21 julho 2011

O Escritor Fantasma

Terei visto O Escritor Fantasma, de Polanski, mais ou menos há um ano, pelas minhas contas. Ainda escrevi umas linhas, à semelhança do que costumo fazer quando vejo um filme no cinema, mas ficaram guardadas, não na gaveta, mas num qualquer servidor informático, há espera de melhores dias ou de uma escrita mais fluida e desembaraçada, como terá sido o que se terá verificado hoje. É um filme interessante, carregado de ambiguidade e mistério, retratando, supostamente (ou não?...), um determinado mundo de relações, pessoais e institucionais, e uma certa forma de ser e estar na política, tudo isto envolto numa boa, sólida e conveniente «teoria da conspiração», um dos «peditórios» mais em voga nos dias que correm, coloridas consoante o fim e/ou o objectivo, mas fenómenos de adesão garantida para alguma (muita?) gente, sobretudo se apontada para determinados «responsáveis»... Mas voltemos ao filme.
O Escritor Fantasma é um filme que se insere numa linhagem fílmica com tradição, o da intriga e manipulação internacionais, tendo como pano de fundo a intervenção no Iraque, com remoques aos Estados Unidos e pondo em questão o papel e o envolvimento ingleses neste processo, podendo também ser entendido como uma reflexão sobre como as lideranças actuais se assumem e posicionam no universo da política, cada vez mais reféns dos rituais, representações e vivências mediáticas, sujeitos ao rolo compressor do impacto nas notícias e nas sondagens... E aqui, digo eu, é chegado o momento da «teoria da conspiração»... Como Mulder e Scully, porque não acreditar que «A verdade ande por aí»...

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