01 agosto 2008

A comunicação

Sendo feito da mesma massa que os outros meus concidadãos, não foi sem alguma ansiedade que me dispus a escutar a comunicação do Presidente da República, Cavaco Silva. Estava intrigado sobre o que motivaria tal comunicação, assim, em 31 de Julho, véspera de férias para muitos portugueses, incluindo o Presidente, já no seu gozo efectivo. A tensão prestava-se ao crescendo de tensão e de boataria, era um facto. Algo de muito grave ocorrera ou iria ocorrer, pensava-se.
Diga-se o que se disser, a reacção generalizada ao anúncio da comunicação do Presidente da República é um indício claro e eloquente das nossas intranquilidade e falta de confiança actuais. Nem a véspera de férias - ou se calhar por isso... - nos deixou mais indisponíveis para este(s) cenário(s) cinzento(s) e pouco risonho(s). Que se receia(m) ou antecipa(m), mesmo que não saibamos ainda objectivá-lo(s).
À primeira vista, a comunicação, dedicada ao estatuto político-administrativo dos Açores, pareceu um anti-clímax, suspiraram de alívio muitos compatriotas. Será que foi? Ao princípio, eu também pensava assim. Agora, tenho as minhas fundadas dúvidas. Será que o Presidente quis acautelar já alguma coisa?... Se sim, o quê?... E como explicar a forma e o teor da comunicação?...
Depois da comunicação e das diversas reacções, fica-se com a sensação muito vincada de que isto é apenas a peça de um puzzle que, gradual ou abruptamente, se vai construindo ou desfazendo. Vejamos o que nos dirão os próximos tempos. Vamos à política, meus senhores!

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