27 julho 2009

Casos Arquivados

A minha aprendizagem e o gosto pela televisão estão muito ligados às séries televisivas, maioritariamente inglesas ou americanas. Ao longo dos anos, tenho ficado fascinado por algumas delas, com uma clara preferência pelas policiais. A mais recente é «Casos Arquivados», Cold Cases no original, que vi pela primeira vez no Fox Life, ao cair da tarde, e da qual me tornei quase um devoto.
Como num passe de mágica, em cada episódio se faz uma imbricação entre um passado, mais ou menos próximo e supostamente imóvel, e um presente que o faz «despertar» ou «avivar», espoletando memórias, emoções ou paixões, os ingredientes essenciais que conduzem as grandezas e misérias da espécie humana nas suas manifestações quotidianas, por isso inquietantes, mas simultaneamente tocantes por isso mesmo, ou não estivéssemos nós a falar de
velhos conhecidos como o drama, o amor, o ciúme, o ódio, a raiva, a paixão, a emoção, o crime, o mistério, a frustração, a revolta, o reconhecimento, a dádiva, a violência, a satisfação, a inveja, o contentamento, o desencanto, a honra, a vergonha, o horror, a vida ou a morte.
E é aqui que o nome da série ganha novos contornos, contrariando o cinzentismo que parece estar associado aos adjectivos «arquivado», na versão portuguesa, e «cold» (frio, sem vida), na versão original, mas antes surpreendendo-nos com a capacidade que oculta no seu seio, latente e à espera. De um qualquer clique ou de um acaso. Daí, se calhar, o seu fascínio.

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