29 junho 2024

Mentíssima

_ Temos aqui este senhor...Como é que se chama...? Pronto, não interessa! Está preparado?

_ Preparadíssimo!

_ Preparadíssimo!?... Não será de mais...?

_ Exprimo-me só por superlativos, desculpe. É de família...

_ Mas agora não o fez!...

_ Atentíssimo!

 

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28 junho 2024

Explorar a profundidade - 4

Já apurado, Portugal decidiu fazer um «jogo treino» com a selecção da Geórgia. Não tendo percebido o conceito de «jogo treino», talvez devido à sua inexperiência destas andanças futebolísticas internacionais, a Geórgia encarou o jogo com as ganas de uma partida «à séria» e enfiou-nos duas «batatas» na nossa baliza, sem correspondência da nossa parte, facilmente explicável (lá está!) pela nossa maior experiência e resultados nas ditas competições e, sobretudo, pelo nosso entendimento do que se entende pelo conceito de «jogo treino», matéria onde costumamos ser «catedráticos», mas isso já toda a gente sabe, o «bê-â-bá» de qualquer tese ou pensamento esclarecido sobre «a exploração da profundidade», uma espécie de propedêutica à matéria, mais complexa, do «entrelinhas» e do «sistema» (Ui!, o que eu me fui lembrar!...), isso sim, coisa para mais altos voos... 

Última hora

Afinal, estava equivocado! O jogo, em vez de «de treino» era oficial. Maldito «sistema»!...

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In(estético)

Olhou para a árvore torcida com os olhos de um esteta. Satisfeito, para não dizer fascinado, decidiu passar-lhe por baixo e ela caiu-lhe em cima, matando-o. Por más raízes...

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26 junho 2024

Em directo

_ Estamos em directo. Por favor, algumas palavras…

_ Quantas quer…?

_ Desculpe, estamos em directo… O que é que nos diz?

_ E como é que quer…?

_ O directo não se compadece! Não quer dizer nada?

_ Passo.

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24 junho 2024

Explorar a profundidade - 3

São tão invulgares os resultados em que, nas grandes competições de futebol, a selecção portuguesa consegue resolver o problema da qualificação para a fase a eliminar sem o recurso «à calculadora», com contas de cabeça e não sei quantos responsos ao sobrenatural, que, quando isso acontece, ficamos meio abananados ou desconfiados... Mas lá acontece!

O jogo em que isso aconteceu foi contra a Turquia (3-0), que acabou por se revelar «um tigre de papel» (os informados ou curiosos lembrar-se-ão da frase e do que ela significava, acredito que com um sorriso...), o segundo da fase de grupos, puxando logo pelo esfregar das mãos de que «a coisa» está a andar (venha de lá o 14 de Julho!...), de tal forma que até metemos um golo (2.º) na baliza adversária quando os jogadores se tinham apercebido de que o passe final, o tal da «definição», em futebolês, afinal não tinha sido bem feito, que azar!, mas mesmo assim dava golo, com a ajuda e a dessincronização da defesa e do guarda-redes turcos, vá-se lá saber como é que se «treina» e adivinha uma coisa destas, com ou sem profundidade, e como um jogador de 41 anos, Pepe, parece que é eterno, essa é que é essa, e a rapaziada acha piada, não há dúvida... Se isto não é a da profundidade, ora digam lá se não é?...

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21 junho 2024

Explorar a profundidade - 2

É um exercício com algum risco, este de recorrer à memória para se fazer um apanhado do que se viu, até agora, sobre os jogos e as selecções no Europeu 2024. Uma surpresa, ou como tal considerada: o número de golos na própria baliza!, talvez sinalizando uma tendência de as bolas serem disputadas, até mais não, nas pequenas áreas, vindas de cruzamentos, ressaltos ou a aglomeração de jogadores em movimento. Das selecções que têm impressionado mais, um claro destaque para a Espanha, onde tudo parece estar a funcionar com um óleo de qualidade superior, com destaque para meia dúzia de jogadores a fazerem a festa: Williams, Pedri, Fabián Ruiz... (deixo os outros três que faltam para a meia dúzia ao critério de quem estiver a ler...). Do que não há dúvidas, embora as coisas possam mudar, diz a ciência «exacta» da bola e do pontapé, é que a Espanha está e joga como um candidato à vitória final, verdad...?

