À procura da paisagem interior - amostra 16
«Lindinho, já não me ligas...?». Como frase, algumas memórias. Familiares, claro. A maioria delas da minha tia-avó, que me confundia com um membro da aristocracia, nem sei bem porquê, pois o nosso pedigree era mais modesto. Bem mais!... Daí a minha surpresa (ou talvez não...?), quando via que afinal era uma mensagem da PI e não da tia-avó de antanho, vá lá, que a verificar-se remeteria para o domínio do paranormal e aí a coisa era capaz de se complicar, até porque não tinha o contacto dos Caça-Fantasmas (GhostBusters, no original), deixem-me alardear um bocadinho as minhas memórias (esticar-me, em suma!, ahahahahah!..), não é por mal mas para enquadramento, que a história se vai construindo à velocidade da conexão entre o que passa na cabeça e o que sai pelos dedos e o teclado. Mensagem da PI, portanto, e sinal de alerta. Vamos ligar, antes que seja tarde ou irremediável...
_ Bom dia, também para ti, PI, que me sobressaltaste com a tua mensagem e provocaste um tremor emocional que me deixou um pouco atordoado, mas sentido, vê lá tu!?...
_ Mandei-te uma mensagem!?!...
_ Sim, mandaste. Há minutos atrás. Queres que te diga quando?
_ Não!... deixa estar. Confio em ti, claro... tirando aquela vez... Deixa, não ligues. O que é que queres?
_ Eu... nada. A mensagem veio de ti...
_ Ah, pois...! Ainda não te tinha dito... mas fui «hackeada»!... Já há alguns dias... Não tinhas ainda dado conta...!?
_ Não. Na verdade, não... E o que fizeste?
_ Nada.
_ Nada!?... Então...?
_ Para onde vou... não vai ser preciso... Vou libertar-me disso! Acabaram-se as informáticas!...
_ A sério!?...
_ Sim, a sério. Vou regressar às origens!...
_ À aldeia...?
_ Não: à Natureza!... Parto depois de almoço. Queres ir...?
_ Sabes... agora não me dá muito jeito... Depois ligo-te...
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