22 agosto 2011

Real ou Barça?

Também em Portugal, os desafios entre o Barcelona e o Real Madrid são seguidos de forma especial, sobretudo desde que o treinador Mourinho e os jogadores portugueses, com Ronaldo à cabeça, passaram a integrar a equipa madrilena. Mais do que uma mera preferência quanto ao clube, semelhante a tantas outras, pelo menos nos campeonatos mais conhecidos, a «filiação» clubística dos portugueses pelo Barça ou pelo Real é assumida, parece-me, como uma extensão da nossa particular forma de estar e de ser, sempre contraditória, que na sua expressão mais elementar se reflecte pelas manifestações de «amor-ódio» em relação à prestação e protagonismo dos nossos concidadãos ligados ao pontapé na bola, sobretudo, transportando para outros espaços ou dimensões alguns dos entusiasmos com o futebol e as rivalidades nacionais, em que avultam, estou certo, as rivalidades entre o Benfica e o Porto, na sua maioria. Por isto, para os portugueses interessados qualquer jogo entre o Barça e o Real ultrapassa as situações do jogo e os lances de bola corrida ou de bola parada. Ser pró Madrid ou gostar do Barça pode abarcar posicionamentos diversos na relação que se estabelece com o nosso país ou com Espanha, acerca da forma como se apreciam ou valorizam os espectáculos futebolísticos ou, simplesmente, como se endeusam os craques ou os virtuosos da bola. Para mim, a opção é fácil e clara: Barça e Messi, sem ostracizar o Madrid, contudo, e muito menos os compatriotas que para lá andam, que são do melhor do que há. No entanto, o futebol deste Barcelona é mais a meu jeito e gosto. Se calhar, por os actuais jogadores do Barcelona o interpretarem de uma forma mais bela ou romântica, pelo menos naquilo que é a arte do passe e repasse e na magia de Messi. A bola e o futebol não precisam de mais nada.

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