Momento zen(e) 0
Que me lembre, nunca tive a menor queda ou tentação para as artes marciais, o yoga, a meditação transcendental, a levitação, os esoterismos, os momentos zen ou os efeitos extraordinários do ginzeng ou de outros produtos mais ou menos exóticos ou mirabolantes. Quando muito, gosto de um cházinho de tília ou de cidreira... Em suma, não percebo patavina ou tenho a mínima preparação nestas matérias mais vocacionadas para um certo tipo de espiritualidade e paragens onde nunca pus os pés. Defeito meu, por certo. Assumido, com certeza. Se calhar, é este o meu primeiro «momento zen(e)». Vou chamar-lhe o «momento zen(e) 0». O do aparecimento. O que pode ser o do 'zero', mas também o do 'ó'. O que está e o que desaparece. O que vê e o que está cego. O do claro e o do obscuro. O do início e o do não-fim. É o zen(e) do ocidental, à beira-mar plantado, que come bacalhau e bebe vinho, que torce pela bola e mastiga umas côdeas. Duras. Como o zen(e). Pelo menos, a esta hora da noite. Que raio de zen(e) este!
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