26 junho 2011

Columbo

Pela imprensa, fico a saber da morte de Peter Falk, o «inspector Columbo». Com o seu ar descuidado e quase maltrapilho, vestindo uma gabardina coçada e de charuto rasca nos beiços ou na mão, parecendo pedir desculpa por ser como era e por fazer o que fazia, lembro-me bem desta personagem de série policial - um clássico, estou certo - uma espécie de não-herói, mal enjorcado, distante da imagem habitual dos protagonistas neste género de filme, mas que, talvez por isso, fascinante e responsável pela grande adesão das audiências, iluminados pelas suas desconcertantes performance e inteligência, torcendo e comprazendo-se, no seu íntimo, pelas vitórias do inspector e a derrota dos «vilões», seus vangloriados opostos, reconhecidos e convencidos. Quem, dos espectadores e apreciadores da série, nunca se terá deliciado com o brilhantismo e os resultados alcançados pelo «patinho feio», por oposição aos «cisnes» que se lhe opunham e, sem excepção, o subestimavam?... Até sempre, Columbo!

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