O chá
A velhota, de 76 anos, e o garoto, de cinco, formavam uma parelha curiosa e cúmplice. Apesar da diferença de idades e de vidas, entendiam-se como iguais. Mérito da velha, sem dúvida, e empatia do moço, com certeza. Deviam ser avó e neto, pelo que se conseguia perceber. Apanhei-lhes este diálogo, de passagem, que envolvia também um adulto, presumivelmente o pai. A cena passou-se este mês, num dia um pouco frio.
Velhota: - Anda, vamos comer um gelado.
Garoto: - Espera, que tenho que vestir o kispo.
Velhota: - Vá, despacha-te, antes que aquilo feche.
O pai, que ouvia a conversa, intromete-se na conversa.
Pai: - Vais aonde?... Comer um gelado?!... Estás maluco, ou quê?!...
Garoto: - Gelado?! Desculpa, enganei-me. Vou é tomar um chá...
Pai (perdido de riso): Ah, um chá!... T'á bem. Se é para tomares um chá, em vez de um gelado, vai lá.
E lá foram eles, passeio fora: a velhota, de 76 anos, e o garoto, de cinco, perdidos de riso e contentes por terem embarrilado o adulto... A tomar «chá», suspeita-se...
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