13 dezembro 2022

Adeus à linguagem

Visto na televisão, a reacção inicial é de perplexidade. Problema do espectador, reconheço, que não resistiu ao nome do Godard, o realizador, para muitos, de culto, não sei quantificar nem valorizar isso. Olho para síntese que se descreve a seguir e fico um tudo-nada mais confortável, interrogando-me se é sensato visualizar este tipo de filme, por achar que me faltam elementos de encaixe e interpretação suficientes sobre o autor e a obra, que me parece assumidamente experimental, leio que é/foi a primeira utilização da tecnologia 3D numa longa-metragem.

 "A ideia é simples: uma mulher casada e um homem solteiro encontram-se. Amam-se, discutem, separam-se. Um cão erra entre a cidade e o campo. As estações passam. O homem e a mulher encontram-se outra vez. O cão entre eles. O outro é um. Um é o outro. São três..." É com estas palavras que Jean-Luc Godard descreve "Adeus à Linguagem", um trabalho que consiste, acima de tudo, numa experiência visual. 
Um filme dramático, escrito e realizado pelo iconoclasta cineasta de culto francês ("O Desprezo", "Eu Vos Saúdo, Maria", "Filme Socialismo"). Versa sobre uma relação amorosa e os seus ciclos de encontros, paixões e conflitos, sob a forma de uma narrativa visual intrigante e experimental. Para a construir, Godard recorreu pela primeira vez à tecnologia 3D numa longa-metragem. "Adeus à Linguagem" foi apresentado em competição no Festival de Cannes, em 2014, onde recebeu o prémio do júri, "ex aequo" com "Mamã", de Xavier Dolan.

PÚBLICO (extraído da crítica do Público)»

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