dias e das promoções, mas também do seu estatuto espacial, muito melhor do que as offshores, sabe-se hoje, e onde se pensava investir em grande e em força, que são sempre as características de um investimento como deve ser. Se não for assim, não é investimento. Pode ser outra coisa, mas investimento não é. Para o ser, já se sabe, tem que ser em grande e em força! Também não chega dizer que é em grande e em força. É preciso «aquilo com que se compram os melões», disse-lhe alguém (talvez um «pós-verdadista», quem sabe?...) ou as melancias, dada a dimensão e a comparação ser mais conforme com os atributos do investimento, se não também não serve...
Na dúvida, veja-se como param as modas: se for em frente de uma montra, já sabe, devem ser saldos.
No telefonema, na mensagem, na carta e nas aves, curiosamente todas de carne branca, boas para o colesterol, segundo um estudo que comprara ou que lhe emprestaram, talvez mais esta hipótese, mas a outra também podia servir, dependeria do auditório, que costuma ser mais crédulo do que o das leituras, era o que lhe diziam, tinha a certeza, e que ouvira, precisamente, num auditório, em que todos faziam o papel de auditores, que era o seu caso. Os cépticos que não se rissem e fossem ao dicionário, pois estava lá a palavra, e fora bem empregue...
Pós-verdades em saldos?!... A 30%?!... Não acreditava! Ainda se fosse a 15..., 20..., 25...?... Vá lá que não vá, que as coisas são como são e estamos na época. Agora a 30%?!... Não acreditava e pronto.
Ficara ou pusera-se em choque. Que tivesse dado conta, ainda não estávamos em Marte ou em Júpiter, e onde, aí sim, os saldos valiam a pena e eram dessa ou doutra ordem de grandeza, dependia dos dias e das promoções, mas também do seu estatuto espacial, muito melhor do que as offshores, sabe-se hoje, e onde se pensava investir em grande e em força, que são sempre as características de um investimento como deve ser. Se não for assim, não é investimento. Pode ser outra coisa, mas investimento não é. Para o ser, já se sabe, tem que ser em grande e em força! Também não chega dizer que é em grande e em força. É preciso «aquilo com que se compram os melões», disse-lhe alguém (talvez um «pós-verdadista», quem sabe?...) ou as melancias, dada a dimensão e a comparação ser mais conforme com os atributos do investimento, se não também não serve...
Na dúvida, veja-se como param as modas: se for em frente de uma montra, já sabe, devem ser saldos.
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