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Flash na passadeira

Na rua, atravessando a passadeira, uma mulher avança sem esperar pelo sinal... Em andamento, aproveitando ainda o sinal aberto, dois carros, colados um ao outro, esticam o tempo até ao limite, cruzando-se a meio da passadeira com a transeunte, que se assusta, obviamente, mas também se compromete, pela ousadia do que tentara, provocando uma paragem de emergência, com a consoante apitadela, dirigida ao peão, por um lado, mas simultaneamente mimoseando o condutor concorrente, que à cautela cheirara o travão... No passeio, o escriba com o flash da cena... Mas sem assobios, apenas a preocupação...

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20 junho 2024

Explorar a profundidade - 1

Começou o Europeu 2024 e lá tivemos o primeiro jogo de Portugal. Com a Chéquia... Explorando logo a profundidade, achei que havia aqui um equívoco: com a Chéquia!?... E na final!?... Não era na final, mas o primeiro jogo da fase de grupos...!? Bem, atendendo ao que tinha visto e ouvido até então, alguém se tinha enganado e não éramos de certeza eu e os mais de 10 milhões de compatriotas a quem a garantia e a conquista do Europeu era algo adquirido e com escritura lavrada para 14 de Julho e, a seguir, festa, copos e foguetes!... Pelos vistos, o guião era outro...

Contrariado e com vontade de apresentar queixa, é o menos, lá tive que me aguentar ao que houve, incluindo as tremideiras e alguns «ai, Jesus!», mas com o regozijo pelas manifestações e comentários sobre a «profundidade» e a natureza da «ciência da bola», da posição dos jogadores e das tácticas e mais qualquer coisa, com a «pressão alta e baixa», a contar com os «blocos» altos, baixos e assim-assim, em suma, com o sofrimento de uma vitória, que esteve em risco de o não ser (por uns rotundos 2-1!...), com a ajuda de autogolos e de remates de urgência e de afogadilho, naqueles momentos em que só já manda o coração e a fé em quem acredita em algo, costuma ser dos livros e faz parte do cardápio da bola e da conversa sobre ela... Para profundidade, até que nem está mau...

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18 junho 2024

Explorar a profundidade

«Explorar a profundidade» é coisa que cheira e aponta mais para a Espeleologia do que para outra coisa qualquer, parece-me. Mas parece-me mal, reconheço, e também me equivoco, é um clássico, pois a designação é algo a que tenho vindo a dar atenção e a assumir como conquista no domínio da conversa e relato sobre futebol, seja para me rir, seja para convictamente me armar em entendido!... Todo este palavreado para quê: para tentar arranjar um título, uma cobertura comum para os comentários a fazer ao longo do Europeu de 2024, na Alemanha! Paleio sem sentido, oco, ou com substância, é coisa que outros, que não eu, dirão ou comentarão. Até lá, avancemos. Com medo ou de peito feito, veremos.



Comentário: explorar a profundidade é algo que deve fazer-se com uma broca apropriada ou, no mínimo, com uma picareta... Desconhecendo-se a experiência do escriba neste domínio, temos que deitar as mãos ao Céu e esperar não coisa boa... Enfim, é o que temos!... Ao menos, que não se esqueça de apertar as chuteiras e chutar para a baliza apropriada...


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Gincana

Aproximou-se do passeio e ficou estarrecido ao ver a profusão de caixotes de recolha de lixo... Ganhando alento, iniciou uma gincana arrojada entre eles, obtendo uma excelente média. Entrevistado pela comunicação social, garantiu que estava bem e feliz, apesar de exausto, deixando como recomendação a existência de comissários de passeio, infelizmente ausentes...

