27 abril 2008

Novas de Espanha

Ver, na vizinha Espanha, a nova ministra da Defesa a passar revista às tropas, grávida de 7 meses, é uma imagem invulgar. Se Zapatero queria e procurava um verdadeiro e inusitado gesto simbólico para o seu Governo, já o encontrou. Mais até do que a paridade na sua constituição, igualando a presença de homens e mulheres. Por cá, estou certo que a história vai continuar a dar que falar, seja por inveja, má-fé ou genuíno interesse pela experiência.
Vamos admitir que a opção tem como objectivo claro o de vincar a normalidade dos regimes democráticos, de aceitação da subordinação ao político, quaisquer que sejam os sectores considerados e ou personalidades envolvidas. Nesta perspectiva, parece-me que a imagem que se quer passar da Espanha actual é esta: vejam bem a Espanha, em que o regime está de tal forma normalizado que até uma senhora, grávida inclusive, é ministra da Defesa.
Para além desta perspectiva, contudo, uma outra pode também aventar-se e que é esta: vejam bem a Espanha, tão moderna, cosmopolita e politicamente correcta que até tem uma grávida como ministra da Defesa.
Qualquer destas perspectivas, parece-me terá os seus defensores e os seus detractores.
Nada me move contra a Espanha, antes pelo contrário: aprecio e invejo a Espanha. Ao contrário da história do «bom vento e bom casamento», acho que temos muito mais a aprender e a elogiar do que a recear ou a recriminar à Espanha. São mais as situações em que a Espanha me surpreende pela positiva, do que o contrário. No entanto, no caso da nova ministra da Defesa espanhola, contudo, receio que esta opção tenha obedecido maioritariamente às directrizes do «politicamente moderno», mais do que quaisquer outras. E, se o foi, é pena que assim seja e é pobre para um país como Espanha.
Uma das coisas engraçadas com ela relacionada é a de um possível «contraponto», não necessariamente na Defesa, que vai, com certeza, ocorrer no lado de cá da fronteira... É só esperar para ver.

Etiquetas: