Domingo (crónica em forma de fábula)
A maioria das lojas fechadas, o acordar mais tarde, um ritmo mais ronceiro, apesar do frio, menos gente nas ruas, alguma nos cafés. O domingo nas grandes cidades é mais ou menos isto, com poucas alterações. Pelo menos nas cidades que se conhecem. Nas outras não se sabe. Talvez sim, talvez não.
O casal circulava pelo passeio na avenida, empurrando um carrinho de bebé, onde se aninhava uma criança, aparentemente de poucos anos. Trazia vestida uma canadiana, pequena como ela, e espreitava por baixo do capuz, só se vendo um olho. Os pais olhavam para uma montra e a criança espreitava pelo seu olho à vista, o esquerdo, talvez a interrogar-se e interrogar o mundo que a envolvia. Que pensaria e veria a criança com o seu olho perscrutador...? Não se sabia e ela não o diria, decerto. Também não seria possível lembrar-se, pois era muito pequena e a memória se dissiparia, por uma ou outra razão. Só nos filmes é que estas impossibilidades se resolvem ou têm consequências.
Talvez um dia possa reconhecer-se neste registo, se a ele aceder. Quem sabe?...
O casal circulava pelo passeio na avenida, empurrando um carrinho de bebé, onde se aninhava uma criança, aparentemente de poucos anos. Trazia vestida uma canadiana, pequena como ela, e espreitava por baixo do capuz, só se vendo um olho. Os pais olhavam para uma montra e a criança espreitava pelo seu olho à vista, o esquerdo, talvez a interrogar-se e interrogar o mundo que a envolvia. Que pensaria e veria a criança com o seu olho perscrutador...? Não se sabia e ela não o diria, decerto. Também não seria possível lembrar-se, pois era muito pequena e a memória se dissiparia, por uma ou outra razão. Só nos filmes é que estas impossibilidades se resolvem ou têm consequências.
Talvez um dia possa reconhecer-se neste registo, se a ele aceder. Quem sabe?...
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