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05 junho 2024

A olho nu...

No palco, a cantora e o guitarrista entusiasmaram-se com a performance e os efeitos da voz e dos solos, acabando por entrar em órbita... Delirante, a assistência batia palmas e lançava uivos de contentamento, à mistura com gritos e imprecações, mas tudo em clima de festa...Nos balcões, as famílias pegaram nos farnéis e bebidas e associaram-se ao concerto, uns cantando para cá, outros para lá, fazendo olas com o corpo. No ar, levitando sempre, a cantora e o guitarrista continuavam em órbita, tendo alguém sugerido que se informasse a agência espacial que monitorizava estes fenómenos, mais não fosse para sinalizar o que passasse a ser necessário, terminando o espectáculo com o maestro e a orquestra a tocar uma valsa de salão...

 


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03 junho 2024

Vou abrir uma excepção. Faço bem?

A responsabilidade é sua... As excepções, quando abertas, têm tendência a oxidar...

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Silabário

_ O que se passa...?

_ Estou com a língua presa...

_ Então!? Trincou-se...?

_ Não. Foi a pronunciar uma palavra...

_ Qual...?

_ Kakaesco...kalalesco...kaflalesco...kafkaesco...

_ Kafkiano...?

_ Isso!



 

 

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01 junho 2024

Dia da Criança, com princesa e um sapo

Hoje é do «Dia da Criança». Cheirando a frase feita, diria que este 'Dia' é celebrado por todas as faixas etárias, quero acreditar que imbuídos de um espírito bom e agradável sobre ele. Para quem avançou nos anos, não há problema em fazer de conta que isso não aconteceu e comportar-se, nem que seja só em espírito, como a criança que outrora se foi, ou, pelo menos, aparentada. Associado a isto, alerto para a realização da Feira do Livro de Lisboa (FLL), a decorrer no Parque Eduardo VII, de 29 de Maio a 16 de Junho, um dos espaços e ocasiões para levar e partilhar com os mais novos, fica a sugestão.

Para celebrar o 'Dia', a recordação e a reprodução da história, intitulada 'A princesa e o sapo', integrada no livro «Sem pés nem cabeça. Apenas dedo», da autoria do meu gémeo falso, Manuel Rodrigues, e publicado pela Lema d'Origem Editora, presente na FLL, no pavilhão H09.

«Uma história deve ser credível. Mesmo que seja para crianças. Se não for credível, não é real. Nem as crianças acreditam nela. Esta não é uma história dessas, das não credíveis. É uma das histórias das outras, das reais. Os personagens da história são uma princesa e um sapo. A princesa é feia e o sapo também. A princesa não tem desculpa, pois é princesa, mas o sapo tem, pois é um sapo. A princesa passeia pelos campos. O sapo folga nos pântanos. Nunca se viram ao vivo, a não ser ao longe. No seu passeio, a princesa costuma acenar ao sapo. O sapo, que não tem mãos, não pode. Em vez disso, coaxa, que é a voz que os sapos usam quando querem falar com os humanos, ainda que sejam princesas. Mas a princesa não sabe o que diz o sapo, pois não trouxe o tradutor para o coaxar, que é caro e nem se sabe se existe. Mas as coisas podem mudar. Mesmo sem o tradutor, o sapo lá se fez entender, o que custou, mas lá conseguiu. Disse à princesa que lhe desse um beijo, se queria ficar bonita. A princesa pensou muito, muito, muito. Acabou por aceitar, mas fez o sapo jurar que casava com ela, se a enganasse. Depois, deu-lhe um beijo. Transformou-se em sapa. Bonita, por sinal.
Uma história deve ser credível. Mesmo que seja para crianças. Se não for credível, não é real. Nem as crianças acreditam nela. Mas esta história não é para crianças.
».

in Manuel Rodrigues, Sem pés nem cabeça. Apenas dedo, Carviçais/Torre de Moncorvo, Lema d'Origem Editora, 2020.


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