31 janeiro 2025

Inchação

A promessa fora feita, com a veemência adequada: «Martelar-lhe a cabeça até mais não!...». Contudo, a duração não foi a esperada, melhor dizendo, a propalada, logo que o dedo soltou o uivo que se ouviu nas redondezas...

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Em vez de tabaco, um título...

_ Vais aonde...?

_ Ali, a um sítio...

_ Já vieste...?!

_ Sim. 

_ Foi rápido...

_ Fui registar uma coisa...

_ Propriedade...?

_ Mais ou menos... Um título...

_ Do tesouro...?

_ Não. D'um livro.

_ Já o escreveste...?

_ Não... Mas não está esquecido!...

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Em privado...

De inesperada, a situação não deixava de provocar reacções contraditórias: riso, para uns; incredulidade, para outros. 

Impávido e sereno, o protagonista continuava a sua rotina, para não dizer labuta: na mesa com duas cadeiras, alternadamente sentava-se ora numa ora noutra, a murmurar.

Desconfiado, para não dizer enfadado, o empregado de mesa perguntou:

_ Deseja pedir alguma coisa...?

Imperturbável, o homem respondeu:

_ Só para mim. O solilóquio está pela companhia...

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29 janeiro 2025

Fino/fina como um alho

Nem sempre, uma expressão que julgamos conhecida e reconhecida o é. Constatei-o há dias, ao pronunciá-la numa roda de pessoas: «Fino/fina como um alho!». Foi uma surpresa. Sobre ela, lembrava-me de que a sua utilização implicava o elogio a alguém, sobretudo às capacidades e competências que se manifestavam quer na resolução de situações, quer na área do negócio ou da negociação. Mas permanecia a dúvida sobre a ligação entre uma coisa e a outra, ou seja: entre a argúcia, a perspicácia e o conhecidíssimo bolbo (esse sim!), «alho». Felizmente, valha-nos ao menos isso, o Dr. Google deu uma ajuda e o mistério lá se resolveu... Afinal, o «alho» era um comerciante português (Afonso Martins Alho) do século XIV, do Porto. E, segundo as fontes, um verdadeiro «fino como um alho!».

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27 janeiro 2025

O Meu Bolo Favorito

Cheguei a este filme através de recomendação de pessoa amiga. Começo por aqui, por este episódio, aparentemente banal e, talvez, cada vez mais invulgar, nos dias que correm, de alguém nos sugerir a visualização de um filme, da leitura de um livro, de deslocação a um determinado local. Parece fraco consolo, mas se calhar não o é.

Centrado na realidade e sociedade iranianas, um filme e uma história à volta do quotidiano de pessoas com idades à volta dos 70 anos, das suas dificuldades, constrangimentos, ambições e sonhos (que os há e ainda bem!), situações que facilmente podemos reencontrar em outras paragens do mundo, mais distantes ou perto de nós, num processo incessante de combate e ultrapassagem de lugares e preconceitos comuns, numa homenagem à vida e às nuances de como ela pode afirmar-se, umas vezes de forma reivindicativa, outras de forma subtil ou carinhosa, expressa de forma a provocar o sentimento, o riso ou a lágrima. E esta é também uma das características do cinema.


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20 janeiro 2025

Próximo!

_ Diga 33!

_ 99!. 

_ ?...

_ Qual é o diagnóstico...?

_ A multiplicação por 3 está correcta. Ouve mal.

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17 janeiro 2025

(En)redado

Olhando para baixo, constatou que a rede não estava montada... Relevou. Assim como assim, a altura não era muita... Confortado, escreveu a primeira frase: «Escrever sem rede não é para todos». Pelo menos para ele, que era trapezista...


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07 janeiro 2025

No La Scala, não tarda...

_ Venho responder ao anúncio.

_ Não podia vir vestido de outra forma...? Com um lençol, por exemplo, uma casaca...? Começamos mal...

_ O aviso não o referia. O que pedia era competência no «boooo!». Estou desclassificado...?

_ Vamos ver... Já exerce há muito tempo?

_ Nem por isso... Entrei neste estado há pouco tempo... Mas tenho habilitação própria!

_ Obtida onde: no aquém ou no além?

_ No limbo. Estive a amadurecer...

_ E como é que o 'booo!' lhe sai, afinado...?

_ Tal e qual como um tenor!


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04 janeiro 2025

Sou fã das FAQ (questões frequentes), mas nunca encontro resposta para a que me interessa. É normal?

Depende do que pesquisa... No seu caso, pelos vistos, as FAQ não são a melhor opção.


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03 janeiro 2025

Adivinha (en passant)

Começar bem o ano também é isto: encontrar o parafuso! Qual é ou para que serve é a pergunta do milhão de dólares!

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