13 maio 2011

Ajuda externa

A decisão adivinhava-se, tal o desbaratar de recursos. Ao longo do tempo várias vozes se fizeram ouvir, mas a relutância em aceitar as evidências, o esgrimir irresponsável de um domínio da situação - ficcional, como se constatou! - tornaram surdos os ouvidos e cegaram os olhos destes protagonistas. O desfecho adivinhava-se e a decisão abateu-se sobre eles, sem contemplações: ajuda externa!
No dia aprazado para o início das conversações, entretanto combinadas, deslocaram-se ao local escolhido e debateram com a «troika» os fundamentos e as orientações para a solução do problema - difícil e custoso, como se viria a constatar - mas susceptível de ser ultrapassado, desde que se estivesse disponível para impor regras e uma disciplina, até aí inexistentes, remédio para uma situação que tinha chegado a atingir dimensões caricatas e, quantas vezes, absurdas! Não havia como negar os factos e as consequências do que isso acarretava, afiançavam os técnicos das instituições providenciadoras da ajuda. Recusá-la era um suicídio! Por momentos, breves mas intensos, interrogavam-se sobre as razões e o caminho que ali os tinha conduzido, as oportunidades e os recursos esbanjados: porquê, meu Deus, nos tínhamos iludido tanto e julgado termos o controlo da situação?!...
A decisão e o plano foram céleres, embora dolorosos, a aplicar nos próximos tempos: em vez de sueca, jogo do burro! Acabavam-se os desperdícios de trunfos, ases e manilhas colocados em mãos inábeis e incapazes de dar um pequeno capote, apesar das boas cartas. Não haveria mais lugar para destrunfar o colega em vez dos adversários, num vórtice de disparates e de puxadas mal feitas. Estava feito e decido pela troika: levaram uma bandeira!

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